Casalinho: Fim das compras do BCE pode tornar Portugal mais atrativo
A presidente do IGCP não prevê que o fim do programa de estímulos do BCE tenha um impacto "significativo" sobre Portugal.
O fim do programa de compra de ativos do Banco Central Europeu (BCE) não só não deverá ter um impacto “significativo” sobre Portugal, como poderá tornar o país mais atrativo para novos investidores. A ideia é defendida por Cristina Casalinho, presidente do IGCP – Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública, em declarações ao Jornal de Negócios (acesso pago).
“Não antevemos que Portugal seja um mercado onde se venham a observar comportamentos idiossincráticos; assim, não antecipamos um impacto muito significativo”, diz Casalinho sobre o fim do programa de estímulos à economia, previsto para dezembro.
E acrescenta: “A possível subida de taxas de juro de longo prazo pela menor presença de um investidor muito significativo pode aliás funcionar como fator de atratividade para novos investidores“. Isto porque, assumindo que Portugal irá manter o ritmo de crescimento de economia e a consolidação das contas públicas, o aumento dos juros implica remunerações mais altas para os investidores, sem que haja um aumento do risco do investimento.
"Não antevemos que Portugal seja um mercado onde se venham a observar comportamentos idiossincráticos; assim, não antecipamos um impacto muito significativo.”
Assim, defende Casalinho, a dívida portuguesa deverá tornar-se mais apetecível, o que, por sua vez, poderá ajudar a conter a subida dos juros, com uma maior procura por parte dos investidores.
O programa de estímulos do BCE já está a ser gradualmente reduzido. A instituição liderada por Mario Draghi chegou a comprar 80 mil milhões de euros de títulos de dívida por mês, estando agora a comprar 30 mil milhões por mês. Em outubro, este montante vai cair para 15 mil milhões, desaparecendo no final do ano.
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