PS quer “aproveitar” declarações de Macedo na comissão de inquérito à CGD
O PS quer que as posições assumidas pelo presidente da CGD, Paulo Macedo, sejam integradas na comissão parlamentar de inquérito ao banco público.
O PS vai requerer que as posições assumidas na quarta-feira pelo presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD), Paulo Macedo, sejam extraídas para fazerem parte do acervo da comissão parlamentar de inquérito ao banco público.
Esta iniciativa em torno das declarações proferidas pelo presidente da CGD na última reunião da Comissão Parlamentar de Orçamento e Finanças foi transmitida esta quinta-feira à Lusa pelo vice-presidente da bancada socialista João Paulo Correia.
O deputado socialista adiantou que a iniciativa será formalizada no próximo dia 5 de maio, quando foram retomados os trabalhos da comissão de inquérito sobre a recapitalização e gestão da CGD.
“O PS vai pedir uma cópia das declarações proferidas pelo dr. Paulo Macedo na audiência de quarta-feira requerida pelo PSD, já que considera que são fundamentais para a elaboração do relatório de conclusões da comissão de inquérito. O teor das afirmações então proferidas devem fazer parte do acervo da comissão parlamentar de inquérito”, sustentou o vice-presidente da bancada socialista.
"O PS vai pedir uma cópia das declarações proferidas pelo dr. Paulo Macedo na audiência de quarta-feira requerida pelo PSD, já que considera que são fundamentais para a elaboração do relatório de conclusões da comissão de inquérito. O teor das afirmações então proferidas devem fazer parte do acervo da comissão parlamentar de inquérito.”
De acordo com o PS, o ex-ministro da Saúde e atual presidente da CGD negou validade às dúvidas que têm sido manifestadas pelo PSD e CDS-PP, particularmente no que respeita ao montante envolvido no processo de recapitalização do banco público.
“Em primeiro lugar, o presidente da CGD referiu que as novas exigências regulatórias provenientes da Comissão Europeia levaram a um registo adicional de imparidades na ordem dos 1,6 mil milhões de euros. Depois, ainda no que se respeita às necessidades presentes de recapitalização, o presidente da CGD referiu-se aos prejuízos acumulados entre 2011 e 2016”, apontou o dirigente da bancada socialista.
Ainda segundo João Paulo Correia, Paulo Macedo “foi também claro quando se referiu às consequências do processo de desalavancagem imposto pela troika ao conjunto do sistema financeiro”.
Além das causas subjacentes à dimensão do atual processo de recapitalização, João Paulo Correia salientou que Paulo Macedo, por outro lado, perante os deputados, defendeu ainda que, em termos de crédito mal parado, o nível de imparidades na CGD que resultou de empréstimos concedidos a grandes empresas, ou a grandes negócios de imobiliário, “está em linha com os restantes bancos a operar em Portugal, ou até um pouco abaixo”.
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