Quinta Alegre: uma casa reabilitada em três fases
Antigo Palácio do Marquês de Alegrete e Jardim Romântico transformados num espaço intergeracional.
Foi solar de veraneio, com jardim e palácio, do 1º Marquês de Alegrete. Manuel Telles da Silva mandou construir a Quinta Alegre, na Charneca do Lumiar, em meados do século XVIII. Ao longo dos séculos, foi sofrendo alterações até que, em 1983, passa a ser propriedade da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
A Quinta Alegre está agora a ser reabilitada pelos novos donos: ali nascerão uma unidade social, uma unidade assistida para os aposentados da Santa Casa e uma unidade residencial.
A reabilitação da Quinta Alegre é um dos mais emblemáticos projetos da instituição, onde haverá áreas que juntam mais novos e mais velhos em áreas comuns. Neste quinta serão criadas três unidades: a Unidade Social, na zona do palácio do Marquês de Alegrete e do Jardim Romântico, a Unidade Assistida, para pessoas seniores com uma ocupação e para reformados da Santa Casa e a Unidade Residencial, para pessoas que precisem de uma residência provisória.
O projeto será executado em três fases. Atualmente o Palácio do Marquês de Alegrete e o Jardim Romântico estão a ser integralmente restaurados. A Unidade Social terá espaços lúdicos, culturais, de convívio e serviços abertos ao público. Esta unidade terá uma área bruta de mais de 5.000 m², entre palácio e jardins.
A reabilitação no Palácio e Jardim prevê a conservação do edifício e da arquitetura paisagística, através do restauro dos elementos decorativos existentes, especialmente dos frescos. As funções da Quinta de Recreio como um espaço de acolhimento e receção regressam com funções lúdico-recreativas, abertas à comunidade, estando também projetada a implementação de um lar residencial de idosos, como ponto de encontro entre gerações.
A empreitada no Palácio Marquês do Alegrete, ou Quinta Alegre, como também é conhecido, é um dos projetos mais complexos e emblemáticos da Santa Casa, não só pelo investimento envolvido (cerca de quinze milhões de euros no total das tês unidades), mas também pelo restauro do edifício, já que se manterá a traça original.
No entanto, o motivo principal para destacar este projeto deve-se ao facto de permitir à instituição trabalhar em dois eixos de ação fulcrais para a comunidade: por um lado, valoriza, rentabiliza e recupera o património, permitindo novas vivências; por outro, reforça o conceito de intergeracionalidade.
A intergeracionalidade, prioridade da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa do século XXI, está na génese do projeto desenhado para a Quinta Alegre. Ao instalar o lar residencial de idosos e a unidade residencial para jovens num espaço contíguo, pretende-se facilitar a relação intergeracional as jovens e idosos, promovendo proximidade e interação, diálogo, desenvolvimento intelectual e social, evitando o isolamento e a exclusão, recorrentes na terceira idade.
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