Draghi: Abrandamento económico foi “inesperado”, mas perspetiva é sólida
O presidente do BCE diz que o abrandamento registado na Zona Euro no início do ano poderá ser uma consequência natural, depois de um crescimento sustentado nos trimestres anteriores.
Tal como previsto, o BCE manteve a sua política de estímulos nesta quinta-feira. Ao comentar o abrandamento económico registado na Zona Euro no início deste ano, Mario Draghi disse, contudo, ter sido “inesperado” o resultado alcançado em alguns indicadores. Uma surpresa que, no entanto, não invalida que o Banco Central Europeu (BCE) tenha uma perspetiva sólida relativamente ao rumo da economia da Zona Euro.
“Os indicadores económicos sugerem certa moderação no ritmo de crescimento desde o início o ano”, começou por dizer o presidente do BCE, na conferência de imprensa que se seguiu à divulgação da decisão do BCE. Mas logo de seguida, o responsável pelo banco central justificou que “essa moderação pode, em parte, refletir uma queda do elevado ritmo de crescimento observado no final do ano passado”, falando assim numa “esperada normalização”. Referiu ainda o eventual impacto negativo em termos temporais, como o tempo frio ou greves em alguns dos Estados Membro.
Se, de alguma forma, Mario Draghi parece desvalorizar a desaceleração económica registada no espaço do euro no arranque do ano, disse que a entidade que lidera tem de olhar com “cautela” para os números antes de decidir sobre uma eventual alteração do programa de estímulos monetários. O responsável máximo do BCE disse, aliás, que a política monetária não foi um tema que tenha estado em cima da mesa na reunião de governadores dos bancos centrais da Zona Euro desta quinta-feira.
“O que é interessante é que não discutimos a política monetária por si“, afirmou Mario Draghi. “A razão para não discutirmos é que a leitura do início do ano é muito importante para decidir ações futuras. Precisamos de entender o que aconteceu: se é permanente ou pontual”, justificou, quando confrontado pelos jornalistas.
Mas a confiança no rumo da economia do espaço do euro não parece ter ficado abalada. “A força inerente da economia da Zona Euro continua a suportar a nossa confiança de que a inflação irá convergir rumo ao nosso objetivo de inferior, mas próximo de 2% no médio prazo”.
Ameaça do protecionismo “mais proeminente”
Antes de ser questionado pelos jornalistas presentes na conferência de imprensa, durante a declaração inicial, Mario Draghi afirmou que os riscos relacionados com a ameaça do protecionismo se tornaram “mais proeminentes”. Disse ainda que a imposição de tarifas por parte dos EUA aos produtos europeus “até agora não parece substancial”, mas que o impacto da retaliação pode ter um impacto negativo na confiança”. Este efeito negativo na confiança “pode afetar o outlook de crescimento”, acrescentou.
Relativamente à conquista de terreno do euro face ao dólar, Mario Draghi diz que foi outro dos assuntos que não esteve em cima da mesa na reunião de governadores desta quinta-feira.
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