Wall Street tenta recompor-se do susto com a Fed

Investidores assustaram-se com pretensão de alguns governadores do banco central americano de reduzir o seu balanço de dívida. Wall Street abriu sem tendência e tenta recompor-se do aviso da Fed.

Os índices norte-americanos tentam recuperar esta quinta-feira do susto que apanharam esta quarta-feira, depois de a Reserva Federal norte-americana ter sinalizado que pode vir a reduzir o seu balanço carregado de títulos de dívida no final do ano, numa altura em que começa a retirar do terreno várias das políticas monetárias que serviram para estimular a maior economia do mundo.

No arranque da sessão em Nova Iorque, o índice S&P 500, que serve de referência para investidores em todo o mundo, perde 0,05% para 2.351,32 pontos, acompanhado do industrial Dow Jones cede 0,01%. Já o tecnológico Nasdaq sobe 0,08%.

Esta evolução mista segue-se ao susto que os investidores tiveram ontem ao lerem as atas da última reunião da Fed, em que foi decidida a subida da taxa de juros para um intervalo entre 0,75% e 1%. Nesse documento ficaram registadas as posições dos vários governadores do sistema norte-americano e alguns deles sugeriram que o banco central deve começar a reduzir o seu balanço de obrigações do Tesouro que construiu nos últimos anos ao abrigo do plano de quantitative easing implementado por Ben Bernanke para retirar a economia da crise financeira de 2007.

Na prática, a Fed vai estar a retirar liquidez do sistema e com isso apertar ainda mais as condições monetárias. Atualmente, o balanço do banco central é composto por 4,5 biliões de dólares em dívida.

“A maior parte dos participantes enfatizou que reduzir o tamanho da folha do balanço [do banco central] deveria ser conduzido de forma passiva e previsível”, descrevem as minutas da última reunião da Fed que ocorreu a 14 e 15 de março. Contudo, a forma como essa diminuição dos estímulos vai ser feita será novamente discutida nas próximas reuniões (a próxima é no início de maio). Uma das opções passará por deixar de reinvestir o dinheiro obtido com as amortizações de obrigações.

"A maior parte dos participantes enfatizou que reduzir o tamanho da folha do balanço [do banco central] deveria ser conduzido de forma passiva e previsível.”

Reserva Federal norte-americana

Atas

“Tudo o que estiver além da discussão teórica poderá criar volatilidade para os mercados acionistas que estão confortáveis com a gigante folha de balanços construída nos últimos anos”, referiram os analistas da Bloomberg Intelligence.

Os elementos da Fed deixaram ainda alertas acerca das excessivas valorizações das ações desde que Donald Trump foi eleito e que colocaram os índices norte-americanos em máximos de sempre, com a promessa republicana de estimular a economia por via orçamental.

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