Lucros da Ryanair aterram. Greves passam fatura
Aumento dos combustíveis, subida dos custos com pessoal e recuo dos preços das tarifas. São esses os três fatores apontados pela Ryanair para o emagrecimento de 20% dos seus lucros.
A companhia área de voos económicos Ryanair anunciou, esta segunda-feira, lucros brutos de 319 milhões de euros no primeiro trimestre fiscal (até 30 de junho), 20% menos do que em igual período do ano passado.
A empresa relaciona a descida com a baixa do preço da tarifa média, em 4%, situando-a nos 38,68 euros, ao aumento dos combustíveis e aos custos com trabalhadores.
A Ryanair refere também que uma parte das férias da Páscoa “ficaram fora do primeiro trimestre” e que as greves dos controladores aéreos e a falta de pessoal em vários países europeus provocaram o cancelamento de 2.500 voos entre os meses de abril e junho.
Mesmo assim, refere a companhia aérea, verificou-se um aumento de 7% no tráfego de passageiros, no primeiro trimestre de 2017, e que aumentou 9% as vendas, correspondendo a um valor de 2.079 milhões de euros.
Em comunicado, o presidente do conselho de administração, Michael O’Leary, destacou que apesar dos cancelamentos, o “fator de carga” – que regista a percentagem de lugares ocupados em cada avião – situou-se nos 96%, uma “cifra líder” no setor.
As vendas auxiliares, que incluem as vendas a bordo, pagamentos adicionais por bagagem ou tarifas de embarque com prioridade, aumentaram 25%.
O’Leary indicou que os custos com trabalhadores aumentaram 34% depois de um “aumento de 20% dos salários dos pilotos e de 3% nos restantes funcionários”.
O tempo de horas de voo aumentou 9%, no mesmo período, acrescentou.
A companhia aérea assinala que foram firmados “acordos laborais com sindicatos de pilotos e de tripulações de cabine” depois de ter reconhecido no passado mês de dezembro – pela primeira vez – os sindicatos independentes.
Mesmo assim, a falta de consensos levou uma centena de pilotos na Irlanda – 25% do total no país – a convocarem três greves em julho enquanto que os sindicatos em Portugal, Espanha e Bélgica decretaram paralisações nos próximos dias 25 e 26 o que vai obrigar à suspensão de 600 voos da Ryanair durante esses dois dias.
“Minimizamos o impacto destas greves junto dos nossos clientes suspendendo uma pequena parte do programa de voos com bastante tempo de antecipação em relação aos dias em causa para permitir aos passageiros que mudem de ligação ou recebam a devolução do valor que tinham despendido”, disse hoje a companhia aérea.
A Ryanair disse que vai continuar a negociar “ativamente” com os sindicatos “em toda a Europa” e que “apesar de prever mais movimentações durante o verão” a companhia refere que não está disposta a ceder a “tantas exigências pouco razoáveis” que “podem pôr em causa o modelo altamente eficaz de tarifas baixas”.
Para a companhia, o impacto dos protestos pode provocar o aumento do preço médio do bilhete.
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