Passos Coelho: “Sinto vergonha pelo que se passou no país nestes meses”
Pedro Passo Coelho criticou duramente o primeiro-ministro, defendendo que nunca pensou que houvesse um Governo que se comportasse desta maneira. "Não merece uma segunda oportunidade", disse.
Pedro Passos Coelho criticou duramente o primeiro-ministro António Costa, dizendo que sente “vergonha pelo que se passou no país nestes últimos meses.” O ainda líder do PSD defendeu que o que se passou, a tragédia provocada pelos incêndios deste ano, “implica um pedido de desculpa” e que o Executivo “não merece uma segunda oportunidade”.
Há uma “clara responsabilidade do primeiro-ministro nesta situação”, defendeu Passos Coelho, frisando que António Costa “toma decisões quando elas se impõem por si próprias, porque não há outra coisa a fazer.”
Em declarações transmitidas pela RTP3, o presidente do PSD reconheceu a “forma heroica como as pessoas se comportaram, que sabiam que não podiam contar com a ajuda de mais ninguém, nem do Estado, para se salvarem” e isso “implica um pedido de desculpa, de perdão do Estado, independentemente da responsabilidade direta” de cada governante.
"Sinto vergonha pelo que se passou no país nestes meses. (…) Este Governo não merece uma segunda oportunidade.”
“Sairei da liderança do PSD, não é por isso que digo isto: sinto vergonha pelo que se passou no país nestes meses. Nunca pensei que houvesse um Governo que se comportasse desta maneira, nestes termos. O que interessa não é salvar a pele do Governo. Este Governo não merece uma segunda oportunidade porque deitou fora todas as oportunidades que tinha,” disse o ainda presidente do PSD.
Passos continuou num tom duro: “O Estado falhou clamorosamente.” E ainda se referiu ao discurso do Presidente da República desta terça-feira, notando que até Marcelo “sentiu que [a morte de mais de 100 pessoas nos incêndios] era uma perda que pesava no seu mandato porque é Presidente da República e representa o seu país.”
Sobre o momento da saída da ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, Passos argumentou que o primeiro-ministro se demitiu das suas responsabilidades ao permitir que a saída acontecesse quando a própria ministra diz que “já ninguém a convence a ficar.” E acusou: “Enquanto a ministra recebesse as críticas, elas não eram dirigidas ao primeiro-ministro, o que mostra todo o caráter.”
O primeiro-ministro não tem nenhumas condições para inspirar confiança ao país.
E quase pediu a demissão de António Costa: “Acho que o primeiro-ministro não tem nenhumas condições para inspirar confiança ao país. Sinto vergonha pelo que se passa, o país não merecia ter um Governo que se comportasse desta maneira.”
A rematar, Pedro Passos Coelho acusou ainda o Governo e o Bloco de Esquerda de terem “um negócio feito para dizer que o problema da floresta é um problema de eucaliptos.”
(Notícia em atualização)
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