Siza Vieira também esteve em situação de incompatibilidade na Metro Transportes do Sul

Pedro Siza Vieira esteve em situação de incompatibilidade não uma, mas duas vezes. Além de ter acumulado o cargo de ministro Adjunto com o de sócio da Prática Magenta, por dois meses após tomar posse, o governante também ocupou a posição de presidente da Mesa da Assembleia Geral da Metro Transportes do Sul S.A. durante quase um mês após se ter tornado membro do Executivo, avança o Público.

Esta sexta-feira, Siza Vieira entregou no Parlamento a atualização do registo de interesses. A irregularidade em causa foi detetada através desse documento, no qual o ministro explica que deixou o cargo em questão a 23 de novembro de 2017. Recorde-se que o governante tomou posse a 21 de outubro daquele ano.

Siza Vieira ligou-se à Barraqueiro quando, através da Linklaters, representou o grupo no processo que devolveu a maioria de capital da TAP ao Estado. Nesse contexto, é importante referir que a Metro Transportes do Sul é um consórcio liderado pela Barraqueiro, que é também acionista da transportadora aérea nacional.

Na atualização entregue esta sexta-feira ao Parlamento, o ministro declara ainda que deixou o cargo de membro da direção e depois de presidente da Associação Portuguesa de Arbitragem, onde esteve entre 2009 e 2017. Não indica, contudo, o dia e o mês que saiu. Entretanto, em Matosinhos, o governante escusou-se a esclarecer a data em que renunciou ao cargo de sócio-gerente da sociedade Prática Magenta, remetendo para “as duas declarações” que fez no registo de interesses referido.

Questionado pelos jornalistas sobre se receia as consequências da anunciada investigação do Ministério Público às suas declarações de incompatibilidades e de rendimentos, o governante respondeu apenas: “Não, claro que não”.