La Caixa quer investir 50 milhões em iniciativas sociais em Portugal
Fundação "la Caixa" chega a Portugal com investimento de 10 milhões de euros em iniciativas de cariz social, científico e cultural. Espanhola quer subir apoios para 50 milhões, em cinco anos.
Depois de ter assumido as rédeas do BPI, a Fundação Bancária “la Caixa” chega a Portugal com um investimento de 10 milhões de euros em iniciativas de cariz social, científico e cultural. O principal acionista do CaixaBank (que detém, por sua vez, mais de 80% do banco português referido) inicia, assim, este ano a “implementação progressiva” da sua ação social em território lusitano com o objetivo de contribuir para o bem-estar dos portugueses.
Esta quarta-feira, na apresentação deste projeto e em resposta ao ECO, o diretor-geral da fundação espanhola, Jaume Giró, adiantou ainda que, no prazo de cinco anos, a meta é escalar esse investimento em Portugal para os 50 milhões de euros. A concretizar-se, esta aposta colocaria a “la Caixa” ao nível da instituição que, atualmente, mais apoios de cariz social distribuí em Portugal, a Fundação Calouste Gulbenkian.
“É um momento histórico”, considerou, esta tarde, o presidente honorário do BPI, relativamente à chegada da espanhola a Portugal. Artur Santos Silva — que é responsável pela coordenação do programa, neste lado da Península Ibérica — explicou que o primeiro passo foi a análise das “necessidades prioritárias do país” e dos programas que tiveram maior sucesso em Espanha, para determinar aqueles que seriam efetivamente importados. Desse estudo, resultaram um conjunto de linhas mestras focadas sobretudo nos cuidados paliativos e na contratação de pessoas em risco ou em situação de exclusão através do programa Incorpora.
De acordo com o presidente honorário do banco português, esse projeto foi um “grande êxito” em Espanha, o que justifica a sua chegada a Portugal. O Incorpora facilitará a integração laboral de grupos “especialmente vulneráveis”: jovens que nem estudam, nem trabalham; desempregados de longa duração maiores de 45 anos; ex-reclusos; ex-toxicodependentes; vítimas de violência domésticas, e pessoas com deficiência. Numa primeira fase, o programa arrancará apenas no Porto, Lisboa e Coimbra com a colaboração de 30 entidades sociais portuguesas.
Parceiros serão alvos de auditorias
“[A nossa missão] é construir uma sociedade melhor, mais justa e com mais oportunidades para as pessoas que mais necessitam“, sublinhou Jaume Giró, no evento desta tarde. Para além destes dois grandes focos, a chegada da “la Caixa” a Portugal vai representar o lançamento de programas especiais — como o de Dinamização das Regiões Transfronteiriças (único para a fundação) — e a atribuição por concurso de prémios a projetos de entidades sociais.
Nesse último caso, sabe o ECO que haverá não só grande exigência na escolha dessas instituições como também auditorias durante a realização dos programas para avaliar a sua execução orçamental. “Vamos contar muito com a resposta de ONGs, que podem ser os principais prestadores de serviços”, acrescentou, neste sentido, Giró, no que diz respeito às áreas de intervenção social dos cuidados paliativos e da contratação laboral.
Por outro lado, será igualmente apoiada a investigação científica (através de parcerias com as universidades e do lançamento de bolsas), o empreendedorismo e a cultura (com exposições firmes ou itinerantes). Também os prémios BPI serão reforçados com a criação de duas novas distinções, que se vêm juntar às três já existentes.
No próximo ano, a “la Caixa” espera concentrar o seu trabalho na pobreza infantil, no apoio a idosos, na educação e no apoio aos jovens empreendedores.
Criada em 1904, em Barcelona, a Fundação Bancária “la Caixa” é a terceira maior do mundo, em ativos, contando com um orçamento de 520 milhões de euros só para este ano. “Estamos muito contentes por estar aqui, em Portugal”, realçou Jaume Giró, esta quarta-feira.
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