Comissão aprova os 96 nomes do inquérito aos CMEC
Entre 96 pessoas que serão chamadas ao Parlamento destacam-se Manuel Pinho, Ricardo Salgado e outras dez personalidades.
A Comissão Parlamentar de Inquérito ao Pagamento de Rendas Excessivas aos Produtores de Eletricidade aprovou os 96 nomes propostos pelos seis partidos para serem ouvidos, avança esta quinta-feira a SIC Notícias.
“Acabámos de aprovar, por unanimidade, a audição de 100 individualidades e mais 17 entidades. Destas entidades há seis cujos nomes dos presidentes constam das 100 individualidades”, disse a deputada do PSD Maria das Mercês Borges, a presidente da comissão, em declarações citadas pela Lusa.
Entre os nomes chamados ao Parlamento, há alguns que se destacam. Manuel Pinho e Ricardo Salgado estão no centro do caso que acelerou a constituição desta comissão de inquérito, depois de o antigo banqueiro ter sido constituído arguido, suspeito de ter pago mais de um milhão de euros a Manuel Pinho para que o Governo favorecesse a EDP, de quem o Banco Espírito Santo era acionista.
Para além destes dois, vão sentar-se à mesa da comissão dos CMEC José Sócrates, Pedro Santana Lopes, Álvaro Barreto, Carlos Tavares, Henrique Gomes, João Talone, António Mexia, João Manso Neto, João Conceição e Rui Cartaxo.
A comissão, que irá decorrer ao longo de quatro meses, terá assim por objeto determinar “a dimensão dos pagamentos realizados e a realizar” no âmbito dos CMEC, bem como “o efeito sobre os custos do sistema elétrico produzido pelas alterações legislativas e atos administrativos realizados no âmbito dos CMEC e dos CAE [contratos de aquisição de energia] pelos governos entre 2004 e 2018”.
Serão ainda analisadas “as condições em que foram tomadas decisões governativas, designadamente, em face de eventuais estudos e pareceres de entidades reguladoras, ERSE [Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos] e Autoridade da Concorrência”, e a “existência de omissão ou falha comportamental de relevo no cumprimento das obrigações dos serviços e das entidades reguladoras”.
Desde que entraram em vigor, em 2007, e até ao ano passado, os CMEC representaram um custo de 2.500 milhões de euros para os consumidores de eletricidade. Em setembro do ano passado, a ERSE propôs que o valor a pagar à EDP ao longo dos próximos dez anos seja de 829 milhões de euros, o que equivale a 82,9 milhões de euros por ano. Esse montante é inferior em 167,1 milhões, por ano, relativamente às rendas de 250 milhões que a EDP recebeu anualmente na última década.
(Notícia atualizada às 14h30 com mais informação)
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