Motoristas da STCP querem revisão dos horários ou avançam para a greve
"Por deficiência na construção dos horários e da otimização dos percursos de linha, os motoristas conduzem mais de sete horas consecutivas sem uma pausa para ir à casa de banho", dizem os sindicatos.
Os motoristas da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) farão greve ao primeiro dia útil de cada mês caso até setembro as suas reivindicações de higiene e segurança sejam inviabilizadas pela empresa, revelou o sindicalista Eduardo Ribeiro.
Cerca de 300 motoristas da empresa de transportes coletivos do Porto reuniram-se esta terça-feira em plenário para debater sobre as propostas a apresentar ao Conselho de Administração (CA), versando a melhoria das condições salariais e de higiene e segurança. “Se as alterações de higiene e segurança não forem resolvidas até 10 de setembro, os sindicatos ficaram mandatados para fazer greve no primeiro dia útil de cada mês até que o problema seja resolvido“, disse o dirigente do Sindicato dos Transportes Rodoviários e Rodoviários do Norte (STRUN), um dos cinco presentes no plenário.
No centro da polémica, segundo Eduardo Ribeiro, está a falta de resposta do CA ao plenário de dezembro de 2017 quando foram exigidas alterações nos percursos de linha e nos horários de trabalho”, por considerarem estarem “totalmente desregulamentados”. “Para que as pessoas saibam do que estamos a falar, por deficiência na construção dos próprios horários e da otimização dos percursos de linha, os motoristas conduzem mais de sete horas consecutivas dentro da cidade sem uma pausa para ir à casa de banho“, acusou o sindicalista.
A solução, apontou, “passa pelo aumento de pessoal e de turnos por carreira para que se cumpra a oferta publicitada aos utentes” e se “dê o alívio do trabalho destinado a cada trabalhador a fim de que possa ter uma pausa higiénica, nem que seja de cinco minutos”. Sem atualização salarial “desde 2009”, os trabalhadores receberam uma “proposta de aumento insignificante, na ordem do 1,8%“, disse o dirigente sindical, anunciando uma contraproposta elaborada em várias dimensões.
“A nossa contraproposta vai no sentido de evitar que a sua vigência se mantenha até dezembro de 2019 como propôs a CA e que entendemos ser um período bastante alargado”, começou por dizer Eduardo Ribeiro, revelando proporem também “uma redução nos escalões salariais de cinco para três” para fazer uma “proposta de aumento de 2,5%“.
E prosseguiu: “nesta empresa, normalmente, o calendário de revisão das atualizações salariais acontece até 31 de março, e como estamos atrasados e a empresa quer impor a vigência até ao final de 2019, vamos tentar que haja retroatividade dos valores da contraproposta a partir de março ou abril de 2018“.
Estiveram representados no plenário, para além do (STRUN), o Sindicato Nacional dos Motoristas (SNM), Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes da Área Metropolitana do Porto (STTAMP), Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes Rodoviários e Afins (SITRA) e a Associação Sindical de Motoristas de Transportes Coletivos do Porto (SMTP). A Lusa tentou ouvir a STCP, mas até ao momento não foi possível.
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