Tensão nos mercados emergentes arrasa Europa. Lisboa cai mais de 1%
As bolsas europeias fecharam com perdas significativas e Lisboa registou a sétima sessão consecutiva de desvalorização. Queda das divisas nos mercados emergentes e preço do petróleo pressionaram.
Foi um dia de quedas significativas nas bolsas europeias. A praça lisboeta fechou a sessão com perdas superiores a 1%, naquela que foi a sétima sessão consecutiva de perdas para o principal índice nacional. O PSI-20 está já em mínimos do final do ano passado.
A pressionar as bolsas esteve a perda de valor das divisas nos mercados emergentes, bem como a queda expressiva do preço do petróleo nos mercados internacionais. Um clima de tensão que contagiou a negociação nos mercados desenvolvidos, ditando perdas da Ásia à América, passando pela Europa.
As bolsas alemã, francesa e britânica registaram perdas entre 1% e 1,42%, enquanto o índice de referência Stoxx 600 recuou 1,15%. Já o português PSI-20 encerrou aquela que foi a sétima sessão de perdas com uma desvalorização de 1,39%, para 5.294,33 pontos, num dia em que nove das 18 maiores cotadas portuguesas fecharam com perdas entre 1% e mais de 5%.
PSI-20 está em mínimos de novembro de 2017
Num dia em que o preço do barril de Brent afunda 1,13% em Londres, para 77,29 dólares, a Galp Energia fechou a sessão a derrapar 3,66%, para 16,835 dólares por ação. A construtora Mota-Engil também contribuiu significativamente para as perdas desta quarta-feira, ao corrigir 4,32% para 2,325 euros.
A família EDP também desvalorizou. A elétrica presidida por António Mexia recuou 0,75% para 3,305 euros por ação, enquanto a subsidiária EDP Renováveis derrapou 1,12% para 8,35 euros, numa altura em que, como o ECO avançou esta semana, a OPA da China Three Gorges pode estar para cair.
O BCP acabou por escapar à maré vermelha, mas registou apenas ganhos tímidos que pouco serviram para travar as perdas no principal índice nacional. O banco liderado por Miguel Maya fechou a avançar 0,04%, estando agora a cotar nos 25,03 cêntimos.
No PSI Geral, o cenário não foi muito diferente. A principal nota vai para as ações da SAD do Benfica, no dia em o clube encarnado foi formalmente acusado de vários crimes pelo Ministério Público. A acusação pede uma pena de três anos fora de competições para o clube presidido por Luís Filipe Vieira. As ações da SAD fecharam a sessão a cair 15,09% para 1,885 euros cada título.
Crise nos emergentes assusta. Trump também
Lisboa foi uma das praças mais penalizadas na Europa, num dia negativo para os mercados acionistas um pouco por todo o mundo com o adensar da crise nos mercados emergentes. Numa altura em que a Venezuela está em crise, a Argentina tenta negociar com o FMI um novo plano de resgate.
A urgência surge numa altura em que o valor do peso argentino continua a afundar face ao dólar, segundo a Reuters. A divisa abriu a sessão a recuar 0,89%, fazendo com que seja, agora, preciso ter 39,4 pesos para comprar um dólar, mas várias outras moedas emergentes seguiram a tendência.
Além disso, termina esta quinta-feira o prazo da proposta do Presidente Donald Trump para implementar um pacote de tarifas de 200 mil milhões de dólares sobre a China, o que poderá fazer escalar as tensões comerciais entre os dois países. Juntam-se a isso os dados pouco animadores da balança comercial norte-americana, com as importações a registarem um valor recorde.
Ao mesmo tempo, nos Estados Unidos, as bolsas também estão sob forte pressão, sobretudo o setor tecnológico. Num dia em que responsáveis do Facebook, do Twitter e da Alphabet vão ser interrogados no Congresso por causa da alegada interferência russa nas eleições, o tecnológico Nasdaq derrapa mais de 1,3%. Já foram registadas quedas de 6% nas ações do Twitter e do Netflix.
(Notícia atualizada às 17h06 com mais informações)
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