Avoila: Greve da Função Pública com “altíssima adesão”
A dirigente da Frente Comum, que convocou a greve desta sexta-feira a que se juntaram sindicatos como o SIM e a Fenprof, disse que a adesão tem sido grande em todo o país.
A Frente Comum estimou esta sexta-feira que, pelas 18h00, a adesão à greve geral da Função Pública era de “mais de 80% a nível global” em todo o país.
“Em termos globais, podemos dizer que a greve atinge mais de 80% a nível global”, declarou a coordenadora da Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública, Ana Avoila, que falava aos jornalistas na sede deste organismo, em Lisboa, e destacando os setores da saúde e da educação e os concelhos da capital, Porto e Coimbra. De acordo com a responsável, “isto confirma que a adesão à greve nos setores de atendimento ao público foi elevadíssima”, nomeadamente na educação e saúde.
Questionada pelos jornalistas sobre os concelhos com maior adesão, Ana Avoila elencou, então, Lisboa, Porto e Coimbra como os que têm “maior expressão porque também têm mais locais de trabalho”.
A adesão à greve no segundo turno dos hospitais e nas escolas estava, às 10h00 de hoje, próxima dos 100%, segundo Ana Avoila. Em causa na greve nacional está a falta de respostas às reivindicações da Frente Comum, como o aumento dos salários na Função Pública, o descongelamento “imediato” das progressões na carreira e as 35 horas semanais para todos os trabalhadores.
Cerca de 90% das escolas encerradas
A greve de professores e funcionários escolares obrigou ao encerramento de 90% das escolas de todo o país, sendo já considerada “a maior greve de professores desde 2013”, segundo a Fenprof.
Em declarações aos jornalistas, o secretário-geral da Federação Nacional de Professores (Fenprof), Mário Nogueira, apresentou os primeiros dados sobre o efeito da greve nacional da Função Pública e da adesão dos professores à paralisação. “Há 90% de escolas fechadas. Há agrupamentos inteiros encerrados”, disse Mário Nogueira, referindo-se a estabelecimentos de ensino desde o Norte até ao Sul do país. “Há direções inteiras de escolas a fazer greve”, disse Mário Nogueira, dando como exemplo escolas no Seixal.
“Esta greve é claramente a maior greve desde 2013, altura em que foram feitas três semanas de greve no período de avaliações”, afirmou o líder da Fenprof, alertando o Governo que tem de olhar para estes números como “um sério aviso que não pode deixar de ser tido em conta”.
Na Escola Secundária do Lumiar, em Lisboa, 73% dos docentes fizeram greve, enquanto na Quinta dos Franceses, no Seixal, a adesão foi de 100% e na escola Rainha Santa, em Coimbra, apenas 7% dos professores compareceram esta manhã, segundo números da Fenprof que revelam que as escolas do primeiro ciclo do concelho de Faro estão hoje todas encerradas. Mário Nogueira voltou hoje a sublinhar que é “absolutamente inaceitável” a proposta do Orçamento do Estado no que toca à carreira dos professores, que são vítimas de uma “discriminação inadmissível”. Segundo a Fenprof, ao contrário dos outros funcionários públicos, os professores vão perder “nove anos, quatro meses e dois dias”.
Esta é a terceira greve nacional dos trabalhadores da Administração Pública com o atual Governo e a primeira convocada pela Frente Comum de Sindicatos, segundo a listagem cedida pela estrutura sindical.
(Notícia atualizada às 19h23)
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