Quem foi o banqueiro mais bem pago em Portugal? E lá fora?
O setor da banca começa a ficar para trás na lista dos gestores que mais ganham, mas dois banqueiros ainda chegaram a um milhão em 2017. O ECO diz-lhe quem são e compara com os salários lá fora.
Na lista dos que ganham mais, os gestores da banca começam a ficar para trás. Se é verdade que António Mexia, à frente da EDP, é o gestor mais bem pago no país — a somar 2,2 milhões em 2017 –, no caso dos banqueiros o salário mais elevado ultrapassa ligeiramente um milhão de euros. O ECO foi saber quanto ganham os gestores dos cinco maiores bancos em Portugal, sendo que a comparação dos salários é muito influenciada pelo pagamento de prémios e remunerações variáveis.
Em 2017, o banqueiro mais bem pago em território nacional foi Fernando Ulrich. Com uma remuneração fixa de 750.000 euros, a que se juntam cerca de 465.500 euros de remuneração variável, respetivos a prémios de 2016 (quando ainda era CEO), o atual chairman do BPI acabou o ano a ganhar 1,2 milhões de euros. Pablo Forero, o novo presidente executivo do banco, ganhou cerca de 390.000 euros, sem registo de remuneração variável. Ulrich assumiu o cargo de presidente não executivo do BPI em fevereiro de 2017, depois da OPA do CaixaBank e de uma mudança na administração.
Em segundo lugar, e ainda na casa dos milhões, aparece António Vieira Monteiro a fechar 2017 com 1,1 milhões de euros. O CEO do Santander levou para casa 568.000 euros de salário fixo mais 585.000 euros por prémios de desempenho, pagos em dinheiro e em ações.
Do BCP — o único banco a constar no PSI-20 –, Nuno Amado (CEO em 2017) contou com um salário bruto anual de 631.000 euros. A esta remuneração não acrescem prémios, mesmo depois de o banco ter conseguido acabar com os cortes salariais em junho, no fim da ajuda estatal. Amado entretanto passou a chairman e Miguel Maya subiu a CEO.
Na Caixa Geral de Depósitos (CGD), Paulo Macedo levou para casa 387.700 euros o ano passado — um valor mais baixo do que o fixado inicialmente, que se deve ao facto de o gestor ter entrado em funções apenas no final de janeiro, já que o vencimento bruto estabelecido era de 423 mil euros. Não houve prémios, embora o modelo remuneratório do banco ofereça essa possibilidade.
Já António Ramalho, à frente do Novo Banco, acabou 2017 com um salário anual de 329.600 euros, sem registo de remuneração variável. Recentemente, o banco fechou o primeiro trimestre deste ano a registar lucros de 60,9 milhões de euros — uma mudança de paradigma depois de quatro anos a acumular prejuízos. Em entrevista ao ECO, o presidente da instituição afirmou que o ditado que se aplica ao banco é mesmo “o que não nos mata torna-nos mais fortes”.
E lá fora? Quem leva mais para casa?
Por Wall Street, os principais executivos fecharam 2017 em grande, com aumentos anuais nos salários entre 5 a 20%, face a 2016. O CEO da JPMorgan Chase, Jamie Dimon, é quem lidera a corrida dos banqueiros mais bem pagos, a fechar o ano com um salário de cerca de 24 milhões de euros (29,5 milhões de dólares).
A seguir-lhe nos números, vem o CEO da Morgan Stanley, James Gorman, que subiu a fasquia remuneratória para os 22 milhões de euros (27 milhões de dólares).
Logo a seguir, o presidente executivo do Citigroup, Michael Corbat e o líder do Bank of America, Merril Lynch, viram o seu salário subir para perto dos 19 milhões de euros (23 milhões de dólares) em 2017. E, por fim, Lloyd Blankfein, CEO da Goldman Sachs, que levou para casa 18 milhões de euros (22 milhões de dólares).
Em Inglaterra o banqueiro mais bem pago é… português
Em 2017, na lista dos banqueiros mais bem pagos em Inglaterra, o primeiro lugar é de um português. António Horta Osório, CEO do Lloyds Bank, ganhou 7,2 milhões de euros o ano passado (cerca de 6,4 milhões de libras), com prémios e bónus incluídos — a remuneração mais alta entre os gestores dos quatro maiores bancos ingleses. Além de uma subida de salário, Horta Osório fechou ainda o ano com o banco a registar uma melhoria nos lucros de 41% face a 2016.
Recentemente, num artigo de opinião publicado no The Guardian, o banqueiro português falou sobre a importância da saúde mental e como cuidar dela está estritamente relacionado com o crescimento da produtividade das empresas. Horta Osório diz que tornou “a saúde mental um foco particular do banco”, em resultado da sua experiência pessoal.
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