Portugal 2020 financiou 14 mil projetos

Até 31 de março de 2017 está contratualizado quase um terço das verbas do Portugal 2020, revelou o secretário de Estado do Desenvolvimento Regional.

São já 14 mil os beneficiários do Portugal 2020, o que representa um investimento de dez mil milhões de euros, avançou o secretário de Estado do Desenvolvimento e Coesão, no encontro anual dos fundos comunitários “A caminho do Portugal 2020 – Resultados e Oportunidades de Financiamento”, que se realiza no Convento de São Francisco, em Coimbra. Um projeto também ele financiado com fundos comunitários.

O Convento foi alvo de um investimento de 42 milhões, tendo sido comparticipados em quase 18 milhões pelo Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR).

Nelson Souza revelou que, até 31 de março de 2017, está contratualizado “quase um terço das verbas do Portugal 2020”, o que permite o investimento global de dez mil milhões de euros. O responsável político acrescentou que houve “um forte aumento do ritmo de aprovação do investimento”, mas isso não significa, garante, uma redução dos critérios de exigência.

“A taxa de aprovação foi de 60% a 70%, logo mantemos o sistema de seleção adequados à escolha de projetos, baseados no mérito relativo e absoluto”, acrescentou Nelson Souza.

"A taxa de aprovação foi de 60 a 70%, logo mantemos o sistema de seleção adequados à escolha de projetos, baseados no mérito relativo e absoluto.”

Nelson Souza

Secretário de Estado do Desenvolvimento Regional e Coesão

O presidente da Agência de Coesão António Costa Dieb complementou esta informação explicando que, até 31 de março, já foram colocados a concurso 57% dos fundos, o que corresponde a 11,8 mil milhões de euros aprovados e 4,2 mil milhões de euros pagos pelos fundos estruturais.

Este nível de desempenho é, de acordo com ambos os responsáveis, suficiente para pôr fim à discussão se o Portugal 2020 está ou não atrasado. “Se o PT2020 está ou não atraso é uma questão do passado. Temos de dedicar as nossas energias a novas prioridades de gestão”, sublinhou Nelson Souza. O secretário de Estado sublinha que agora se enfrenta “um duplo desafio: dar continuidade ao trabalho desenvolvido e executar bem e dentro do prazo os projetos aprovados”. O responsável garantiu ainda que o Executivo saberá “encontrar formas de não interromper dinâmicas de investimento prioritárias para o futuro” do país.

Portugal continua a ser o segundo país da União Europeia com o maior volume de pagamentos da Comissão Europeia nos cinco Fundos estruturais, sublinhou António Costa Dieb revelando que até o FEAMP já está a realizar investimentos com uma taxa de aprovação de 13% (a 31 de março), isto depois de um arranque difícil. O presidente da Agência de Coesão revelou ainda que a taxa de compromisso já está 46%.

Com este indicadores, diz António Costa Dieb, “já se atingiu o pico de execução atingido antes do conseguido no quadro anterior”.

“Agora é a doer”

A tónica agora é “executar, executar, executar”, diz Pedro Marques. O ministro do Planeamento e Infraestruturas sublinhou que apesar dos “bons resultados no primeiro trimestre deste ano, mas o desafio da regra do N+3 mostra que temos de trabalhar muito este ano. A partir de agora é a doer”.

Não podemos dispersar nenhum recurso da política de coesão”, acrescentou ainda o responsável, lembrando que as rotinas inerentes ao Fundo Social Europeu e ao Fundo de Coesão são menos conhecidas.

Pedro Marques defendeu ainda que Portugal “tem todas as condições para exigir a orientação da política da coesão para os resultados, mas exigir também simplificação”. Condições que decorrem do facto de Portugal ser um dos países “com menos correções financeiras” e por ter sido “dos primeiros a concluir [a negociação dos] Programas Operacionais”, sublinhou o responsável.

O ministro do Planeamento reiterou que as prioridades do Executivo são a qualificação e a inovação. À margem da conferência, e em resposta ao desafio lançado pelo presidente da Associação Nacional de Municípios. Manuel Machado frisou que a reprogramação que “está em curso” é “uma etapa de enorme responsabilidade”, sendo que a reprogramação deve refletir “uma alocação da dotação dos fundos para corrigir o entorse das designadas prioridades negativas”, como por exemplo ao nível das escolas.

Pedro Marques reconheceu que a “reprogramação é um desafio que se colocará ao longo deste ano”, sendo que agora a fase é de “aplicação institucional prévia”. “Vamos desenvolver esse trabalho com a Comissão Europeia ao longo dos próximos meses, de modo a que o Portugal 2020 possa apoiar cada vez mais as prioridades do Programa Nacional de Reformas: área da qualificação, inovação colaborativa nas empresas e valorização do território”, disse aos jornalistas.

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“Espero que venda do Novo Banco não tenha efeitos no BCP”

  • Rita Atalaia
  • 8 Maio 2017

Nuno Amado defende que os incentivos à venda do Novo Banco ao Lone Star devem ser os "certos" e "equilibrados". O presidente do BCP espera que esta operação não tenha impacto no banco.

Nuno Amado espera que a venda do Novo Banco ao fundo norte-americano Lone Star não tenha “efeitos” no BCP. O presidente do banco refere que os incentivos à venda devem ser os “certos” e os “equilibrados” para a instituição, mas também para o setor. As declarações são feitas no mesmo dia em que o banco apresentou lucros de mais de 50 milhões de euros.

“A informação que temos é que há um conjunto de instrumentos contratuais que, na minha opinião, devem ser muito bem ponderados“, defende Nuno Amado, referindo-se à venda do banco de transição ao fundo norte-americano. Uma operação que, segundo apurou o ECO, é do “interesse público”, como foi defendido pelo governador do Banco de Portugal.

O acordo deve deixar as responsabilidades “bem delimitadas”, defende. Os incentivos devem ser feitos “para haver uma concorrência entre os bancos”, refere o presidente do BCP. Devem, por isso, ser os “certos” e “equilibrados”, tanto para o banco como para o sistema.

As declarações são feitas depois de o banco liderado por Nuno Amado ter apresentado lucros de 50,1 milhões de euros no primeiro trimestre. Conseguiu apresentar um crescimento nos resultados líquidos, contrariando a expectativa dos analistas, que antecipavam uma quebra. Para este crescimento contribuiu, diz o banco, o bom desempenho da atividade em Portugal.

“O resultado líquido no primeiro trimestre de 2017 fixou-se nos 50,1 milhões de euros, que compara com 46,7 milhões de euros alcançados no trimestre homólogo de 2016, evidenciando um aumento de 7,4% suportado no desempenho da atividade em Portugal”, referiu a instituição liderada por Nuno Amado. O CaixaBI antecipava uma quebra para 40,3 milhões de euros.

 

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Micro empresas vão ter 65 milhões para criar emprego

Os primeiros 30 concursos avançam esta semana no Centro, Alentejo e Algarve. Micro e pequenas empresas têm apoio ao empreendedorismo e para criar postos de trabalho.

Esta semana deverão cerca de 30 concursos, no Centro, Alentejo e Algarve para apoiar o empreendedorismo e a criação de emprego. Em causa está uma dotação de 65 milhões de euros.

Este apoio surge no âmbito do Sistema de Incentivos ao Emprego e Empreendedorismo (SI2E), um programa anunciado pelo Executivo a 14 de março e que destina um bolo total de 320 milhões de euros, para apoiar os “projetos de micro e pequenas empresas orientados para a criação de emprego e que sejam portadores de valor acrescentado para os territórios onde se desenvolvam”.

Só os projetos de investimento inferiores a 235 mil euros de micro e pequenas empresas são elegíveis para este apoio. O SI2E apoia de forma simplificada pequenos investimentos empresariais de base local e vem complementar os atuais incentivos às empresas em termos de competitividade.

Uma das vertentes do apoio é a criação do próprio emprego, porque a remuneração dos postos de trabalho criados, preenchidos por desempregados inscritos no Instituto do Emprego e Formação Profissional, passam a ser elegíveis para financiamento comunitário. A meta estabelecida passa pela expectável criação de 18 mil novos postos de trabalho.

Fonte: MPI

Os interessados podem receber um subsídio entre 30% e 50% do investimento. Este apoio sobe para 60% no caso dos territórios baixa densidade. Por outro lado, por cada posto de trabalho criado o apoio é concedido até 15 meses (ou 18 meses para territórios baixa densidade). Mas sempre com um limite mensal de 421,32 euros, ou seja, um Indexante dos Apoios Sociais (IAS).

De acordo com os dados avançado pelo Ministério do Planeamento e infraestruturas, a área metropolitana do Porto tem a maior dotação, de 39 milhões, e a Beira Baixa a mais pequena com cinco milhões de euros.

O programa é considerado inovador porque é às Comunidades Intermunicipais (CIM) e aos Grupos de Ação Local (GAL) que cabe a decisão sobre as prioridades a adotar em cada território. E isso explica porque nem todos os concursos são lançados ao mesmo tempo, nem em todas as regiões.

Por exemplo, na semana passada foram lançados os primeiros seis concursos, na região de Coimbra, com uma dotação de 17,7 milhões de euros. E como explicou ao ECO, a gestora do Programa Operacional Regional do Centro, Ana Abrunhosa, houve uma concertação entre a CIM de Coimbra e as GAL, o que permitiu abrir vários concursos ao mesmo tempo e com regras muito semelhantes entre si.

O SI2E foi anunciado em março e apesar de na altura o Executivo ter avançado que as candidaturas se iniciariam a 14 de abril, a verdade é que nessa data “foi quando se iniciou a consulta escrita da Comissão Interministerial de Coordenação (CIC) para autorizar as CIM e GAL a lançarem aviso às suas estratégias específicas”, explicou ao ECO fonte oficial do gabinete de Pedro Marques.

Ou seja, nessa data foram definidas as regras base dos concursos, sendo deixado aos promotores campos em aberto de modo a adequar estes aspetos específicos às necessidades dos territórios, como por exemplo, taxas de majoração ou percentagens de comparticipação.

Nessa reunião da CIC ficou também decido, sabe o ECO, que algumas cidades, como Coimbra e Viseu, pudessem submeter através da CIM projetos com valor inferior a 100 mil euros e não de uma GAL, já que nestes casos não existem GAL rurais, mas há projetos de menor dimensão de startups e de universidades que não exigem valores tão elevados como os exigidos para as CIM (que financiam os projetos entre 100 mil e 255 mil euros).

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BCP vai avaliar “possibilidade de aderir a veículo para malparado”

  • Rita Atalaia
  • 8 Maio 2017

Nuno Amado deixou claro que o BCP está disposto a aderir a um veículo para limpar o malparado do sistema. O presidente do banco afirma que analisará de "boa-fé" assim que haja novos detalhes.

O BCP está disposto a analisar uma possível solução do Governo para limpar o crédito malparado dos balanços dos bancos. Esta posição ficou clara na apresentação dos resultados do banco para o primeiro trimestre de 2017. Nuno Amado afirma que, quando houver mais detalhes, analisará a possibilidade de aderir a um veículo ou a outra solução que possa vir a ser apresentada.

“Não temos informação adicional. Quando tivermos informação detalhada adicional analisaremos de boa-fé”, afirma Nuno Amado. “Veremos a possibilidade de aderir a um veículo – ou a uma solução que pode não ser um veículo – para esse fim”, acrescenta o presidente do BCP.

O gestor deixa claro que “qualquer solução não deve ser destrutiva do capital, porque é o bem mais caro que temos“. É por isso que Nuno Amado defende que qualquer saída sugerida pelo Executivo de António Costa deve trazer um conjunto de regras que permita fazer com que os processos de recuperação “sejam mais rápidos e eficientes”. O presidente do banco português explica que isto é necessário para que seja possível para o BCP concorrer na Europa com regras semelhantes.

As declarações são feitas depois de o banco liderado por Nuno Amado ter apresentado lucros de 50,1 milhões de euros no primeiro trimestre. Conseguiu apresentar um crescimento nos resultados líquidos, contrariando a expectativa dos analistas, que antecipavam uma quebra. Para este crescimento contribuiu, diz o banco, o bom desempenho da atividade em Portugal.

“O resultado líquido no primeiro trimestre de 2017 fixou-se nos 50,1 milhões de euros, que compara com 46,7 milhões de euros alcançados no trimestre homólogo de 2016, evidenciando um aumento de 7,4% suportado no desempenho da atividade em Portugal”, referiu a instituição liderada por Nuno Amado. O CaixaBI antecipava uma quebra para 40,3 milhões de euros.

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Foi bonita a festa. Mas Lisboa voltou às quedas

Os analistas antecipavam uma queda dos lucros do BCP e o banco acabou por cair mais de 2% em bolsa. Isto apesar de, afinal, ter melhorado os resultados no primeiro trimestre do ano.

Durou pouco a festa das presidenciais francesas. As principais praças europeias abriram o dia em alta, a celebrarem a vitória de Macron, mas acabaram por inverter a tendência e fechar em queda. Por cá, os investidores acompanharam este sentimento e a bolsa de Lisboa caiu pela primeira vez em quatro sessões, penalizada pelas quedas do BCP e da EDP.

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Medina quer Metro também em Belém

  • Lusa
  • 8 Maio 2017

O presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina quer levar o Metro até Belém. Mas o plano do presidente da autarquia não se fica por aqui, ligar o aeroporto ao Campo Grande é outro dos objectivos.

O presidente da Câmara de Lisboa considerou hoje que a expansão prevista do Metropolitano de Lisboa é o primeiro passo para um plano mais ambicioso que é levar o Metro até Belém e ligar o Aeroporto ao Campo Grande.

O Metropolitano de Lisboa vai ter mais duas estações até 2022 – Estrela e Santos —, com a ligação entre o Rato (Linha Amarela) e o Cais do Sodré (Linha Verde), estando prevista também a extensão da Linha Vermelha a partir de São Sebastião às Amoreiras e a Campo de Ourique, embora neste caso sem uma data prevista de conclusão, por falta de financiamento, foi hoje anunciado.

De acordo com Fernando Medina, a ligação da Linha Verde com a Amarela, hoje apresentada, “vai permitir melhorar muitíssimo o funcionamento do Metro na cidade”, permitindo em simultâneo trabalhar na “expansão da Linha Vermelha até Campolide e até Campo de Ourique”.

“Depois queremos nós, num futuro relativamente próximo, fazer aquilo que falta, que é, por um lado, a extensão do Metropolitano para o lado ocidental da cidade, que é a ligação, passando o Vale de Alcântara até ao Alvito, [que] permitirá depois fazer a ligação das freguesias de Alcântara, da Ajuda e de Belém, que são zonas que hoje não têm cobertura do Metropolitano”, afirmou.

O autarca, que ainda não anunciou se se recandidata ou não à Câmara de Lisboa, defendeu que, “também um futuro que espera mais breve”, seja possível fazer a ligação do Aeroporto ao Campo Grande.

“É uma ligação relativamente pequena que falta fazer, mas que vai permitir melhorar muito” a mobilidade em Lisboa, explicou.

Segundo o presidente do Metro, Vítor Domingues dos Santos, a expansão da Linha Amarela desde o Rato até ao Cais do Sodré é prioritária com base nas conclusões de “um estudo de mercado, que indicaram com mais procura o prolongamento da Linha Amarela tendo concluído entre outros aspetos, que a projetada estação da Estrela criará mais fluxo de passageiros que a projetada estação de Campo de Ourique”, prevendo-se um acréscimo de 7,9 milhões passageiros na rede por ano.

Este é também “o investimento que neste momento tem financiamento assegurado”, no valor de 215 milhões de euros, tal como o investimento de 50 milhões de euros na compra de 33 novas carruagens e o de 16,5 milhões em modernização de estações, segundo o ministro do Ambiente.

Já quanto à “obra muito expressiva de prolongamento da Linha Vermelha”, com um valor previsto superior a 180 milhões de euros, “neste momento não temos maneira de o poder financiar”, acrescentou Matos Fernandes.

"Nós estamos aqui para garantir que no próximo quadro comunitário de apoio vai haver fundos comunitários para estas obras e, por isso, em 2021 conseguiremos arrancar serenamente com a construção da linha”

Matos Fernandes

Ministro do Ambiente

“Por isso não estamos aqui a anuncia-la, nem com uma data, estamos a dizer que estamos a trabalhar nela e acreditar que no contexto do próximo quadro comunitário de apoio [a partir de 2021] este Governo [com mandato até finais 2019] vai fazer o que anterior Governo não fez, porque o que o anterior Governo fez foi garantir que não podia haver fundos comunitários para estas obras”, assegurou.

“Nós estamos aqui para garantir que no próximo quadro comunitário de apoio vai haver fundos comunitários para estas obras e, por isso, em 2021 conseguiremos arrancar serenamente com a construção da linha”, acrescentou o ministro, salientando que esta obra tem um prazo previsto de conclusão de dois anos e meio.

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BCP aumenta lucros. Ganha mais de 50 milhões

O banco liderado por Nuno Amado fechou o primeiro trimestre com resultados líquidos superiores aos do período homólogo. Contrariou assim a expectativa dos analistas, que apontavam para uma quebra.

O Banco Comercial Português (BCP) obteve lucros de 50,1 milhões de euros no primeiro trimestre. Conseguiu apresentar um crescimento nos resultados líquidos, contrariando a expectativa dos analistas, que antecipavam uma quebra. Para este crescimento contribuiu, diz o banco, o bom desempenho da atividade em Portugal.

“O resultado líquido no primeiro trimestre de 2017 fixou-se nos 50,1 milhões de euros, que compara com 46,7 milhões de euros alcançados no trimestre homólogo de 2016, evidenciando um aumento de 7,4% suportado no desempenho da atividade em Portugal”, refere a instituição liderada por Nuno Amado. O CaixaBI antecipava uma quebra para 40,3 milhões de euros.

Na atividade em Portugal, o resultado líquido aumentou 7,1 milhões de euros face ao primeiro trimestre do ano anterior, atingindo 9,0 milhões de euros, beneficiando do efeito positivo do reembolso dos CoCos, concluído em fevereiro de 2017, e refletindo a manutenção da dinâmica comercial e o rigoroso controlo dos custos”, diz o banco.

Na atividade internacional, o banco revela que obteve um “resultado líquido de 41,1 milhões de euros nos primeiros três meses de 2017, comparando com 44,8 milhões de euros no trimestre homólogo do ano anterior, condicionado pelo menor contributo da operação em Angola e não obstante a evolução favorável das restantes operações, apesar do efeito penalizador das contribuições obrigatórias na Polónia”.

“A margem financeira do BCP ascendeu a 332,3 milhões de euros no primeiro trimestre de 2017, aumentando 13,7% face aos 292,4 milhões de euros alcançados no período homólogo de 2016. Esta evolução deveu-se ao contributo quer da atividade em Portugal, quer da atividade internacional”, nota o banco. A taxa de margem financeira nos primeiros três meses de 2017 situou-se em 2,17%, que compara com 1,81% em igual período do ano anterior.

Imparidades pesam… menos

Neste período, o banco revela que as imparidades de crédito (líquidas de recuperações) encolheram. Situaram-se em 148,9 milhões de euros no primeiro trimestre de 2017, diminuindo 7,3% face aos 160,7 milhões de euros registados no primeiro trimestre de 2016, influenciadas pela atividade em Portugal.

“As outras imparidades e provisões totalizaram 54,3 milhões de euros nos primeiros três meses de 2017, comparando com 15,4 milhões de euros no período homólogo do ano anterior, refletindo essencialmente o reforço das provisões relacionadas com garantias, com fundos de reestruturação empresarial e outros ativos”, remata.

Rácio de capital mais forte

Perante o crescimento dos lucros, fruto da melhoria da atividade mas também do menor peso das imparidades, o rácio de capital do BCP melhorou nos três primeiros meses do ano. O “rácio CET1 phased-in estimado em 31 de março de 2017, situou-se em 13,0% face aos 12,4% reportados em 31 de dezembro de 2016. Em base fully implemented, o rácio CET1 evoluiu favoravelmente de 9,7% no final de 2016 para um valor estimado de 11,2%.

“A evolução positiva do rácio CET1 no primeiro trimestre de 2017 beneficiou maioritariamente da operação de aumento de capital realizada em fevereiro 2017 e dos resultados líquidos acumulados do primeiro trimestre de 2017, apesar do reembolso da totalidade dos CoCos e, no caso do rácio phased-in, do efeito negativo associado à respetiva progressão, que se verificou em 1 de janeiro de 2017″, destaca o banco.

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Macron não chegou a Lisboa. Bolsa interrompe ganhos

O PSI-20 foi penalizado pela família EDP e pelo BCP, que apresenta esta tarde os resultados do primeiro trimestre.

A bolsa de Lisboa interrompeu, esta segunda-feira, o ciclo de ganhos que mantinha há quatro sessões consecutivas e que a levou para bull market. A praça lisboeta abriu em alta, num dia em que os investidores foram animados pela vitória de Emmanuel Macron nas presidenciais francesas, mas acabou por fechar em queda ligeira, pressionada pela família EDP e pelo BCP.

O PSI-20 caiu 0,42%, para os 5.232,50 pontos. Do lado das quedas, o destaque vai para a EDP, que perdeu 0,74%, para 3,23 euros por ação, depois de ter visto o Macquarie a reduzir a recomendação da energética para “neutral”. Já a EDP Renováveis desvalorizou 0,46%, para os 6,99 euros.

Também o BCP contribuiu para a queda do PSI-20, ao cair 2,35%, para 22 cêntimos. O banco apresenta esta tarde os resultados do primeiro trimestre e a expectativa do mercado é de que os lucros tenham ligeiramente neste período.

Destaque ainda para a Corticeira Amorim, que afundou 3,27%, para os 11,23 euros, e para o setor do retalho, com a Jerónimo Martins a perder 0,67%.

A impedir maiores quedas estiveram os CTT, ao subirem 2,81%, e Mota-Engil, que avançou mais de 1%.

No resto da Europa, a festa pela vitória de Macron também durou pouco. As principais praças europeias fecharam com quedas ligeiras, com o índice de referência europeu Stoxx 600 a recuar 0,13%.

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Juncker: Franceses “gastam demasiado” e “nas coisas erradas”

  • Lusa
  • 8 Maio 2017

O presidente da Comissão Europeia defende que França precisa de reformas económicas, mas no seu próprio tempo, sem pressões externas.

O Governo francês “gasta demasiado” e de forma errada. Quem o diz é Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia, que, ainda assim, pede tempo para que o novo presidente francês, Emmanuel Macron, possa lançar as suas reformas.

Juncker falava em Berlim, na apresentação do livro “Neuvermessungen (Novas Medições)”, do ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Sigmar Gabriel, que partilha a sua visão sobre os principais desafios da atualidade, da imigração, à digitalização e à ascensão da extrema-direita.

"Com França temos um problema particular: os franceses gastam demasiado dinheiro e gastam demasiado nas coisas erradas. Isto não vai funcionar a longo prazo.”

Jean-Claude Juncker

Presidente da Comissão Europeia

“Com França temos um problema particular: os franceses gastam demasiado dinheiro e gastam demasiado nas coisas erradas. Isto não vai funcionar a longo prazo”, disse o presidente da Comissão Europeia.

Junker considerou, ainda, que França precisa de realizar reformas económicas — como, aliás, já propôs Macron –, mas no seu próprio tempo, sem pressões externas.

Neste sentido, Juncker indicou que o país também precisa de flexibilidade em termos do défice, enquanto aplica as reformas, adiantando que a consolidação fiscal é “a tarefa de uma geração” e defendendo que não se deve falar apenas de défice, mas também de crescimento.

Gabriel secundou o presidente da Comissão ao defender que se dê mais espaço de manobra a França no domínio orçamental, recordando que quando a Alemanha, com o chanceler Gerhard Schroeder, aplicou as reformas estruturais da Agenda 2010, não cumpriu os limites do défice.

“O meu pedido” é que como alemães não se proíba aos outros a flexibilidade de que a Alemanha beneficiou naquele momento, declarou o chefe da diplomacia alemã.

 

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Juros das poupanças e do crédito em novos mínimos históricos

Em março, a remuneração das novas aplicações em depósitos a prazo baixou para um novo mínimo de sempre. No crédito à habitação e nos empréstimos às empresas aconteceu o mesmo, mostram dados do BCE.

Colocar dinheiro em depósitos a prazo nunca rendeu tão pouco. Dados divulgados pelo Banco Central Europeu (BCE), indicam que, em março, a remuneração dos novos depósitos a prazo das famílias se fixou, em média, nos 0,31%. Trata-se da taxa de juro mais baixa do histórico da entidade liderada por Mario Draghi, que remonta ao início do ano 2000. Mais baixa foi ainda a remuneração oferecida nos depósitos com prazo até um ano, onde a taxa de juro recuou pela primeira vez abaixo da fasquia dos 0,3%, para se fixar numa média de 0,29%.

Os novos mínimos dos juros dos depósitos a prazo, surgem no seguimento da fraca apetência dos bancos em captar recursos dos seus clientes, tendo em conta não só o nível historicamente baixo dos indexantes como o facto de já não precisarem desses ativos para puxarem pelos seus rácios de capital. A prioridade dos bancos passa agora por dar crédito, razão que ajuda a explicar que os juros dos novos empréstimos às famílias e às empresas também continuem a apresentar uma tendência de descida, em alguns casos também para níveis historicamente baixos.

Juros dos depósitos até um ano abaixo dos 0,3%

Fonte: BCE

É o que se passa, por exemplo, com o crédito à habitação. Em março, a taxa de juro média aplicada em novos empréstimos com esse fim atingiu um novo mínimo histórico. Quem contratou crédito à habitação nesse mês, começou a pagar uma taxa de juro média de 1,77%, o que corresponde ao valor mais baixo do histórico do BCE que remonta também ao arranque do ano 2000. Para além da tendência de queda das taxas Euribor nos diferentes prazos, parte da descida dos juros dos créditos à habitação celebrados nesse mês também se resulta da tendência de descida que se observa nos spreads aplicados pelos bancos.

Nas restantes finalidades de crédito disponibilizados aos particulares também se observou uma tendência de descida, apesar de não se tratar de um mínimo de sempre. No caso da concessão de novos empréstimos ao consumo, a taxa de juro fixou-se, em média, nos 7,48%, o valor mais baixo desde o observado em dezembro do ano passado (7,14%). Esse sim, o valor mais baixo do histórico disponibilizado pelo BCE. No caso dos outros empréstimos a particulares, taxa de juro média ficou nos 3,83%, a mais baixa desde julho do ano passado, mês em que a taxa de juro se tinha fixado, em média, nos 3,8%. Ou seja, o mínimo do histórico.

Empresas também provam juros mínimos

O nível historicamente baixo dos juros também chega às empresas. Em março, os bancos cobraram, em média, uma taxa de juro de 2,71% para emprestarem dinheiro às empresas, naquela que já é a mais baixa do histórico de 17 anos disponibilizado pela entidade liderada por Mario Draghi. Em fevereiro, a taxa tinha-se fixado nos 2,89%, em média. A quebra dos juros foi transversal a todas as empresas, independentemente da sua dimensão.

No caso das Pequenas e Médias Empresas (PME), a taxa de juro média recuou até aos 3,16%, abaixo dos 3,25% verificados, em fevereiro. Já no caso das grandes empresas, a taxa de juro foi, em média, de 2,04%, abaixo dos 2,17% registados em fevereiro. As empresas de maior dimensão continuam a ser aquelas que mais têm sido beneficiadas pelo alívio dos juros dos empréstimos.

Independentemente da descida dos juros que, para além das famílias, também tem beneficiado as empresas, as quantias emprestadas a esse segmento têm apresentado uma tendência de queda. Os últimos dados disponíveis, relativos a fevereiro, indicam que nesse mês a concessão de crédito a esse segmento recuou para o patamar mais baixo pelo menos dos últimos 14 anos. Em fevereiro, as empresas nacionais foram buscar um total de 1.831 milhões de euros à banca, o que corresponde ao montante mais baixo pelo menos desde o início de 2003, período a que remonta o histórico do BdP.

Grande parte da justificação para o baixo volume de crédito a este segmento resulta da falta de procura. Já no caso dos particulares, sobretudo no que respeita à habitação e ao consumo, a tendência tem sido para aumentar a procura. O último inquérito aos bancos sobre o mercado de crédito realizado pelo Banco de Portugal aponta para que no segundo trimestre deste ano, a procura de crédito à habitação deverá continuar a ser o motor da concessão. Já no que respeita às empresas, é antecipado um ligeiro aumento da procura, sobretudo por parte da PME.

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Wall Street abre estável com eleições francesas. Política monetária é o novo foco

  • ECO
  • 8 Maio 2017

Uma Europa mais estável politicamente permite aos mercados estabilizarem também. Wall Street abre com alterações ligeiras e com novo foco: a política monetária.

As eleições francesas permitem a visão de uma Europa mais sólida. O Banco Central Europeu (BCE) tem agora espaço para lançar novas políticas monetárias que estimulem a zona euro. Tendo em conta este cenário, a bolsa norte-americana abre como esperado, sem grandes alterações, e com novo foco: a política monetária que será seguida na Europa.

A moeda europeia atingiu um máximo de seis meses depois de sabidos os resultados das eleições francesas. Contudo, hoje cai 0,48% face ao dólar, valendo atualmente 1,9044 dólares. As bolsas da maior economia do mundo retraem-se após vários dias em máximos de sempre, motivada por dados de empregabilidade acima das expectativas.

A tranquilidade foi devolvida aos investidores para vitória esmagadora de Macron, que serve sobretudo como referendo acerca de um possível Frexit. “Os investidores vão voltar a analisar os dados económicos e de inflação da zona euro e as implicações que terá para a política monetária“, prevê Iain Stealey, gestor na JPMorgan.

O industrial Dow Jones destacou-se a vermelho, caindo 0,05% para os 20.996 pontos. O S&P manifestou cautela, abrindo no amarelo, sem quaisquer alterações nos 2399 pontos. Só o Nasdaq subiu, mas não significativamente: 0,03%, para os 6102 pontos. A tendência geral é contudo de quebras ligeiras.

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Bolsa está em bull market. Olé!

PSI-20 já avança mais de 20% face ao mínimo de novembro, entrando em bull market. O ataque do touro na bolsa portuguesa está para ficar? Analistas acreditam que sim. Olé, touro lindo!

Touro chegou à bolsa portuguesa.Fotomontagem: Raquel Sá Martins

O touro está de volta à arena da bolsa nacional. O PSI-20 já avança mais de 20% desde que tocou mínimos de seis meses em novembro do ano passado, correspondendo à definição clássica do bull market. Há vários fatores que têm alimentado o movimento ascendente do mercado — o mesmo movimento com que aquele animal ataca através dos seus cornos. A vitória de Macron neste domingo reforçou o ambiente de otimismo nas bolsas. Lisboa será capaz de aguentar o ataque do touro? Os analistas acreditam que sim.

Desde o dia 14 de novembro, em que atingiu o nível mais baixo do último semestre, o benchmark nacional protagoniza uma rally imparável superior a 20%. Isto compara com o avanço de 16,6% do índice de referência europeu Stoxx 600 e de 10% do índice que funciona como um farol para investidores em todo o mundo, o S&P 500. Melhor só mesmo a bolsa de nuestros hermanos: o Ibex-35 ganha mais de 28% no mesmo período.

O facto de o PSI-20 partir de um nível mais baixo que os pares ajuda a explicar o bom momento da praça lisboeta. Mas há mais motivos. A começar pelo desempenho da economia e por fatores específicos das cotadas portuguesas, até ao maior otimismo no cenário internacional, criando o habitat perfeito para a convivência com o touro.

Madrid alcança melhor desempenho desde novembro

Fonte: Bloomberg (valores em %)

“O desempenho positivo do PSI-20 decorre do desempenho positivo do mercado europeu, com o ‘ponto de partida’ mais deprimido do PSI-20 face às congéneres a justificar a outperformance recente face a este, da resolução de algumas ‘histórias’ que estavam a pressionar o índice, de um período de M&A mais ativo no mercado português (conclusão da OPA sobre o BPI, lançamento da OPA da EDP sobre a EDP Renováveis), e da conjuntura económica ‘mais forte’ em Portugal, que consequentemente reflete-se num melhor desempenho operacional pelas cotadas com maior exposição à economia nacional”, diz a equipa de research do Banco BiG.

É um facto. Portugal apresenta níveis de confiança reforçados. As últimas notícias em relação ao défice, ao Produto Interno Bruto (PIB) e ao desemprego são positivas. A perceção de risco do país junto dos investidores internacionais está em queda livre — razão pela qual o IGCP já arrisca a ir ao mercado com leilões de dívida a dez anos. Da Europa sopram também ventos favoráveis e que saíram reforçados com a vitória de Emmanuel Macron nas eleições presidenciais francesas deste fim de semana, afastando Marine Le Pen do poder.

“Há um sentimento geral dos investidores, sobretudo ativos de risco como as ações, de diminuição da aversão ao risco e aumento da complacência perante a incerteza. Este fenómeno ficou mais visível desde o resultado da primeira volta das eleições francesas, com as sondagens a afastarem Marine Le Pen do Eliseu”, comenta João Queiroz, diretor de banca online do Banco Carregosa.

“A perceção do risco soberano dos países da periferia também melhorou. Mas não foi só isso: o calendário de apresentação de resultados nos EUA, em média, surpreendeu pela positiva com estimativas de crescimento de dois dígitos nos lucros”, reforça Queiroz.

"Há um sentimento geral dos investidores, sobretudo ativos de risco como as ações, de diminuição da aversão ao risco e aumento da complacência perante a incerteza. A perceção do risco soberano dos países da periferia também melhorou. Mas não foi só isso: o calendário de apresentação de resultados nos EUA, em média, surpreendeu pela positiva.”

João Queiroz

Banco Carregosa

Winners e laggers

No plano empresarial, também há motivos para pegar o touro pelos cornos. Algum do otimismo dos investidores em relação às cotadas está de regresso. Ou, pelo menos, a reputação do mercado nacional parece ter superado o trauma que foram as falências em catadupa do império Espírito Santo e Banif e ainda o caso da Portugal Telecom.

O próprio índice registou alguns ajustamentos nos últimos meses. Saiu o BPI depois da Oferta Pública de Aquisição (OPA) do CaixaBank, entraram dois novos sócios para o PSI-20: Novabase e Ibersol.

Albino Oliveira, gestor de ativos da Patris Investimentos, nota que há um “regresso da confiança por parte dos investidores a algumas cotadas do PSI-20”. De facto, empresas como Mota-Engil, Navigator, Corticeira Amorim e Pharol têm estado em plena evidência na principal montra do mercado português: desde meados de novembro as ações acumulam ganhos entre 40% e 50%. Em relação à Novabase, a tecnológica liderada por Luís Paulo Salvado só chegou ao PSI-20 em março e o primeiro mês foi pautado por alguma ausência do mercado.

Winners da bolsa

Fonte: Bloomberg (valores em %)

Em sentido contrário, Nos Montepio e CTT não conseguiram aproveitar o sentimento mais favorável que o mercado português tem evidenciado desde novembro e são as exceções na bolsa nacional, enquanto REN e BCP têm estado aquém do desempenho do PSI-20, ainda assim mantendo-se em terreno positivo.

Importa salientar, porém, que o banco liderado por Nuno Amado valoriza aproximadamente 25% desde o início do ano. “Está a beneficiar do comportamento do setor na Europa, mas o desempenho traduz também uma maior confiança dos investidores relativamente ao balanço da instituição após a realização do aumento de capital”, argumenta Albino Oliveira. O BCP apresenta contas trimestrais esta segunda-feira após o fecho da bolsa.

Laggers da bolsa

Fonte: Bloomberg (valores em %)

Os riscos

O apetite no mercado nacional existe e pode durar, admitem os especialistas consultados pelo ECO. Mas este sentimento pode mudar de forma brusca a qualquer momento. E o touro vai embora.

“Por exemplo, uma deterioração no enquadramento económico, tendo em conta as atuais elevadas expectativas. Os indicadores de sentimento e atividade registaram nos últimos meses uma forte subida. Por outro lado, o movimento nas yields portuguesas foi também já bastante significativo…”, lembra Albino Oliveira. “Uma inversão no movimento (mesmo que temporária) em ambos os casos poderia ter um impacto negativo”, frisa o responsável.

"Uma inversão no movimento (mesmo que temporária) económico ou dos juros poderia ter um impacto negativo na bolsa portuguesa.”

Albino Oliveira

Patris Investimentos

Para João Queiroz, as maiores preocupações que enfrenta a bolsa nacional neste momento são sobretudo exportadas. “No fundo, temos sempre receio de uma crise sistémica do setor bancário, de um resultado inesperado de processos eleitorais (dentro de um mês haverá três processos eleitorais), de um cisne negro ou de uma das dez bolhas dos EUA suscitar preocupações relevantes”, elenca o gestor do Banco Carregosa.

Seja como for, o touro chegou à bolsa portuguesa e parece estar bem alimentado. Olé, touro lindo!

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