Mudança de discurso é “prematura”. BCE atento ao euro
As atas da reunião de janeiro revelam que os responsáveis do BCE consideram ser cedo para mudar a forma de comunicar a normalização da política monetária, apesar da confiança face ao rumo da inflação.
A reunião de janeiro do Banco Central Europeu deixou tudo na mesma no que diz respeito ao rumo da política monetária da Zona Euro. A divulgação das atas do Conselho de Governadores, nesta quinta-feira, permite agora saber que consideraram que uma mudança de discurso é demasiado “prematura”, apesar dos sinais que apontam para que a inflação esteja a ir rumo à meta. Um dos aspetos que continua a preocupar o BCE é a valorização do euro.
A discussão sobre o ajustamento da posição do BCE pode acontecer no início deste ano, mas os responsáveis do banco central da Zona Euro concluíram ser necessário evitar ajustamentos abruptos e manter uma atenção próxima face à subida do euro, mostram as atas da reunião.
O BCE deixou a política monetária em standby na reunião de 25 de janeiro e alertou para as tentativas dos responsáveis dos EUA em desvalorizar o dólar, o que poderia obrigar a um repensar das políticas a desenvolver.
De salientar que na conferência de imprensa que se seguiu à reunião de janeiro, Mario Draghi foi respondendo que não faz parte do mandato do BCE fixar um objetivo para a taxa de câmbio — porque o banco central está mandato para controlar a estabilidade dos preços com a meta de cerca de 2% para a inflação — mas não deixou de evidenciar que um euro mais forte é “uma fonte de incerteza”.
“Mudanças na comunicação foram vistas de forma geral como prematuras nesta conjuntura”, defenderam os responsáveis do BCE. “A política monetária deverá continuar a desenvolver-se com uma visão que evite ajustamentos abruptos e ou desordenados”, acrescentam as atas da reunião.
Esses comentários sugerem que os responsáveis do BCE irão atuar gradualmente, mantendo ao mesmo tempo debaixo de olho os mercados de forma a evitar um recuo forçado nas políticas.
“Houve um consenso alargado entre os membros de que a recente volatilidade na taxa de câmbio do euro era uma fonte de incerteza que requeria monitorização“, acrescentaram as atas.
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