Financial Times: Primeiro ano de Governo de Costa “superou expectativas”
Diário britânico considera que "primeiro-ministro socialista anti-austeridade" tem superado as expectativas, deixando outros líderes europeus de centro-esquerda a sonhar com igual popularidade.
Para o Financial Times, o primeiro ano de Governo de António Costa superou as expectativas e se da oposição as palavras são de casa em chamas — Passos Coelho dixit –, “até ao momento, não houve fogo” em Portugal. “Um ano depois, Costa goza de uma opinião pública que outros líderes europeus de centro-esquerda apenas podem sonhar”, diz o diário económico britânico.
Além de oposição em Portugal, também os credores internacionais, os mercados financeiros e as agências de rating têm manifestado algum ceticismo em relação àquilo que o país pode ter de enfrentar no futuro. O FT lembra as palavras de Passos Coelho: “Estou quase certo de que haverá uma nova crise [da dívida]”.
"Costa tem indubitavelmente registado um desempenho que superou as previsões iniciais para o seu governo de minoria socialista, que depende dos votos parlamentares dos radicais Bloco de Esquerda e do rígido Partido Comunista.”
Os receios têm sobretudo a ver com o modesto crescimento económico e com o frágil setor financeiro, fatores que têm pressionado os juros da dívida portuguesa. Portugal deverá ter crescido 1,2%, de acordo com a previsão do Banco de Portugal, o que é “muito pouco para tornar sustentável a excessiva dívida pública de 130% do Produto Interno Bruto (PIB)”.
Apesar de todos estes potenciais obstáculos, “Costa tem indubitavelmente registado um desempenho que superou as previsões iniciais para o seu governo de minoria socialista, que depende dos votos parlamentares dos radicais Bloco de Esquerda e do rígido Partido Comunista”.
Costa já viu dois orçamentos aprovados em Bruxelas e evitou as sanções da Comissão. E deverá apresentar um défice claramente abaixo de 3% (previsões do FMI), “o mais baixo em 42 anos de democracia” e “um dos melhores resultados do Sul da Europa”, como o próprio primeiro-ministro teve oportunidade de descrever, lembra o influente diário económico britânico.
Mas há mais dados económicos que jogam a favor dele. O FT recorda que o desemprego baixou de 12,6% para perto de 10% e mais de 90 mil emprego foram criados no seu mandato. E nem mesmo a pressão da esquerda para Portugal avançar para uma reestruturação da dívida ou apertar as leis laborais tem assustado “grandes empresas internacionais, incluindo a Volkswagen, Continental e Bosch, que aumentaram o seu investimento em Portugal, ou têm planos para isso”.
Citando o economista chefe da Berenberg, Holger Schmieding, o jornal diz que Costa beneficiou com a mudança de atitude na Europa, onde muitos governos tomaram a opção de colocar menor ênfase na austeridade do que antes. “Infelizmente, esta é a forma errada para atrair investimento suficiente para colocar a economia a crescer a um ritmo próximo de Espanha“, frisou Schmieding.
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