Tomás Correia pede a Carlos Tavares que “remunere adequadamente” a dona do Montepio
Carlos Tavares já sabe a missão que o espera à frente do Montepio. Tomás Correia pretende que a nova administração tenha presente que o banco terá de "remunerar adequadamente" os seus acionistas.
Carlos Tavares e a sua equipa estão prestes a iniciar funções na Caixa Económica Montepio Geral e já sabem qual a missão que os espera. A Associação Mutualista quer que o banco “remunere adequadamente o(s) seu(s) acionista(s) com caráter estável e sustentável”.
A mutualista liderada por Tomás Correia divulgou esta segunda-feira a Carta de Missão que a nova administração da Caixa Económica terá de seguir no próximo mandato e que terá Carlos Tavares como chairman e CEO numa fase inicial. Dentro dos vários objetivos elencados pelo ainda único acionista do Montepio, a nova equipa terá de ter “presente que enquanto instituição de crédito terá de remunerar adequadamente o(s) seu(s) acionista(s) com caráter estável e sustentado”.
Mas os dividendos aos vários acionistas são apenas uma parte da missão da “nova” Caixa Económica, que em breve terá a Santa Casa e outras instituições sociais no seu capital, num investimento a rondar os 48 milhões de euros, como avançou o ECO.
São dez os pontos enumerados pela Associação Mutualista para o trabalho que terá de ser desenvolvido por Carlos Tavares e pelo recém-eleito conselho de administração que ele vai liderar, naquilo que é considerado o “último passo de um processo de renovação do seu quadro jurídico de atuação e de relacionamento acionista”.
A Caixa Económica terá de atribuir “particular destaque às instituições da economia social e empreendedores sociais, de base local, regional e nacional”, distinguindo os braços de banca comercial da banca de investimento. Será no seio desta nova estrutura do banco que Carlos Tavares terá de procurar e aprofundar sinergias nas suas atividades, “sem prejuízo da segregação de funções exigida pela regulamentação aplicável”.
Aliás, apesar desta separação entre aquilo que é banco e mutualista, é salientado o papel dos balcões da Caixa Económica como “canal privilegiado de distribuição da oferta das diferentes organizações do Grupo Montepio, com especial destaque para a distribuição de produtos mutualistas disponibilizados pelo Montepio Geral – Associação Mutualista (…), sempre no respeito estrito das disposições legais e regulamentares aplicáveis”.
Segundo o plano de atividades para 2018, a Caixa Económica terá de colocar nos seus clientes 970 milhões de euros em produtos mutualistas, um montante que os sindicatos consideram elevado e vai adicionar pressão sobre os trabalhadores do banco.
Alianças internacionais
Sem grande grau de detalhe, a Associação Mutualista deixa ainda a ideia de que, apesar de a prioridade do banco ser o mercado doméstico, Carlos Tavares deverá potenciar alianças com instituições internacionais, sobretudo nos países lusófonos.
“Sendo a prioridade da Caixa Económica o mercado doméstico, deverá ser acautelada uma gestão prudente das participações internacionais já existentes – designadamente nos países lusófonos – privilegiando possíveis alianças com instituições internacionais com filosofia semelhante, designadamente dos setores cooperativo e da economia social”, lê-se na Carta de Missão.
(Notícia atualizada às 16h40 com mais informação)
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