“Fogo e fúria” ameaça ações europeias com pior semana do ano
A forte tensão geopolítica entre os EUA e a Coreia do Norte está a ditar um agosto quente nos mercados. As ações europeias preparam-se para a maior queda semanal desde novembro.
Sobe o tom de ameaça entre os EUA e a Coreia do Norte e inevitavelmente caem as bolsas. Os receios dos investidores relativamente a um conflito mundial nuclear está provocar um agosto quente nos mercados, com as ações europeias a prepararem-se para o pior registo semanal do ano. Enquanto recuam as bolsas, os ativos refúgio sobem. É o que acontece com algumas moedas, mas também com o ouro que ganha mais brilho. Já o “índice do medo” volta a disparar.
O índice Stoxx 600 recua, nesta sexta-feira, em torno de 1%, prolongando as perdas das últimas sessões, e preparando-se para o pior registo semanal desde novembro do ano passado. O índice que agrega as 600 maiores capitalizações bolsistas do Velho Continente desliza 1,14%, para os 371,75 pontos, alargando para 2,82% a perda acumulada na semana. Todos os setores seguem no vermelho nesta sessão, arrastando o índice europeu para mínimos do início de março.
Índice Stoxx 600 com pior semana desde novembro
A praça lisboeta acompanha o sentimento das pares europeias, com o PSI-20 a recuar 1,19%, para os 5.190,17 pontos, com apenas uma cotada no verde. Entre as cotadas que mais pressionam o índice bolsista nacional estão a Galp energia e o BCP.
As ameaças de terror e a guerra de palavras entre os EUA e a Coreia do Norte têm-se intensificado ao ponto de que os mercados já não a podem ignorar.
A maré vermelha que volta a inundar as bolsas europeias nesta sessão, começou por passar pelas bolsas asiáticas e promete chegar também ao outro lado do Atlântico, numa altura em que os investidores temem os eventuais desenvolvimentos que possam advir da subida de tom de ameaça entre os EUA e a Coreia do Norte.
“As ameaças de terror e a guerra de palavras entre os EUA e a Coreia do Norte têm-se intensificado ao ponto de que os mercados já não a podem ignorar”, afirmou Shane Oliver, responsável pela estratégia de investimentos da AMP Capital, em Sidney, citado pela Reuters. “Claro que tudo isto acontece numa altura em que era esperada uma correção dos mercados, pelo que a Coreia do Norte fornece o gatilho perfeito“, complementou o mesmo responsável para justificar as fortes perdas dos mercados acionistas.
Certo é que com o tom de ameaças entre os dois países vai escalando à medida que passa o tempo. Donald Trump voltou a relembrar nesta quinta-feira que a ameaça de “fogo e fúria” que lançam no início da semana é para levar a sério, depois de a Coreia do Norte ter prometido para meados de agosto apontar os seus mísseis balísticos para o território norte-americano de Quam.
No seguimento desse quadro de ameaça nuclear, o medo impera nos mercados. O “índice do medo” voltou a subir mais uma vez nesta sexta-feira na Europa. O índice VStoxx, que mede a volatilidade das ações europeias dispara 23%, para máximos de abril.
Ao mesmo tempo, os investidores estão a aposta cada vez mais nos mais tradicionais ativos refúgio em períodos de tensão geopolítica. O ouro valoriza mais uma vez, estando cada vez mais próximo da fasquia dos 1.300. O metal amarelo valoriza nesta sessão 0,14%, até aos 1.289,92 dólares. Ou seja, para máximos do início de junho. Também o dólar ganha fôlego adicional. O índice Bloomberg Dollar Spot avança 0,1%, para os 1.161,39 pontos. Face ao euro, a moeda norte-americana também ganha terreno. O euro recua 0,14%, para os 1,1755 dólares.
(Notícia atualizada às 10h55 com mais informação)
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