Retirada de estímulos do BCE será o mais lenta possível, preveem economistas
Economistas sondados pela Bloomberg preveem que a normalização da política monetária da Zona Euro será feita da forma mais gradual possível.
O Banco Central Europeu (BCE) irá proceder à normalização da política monetária da Zona Euro, da forma mais gradual possível. Esta é a convicção de um conjunto de 60 economistas sondados pela Bloomberg, que antecipam que a próxima reunião da entidade liderada por Mario Draghi que se realiza quinta-feira servirá para reconhecer que os riscos em torno da recuperação da Zona Euro estão equilibrados.
Na sondagem realizada pela agência de notícias, 90% dos economistas consultados afirmaram que na próxima reunião de política monetária do BCE, os governadores dos bancos centrais vão reconhecer que os riscos em torno da recuperação da Zona Euro estão equilibrados. No entanto, mostram-se divididos relativamente quanto ao momento em que o BCE irá escolher para avançar com uma subida dos juros, sendo que a proporção de economistas que acredita que a entidade liderada por Mario Draghi possa anunciar em setembro novidades sobre o atual programa de compra de ativos caiu face à anterior sondagem. Do total de economistas sondados, 54% antecipam novidades em setembro, o que compara com uma proporção de 67% registada no inquérito anterior.
Em meados de maio, Vitor Constâncio, vice-presidente do BCE, já tinha apontado para o outono como a ocasião mais adequada para o BCE anunciar uma mudança no rumo da sua política monetária, alertando para os riscos de uma decisão precipitada. “Uma política monetária acomodatícia por mais tempo é menos arriscado do que uma retirada prematura dos estímulos. Estamos expressamente comprometidos com a nossa política até dezembro, o que significa que, automaticamente, no outono, teremos de decidir o que vamos fazer a seguir“, disse Constâncio, citado pela Bloomberg.
A expectativa é que, na reunião do BCE que se realiza em Tallinn, seja utilizada para ter a primeira discussão formal sobre aqueles que serão os efeitos de uma saída dos estímulos. Um responsável do BCE afirmou que a reunião de junho será precisamente a ocasião para colocar em cima da mesa essa discussão, de acordo com uma nota a que a Bloomberg teve acesso em meados de maio.
De qualquer forma, o próprio Mario Draghi, à semelhança de outros membros do conselho de governadores, suavizaram as expectativas de que possam surgir sinais significativos da próxima reunião, alertando para o facto de a fraca pressão inflacionista mostrar que não se justifica uma pressa para retirar os estímulos monetários.
“É provável que o Conselho do Governadores continue a ser muito cauteloso na sua comunicação sobre a estratégia de saída perante um ambiente onde, apesar do bom desempenho de crescimento, o outook de inflação permanece sombrio”, disse Philippe Gudin, economista-chefe para a Europa do Barclays.
Para já, aquilo que o BCE diz é que irá manter até pelo menos ao final deste ano, o seu programa de compra de ativos de 60 mil milhões de euros mensais.
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