Reservas sobem, investidores tiram mais-valias. Petróleo cai 1%
A cotações do "ouro negro" corrige após quatro sessões seguidas de ganhos, depois de se saber que os inventários de gasolina cresceram em 908 mil barris na semana passada nos EUA.
Após quatro sessões consecutivas de ganhos, chega a vez das quedas para o petróleo. As cotações do “ouro negro” seguem no vermelho nos dois lados do Atlântico, com o Brent e o crude a desvalorizarem mais de 1%. A queda das cotações está a ser interpretada como um movimento de correção, mas também como resultado do aumento das reservas de gasolina nos EUA na semana passada.
O barril de Brent recua 1,12%, para os 57,50 dólares, no mercado londrino, enquanto em Nova Iorque o crude desvaloriza 1,19%, para os 51,42 dólares por barril. Na semana passada, as reservas de gasolina cresceram pela quarta semana consecutiva, ao mesmo tempo que a oferta de produtos destilados cresceu pela primeira vez em agosto, de acordo com dados governamentais dos EUA. No que respeita aos stocks de gasolina, está em causa o aumento em 908 mil barris diários na semana passada, mostram os números da Administração de Informação de Energia (EIA).
Petróleo a corrigir
Fonte: Bloomberg | Valores em dólares
A quebra das cotações está a ser interpretada também como um movimento de correção, com os investidores a aproveitarem para a tomada de mais-valias após a subida registada nas sessões anteriores. Ganhos que coincidiram com a subida da tensão no Iraque — o segundo maior produtor de petróleo da OPEP — e a consequente paragem da produção em dois campos de Kirkuk.
"É um clássico movimento de fuga do risco. Em balanço, acho que o relatório de ontem [quarta-feira] da EIA foi, em termos médios, bearish.”
Os preços refletem “a tomada de mais-valias depois das interrupções no Iraque terem falhado em conduzir o Brent para novos máximos”, referiu a este propósito Ole Hansen, responsável pela estratégia de matérias-primas do Saxo Bank. “É um clássico movimento de fuga do risco. Em balanço, acho que o relatório de ontem [quarta-feira] da EIA foi, em termos médios, bearish“, acrescentou o mesmo especialista.
OPEP diz que os céticos estavam errados
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e a Rússia conseguiram eliminar metade do excesso de inventários de petróleo, levando à aceleração do reequilíbrio do mercado. Quem o diz é Mohammad Barkindo, secretário-geral do cartel, que durante uma conferência em Londres esta quinta-feira aproveitou ainda para dizer que os céticos em relação à capacidade de atingir esse objetivo estavam errados.
“O equilíbrio do mercado de petróleo está agora totalmente à vista”,a firmou Barkindo, acrescentando que “a estabilidade está a regressar de forma consistente e existe muito mais uma luz ao fundo do túnel em que temos viajado ao longo dos últimos três anos”.
“Estou feliz em estar aqui hoje e afirmar que os céticos estavam errados”, disse ainda o secretário-geral da OPEP relativamente à capacidade do cartel de conseguir levar o mercado petrolífero rumo a um reequilíbrio. O excedente dos inventários petrolíferos dos países industrializados, quando comparados com a média dos últimos cinco anos, caíram abaixo dos 160 mil barris, menos de metade do nível registado no arranque deste ano, explicou Barkindo.
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