OPEP corta, mas reservas crescem. E a procura vai crescer menos
A OPEP reduziu a oferta para acabar com o excesso de petróleo, mas a Agência Internacional de Energia prevê que os inventários estejam a aumentar. E antecipa um menor crescimento da procura este ano.
Os inventários mundiais de petróleo terão aumentado no primeiro trimestre deste ano, isto apesar da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) ter implementado um corte de produção que está a ser cumprido à risca. O objetivo de acabar com o excesso de oferta está, assim, em risco, até porque a procura vai continuar a crescer, mas menos do que o anteriormente previsto pela Agência Internacional de Energia (AIE).
A AIE defende que o corte de produção da OPEP levou o mercado petrolífero para “muito perto do equilíbrio” em janeiro, devendo impactar de forma expressiva nas reservas no segundo trimestre. No entanto, no total dos primeiros três meses do ano as reservas petrolíferas mundiais aumentaram “marginalmente”.
“As reservas terão aumentado marginalmente no primeiro trimestre”, diz a AIE, num relatório citado pela Bloomberg. “Isto poderá surpreender já que vem no seguimento dos cortes da OPEP”, mas reflete o forte aumento das exportações do cartel no final do ano passado. As reservas mundiais aumentaram em 38,5 milhões de barris para quase três mil milhões de barris.
O corte de produção da OPEP, que tem sido implementado de forma quase exemplar (está a ser cumprido em 99%) levou os preços do petróleo a subirem nos mercados internacionais. Enquanto em Nova Iorque, nos EUA, o West Texas Intermediate está a cotar acima dos 50 dólares, em Londres, o Brent está a ser negociado nos 55,64 dólares (seguindo com uma desvalorização de 0,4%).
Ao mesmo tempo que se assiste a este aumento das reservas, ainda que antes de uma quebra, a AIE antecipa um crescimento da procura, mas reviu-o em baixa. A agência cortou as estimativas para a procura em cerca de 100 mil barris para 1,3 milhões de barris por dia, uma redução de 1,4% face à anterior estimativa. Este corte reflete a perspetiva de uma menor procura por parte da Rússia e Índia.
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