Produtividade vai ajudar economia pela primeira vez em 22 anos
Entre 2018 e 2021, a produtividade vai explicar 15% do crescimento económico. Ainda assim, o emprego continua a ser o motor.
A produtividade vai explicar 15,2% do crescimento económico projetado para os anos de 2018 a 2021. Esta ajuda acontece pela primeira vez em 22 anos. No entanto, continua a ser o emprego o que mais conta para a subida do PIB.
Esta é uma das conclusões que se retira de uma análise feita pelo Banco de Portugal aos fatores de crescimento da economia portuguesa e que acompanha o Boletim Económico, conhecido esta terça-feira, e que atualiza as projeções até 2021.
Neste período, o emprego per capita continua a ser o principal motor do crescimento económico, contribuindo com 43,7% para o crescimento da economia. Em segundo lugar surge como principal fator de crescimento o capital humano (28,9%), uma variável que está ligada ao nível médio de escolaridade. A produtividade dos vários fatores aparece em terceiro lugar na contribuição para o crescimento do PIB e, por fim, o stock de capital é o que menos ajuda a explicar o crescimento económico (com um peso de 12,2%).
Face ao período anterior, entre 2014 e 2017, o peso do emprego baixa, o do capital humano fica praticamente igual, o do stock de capital aumenta e o da produtividade também, já que nesse período o seu contributo tinha sido negativo.
O contributo positivo da produtividade para o crescimento económico — algo inédito desde 1999, ano em que começa a análise do banco central — é uma boa notícia para a economia portuguesa.
Na base deste avanço, ainda que sujeito a confirmação e ainda modesto, deverão estar uma melhor afetação dos recursos na economia, numa altura em que os recursos foram dirigidos para setores mais expostos à concorrência e, por isso, mais sujeitos à inovação tecnológica. Também as reformas feitas nos últimos anos terão contribuído para esta evolução.
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