Feira Popular? “É um projeto que quase se paga a si próprio”
Nos terrenos da antiga Feira Popular que a Fidelidade comprou será construída a nova sede da seguradora, reunindo todos os trabalhadores num só edifício.
Um dia depois de a Fidelidade ter comprado todos os terrenos da antiga Feira Popular, com o objetivo de lá construir a nova sede, o presidente da Comissão Executiva diz que este é um “projeto que quase se paga a si próprio”, mas que “ainda está sujeito a algumas vicissitudes”. Em entrevista durante o ECO Talks, que decorreu esta quinta-feira, Jorge Magalhães Correia sublinhou a necessidade da Fidelidade em instalar todos os funcionários num único e novo edifício, e tornar a nova sede num “espaço aberto à comunidade”.
Após três adiamentos, os terrenos em Entrecampos foram finalmente vendidos. Esta quarta-feira, a Fidelidade arrematou todos os lotes onde estava instalada a antiga Feira Popular e ainda outro terreno nas proximidades por um total de 273,9 milhões de euros. Neste espaço, que conta com um projeto inicial definido pela Câmara de Lisboa, vão nascer espaços de comércio, habitação, parques de estacionamento e zonas verdes. E é também aqui que vai ser construída a nova sede da Fidelidade.
"Como entendemos que a oferta de escritórios em Lisboa é curta e deficiente, consideramos que aquele era o espaço ideal para construir a nova sede da Fidelidade.”
“Conhecíamos o projeto há dois ou três anos. Está situado no centro geométrico de Lisboa e não há nenhuma capital europeia com um terreno no centro daquelas dimensões. Como entendemos que a oferta de escritórios em Lisboa é curta e deficiente, consideramos que aquele era o espaço ideal para construir a nova sede da Fidelidade”, explicou o presidente da Comissão Executiva da seguradora, durante o ECO Talks.
As três parcelas de terreno que estavam para venda, incluindo os dois lotes e um terreno na Avenida Álvaro Pais, foram arrematados todos pela Fidelidade, que ofereceu valores superiores aos dos outros dois interessados — Dragon Method e MPEP – Properties Escritórios. “A razão para termos comprado todos aqueles lotes foi com o objetivo de ter um controlo da dinâmica de mercado”, disse Jorge Magalhães Correia, explicando que, caso houvesse diferentes compradores, corria-se o risco de os estilos arquitetónicos serem demasiados diferentes.
Sublinhando que a Fidelidade não é um investidor imobiliário, Magalhães Correia adiantou que vão procurar parceiros para levar o projeto adiante e alugar algumas daquelas áreas. “Para termos a certeza de que temos o controlo da dinâmica comercial e de construção. Daquele total precisamos de cerca de 30 mil metros para a nova sede”, disse.
Atualmente, os trabalhadores da Fidelidade estão repartidos por quatro ou cinco edifícios na zona de Lisboa, o que confere à empresa uma “baixa eficiência nesses termos”. “Temos muito espaço perdido, cerca de 20 metros quadrados por pessoa, o que já não faz sentido. E este é o momento onde podemos tirar o melhor partido deste prédio [atual sede na Praça do Calhariz, em Lisboa]”, continuou o administrador, revelando que se trata de um “ativo muito valorizado e já com propostas bastantes interessantes”.
"Há condições para melhorar as condições de bem-estar, melhorar a eficiência e a localização e, assim, ter uma poupança na ordem dos três ou quatro milhões de euros por ano.”
“É um projeto que quase se paga a si próprio”, disse, acrescentando que a Fidelidade gasta cerca de 17 milhões de euros por ano em manutenção nos vários edifícios. Assim, com a compra dos terrenos em Entrecampos, “há condições para melhorar as condições de bem-estar, melhorar a eficiência e a localização e, assim, ter uma poupança na ordem dos três ou quatro milhões de euros por ano”.
“Não vemos a nova sede como um sinal de afirmação”, disse o administrador. “A nossa ideia é fazer uma coisa icónica, tem de ser um landmark (ponto de referência) da cidade. Se a pudermos transformar no símbolo vivo da marca… Queremos um edifício muito aberto à comunidade, aos estudantes e até aos animais”, continuou, entre risos.
Mas sobre o novo grande projeto que tem agora em mãos, com algumas limitações impostas pela Câmara de Lisboa e pelo Ministério Público, Jorge Magalhães Correia admite que “ainda está sujeito a algumas vicissitudes”. “Este projeto foi uma adjudicação provisória, mas ainda sujeito a algumas vicissitudes. A própria assinatura final depende de algumas vicissitudes e durante este período ainda podemos ter margem para algumas alterações. Não há uma data mas há um calendário periódico, dentro de 120 dias deve acontecer a assinatura final“, rematou.
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