Afinal, deputados não pediram contas sobre impacto da isenção do IVA

PSD, PS, BE, PCP e PEV aprovaram as alterações ao financiamento partidários sem saberem os valores de perda de receita para o Estado. Os deputados envolvidos nas mudanças nem pediram essa informação.

Os partidos não pediram nenhuma avaliação ao custo das alterações que aprovaram ao financiamento partidário, apesar de dizerem que não há encargos adicionais para o Estado. Em causa está a potencial perda de receita com a isenção total do IVA. Os deputados podiam ter pedido uma estimativa ao Ministério das Finanças para calcular o impacto, mas não o fizeram. O veto do Presidente da República devolveu o projeto de lei à Assembleia da República, a qual só o deverá voltar a discutir no final de fevereiro, após o congresso do PSD.

Questionado pelo ECO, o Ministério das Finanças remete a questão para a secretaria dos Assuntos Parlamentares. Fonte oficial do gabinete de Pedro Nuno Santos garante ao ECO não ter existido nenhum pedido. A mesma informação é confirmada pelo deputado que coordenou os trabalhos, o social-democrata José Silvano, e pelos restantes membros do grupo de trabalho. “O grupo de trabalho não o fez nem ninguém aí propôs que tal se fizesse”, admite o deputado do PS, Jorge Lacão, ao ECO.

Após a polémica ter começado, os partidos que aprovaram as alterações — à exceção do Bloco de Esquerda — garantiram que o Estado não teria custos. Da lei aprovada “não resulta nenhum aumento de subvenção estatal ou quaisquer encargos públicos adicionais para com os partidos políticos”, lia-se no comunicado conjunto do PSD, PS, PCP e PEV divulgado pela Lusa. No entanto, esta conclusão é tirada sem haver um estudo do impacto da medida.

O grupo de trabalho não o fez nem ninguém aí propôs que tal se fizesse.

Jorge Lacão

Deputado do PS

Ana Catarina Mendes, secretária-geral-adjunta do PS, disse este sábado que o PS vai manter todas as suas posições em relação ao diploma de financiamento dos partidos e campanhas eleitorais, naquilo que poderá ser interpretado como uma afronta ao Presidente da República. Mas esse cenário de braço-de-ferro com Marcelo foi logo descartado por António Costa, que alegou que o Chefe de Estado pretendia ver um debate mais alargado. Que é o que está a ser feito, segundo o secretário-geral do PS.

“Não se trata de afrontar o Presidente da República, que foi aliás muito explícito na sua mensagem, não pondo nenhuma reserva de fundo quanto à lei” e “dizendo simplesmente que deveria ter sido objeto de um debate mais alargado”, explicou o secretário-geral do PS este sábado.

Já antes, Ana Catarina Mendes veio dizer que “não há nenhuma alteração à norma que isenta há décadas os partidos políticos do pagamento do IVA”. Contudo, houve, de facto, uma alteração. Já existia uma isenção do IVA, mas era limitada.

Esta incidia sobre a “aquisição e transmissão de bens e serviços que visem difundir a sua mensagem política ou identidade própria, através de quaisquer suportes, impressos, audiovisuais ou multimédia, incluindo os usados como material de propaganda e meios de comunicação e transporte”. Além disso, também há uma isenção no IVA para as “transmissões de bens e serviços em iniciativas especiais de angariação de fundos”.

O projeto de lei elimina essa delimitação, passando a isenção a aplicar-se à “totalidade de aquisições de bens e serviços para a sua [dos partidos] atividade”. Ou seja, a isenção é alargada a todos os bens e serviços adquiridos pelos partidos. Atualmente os partidos vendem produtos sem IVA, mas quando compram produtos têm de pagar IVA. Com a legislação atual, os partidos podem depois pedir a restituição desse IVA, mas com a delimitação que a lei permite.

Um exemplo possível foi levantado por Rui Rio quando criticou a medida. “Imaginemos que um partido tem um bar onde vende umas cervejas e não paga IVA por isso? O que é que isso tem a ver com a política? Não tem nada a ver”, apontou. Com as regras atuais, o partido vende a cerveja já sem IVA. Contudo, com as novas regras, a essa benesse acresce a isenção de pagar IVA na aquisição da cerveja pelo partido para posterior venda.

As alterações aprovadas no Parlamento, mas vetadas pelo Presidente da República levariam a que a restituição do IVA das compras fosse total. PSD, PS e PCP têm alegado que esta é apenas uma clarificação da lei atual — para lutar contra a “discricionariedade” do fisco –, mas na realidade traduz-se num alargamento da isenção, ainda que existam diferenças na interpretação entre os partidos. Assim, caso as mudanças sigam em frente, em última análise, o Estado vai ter de reembolsar mais imposto e, por isso, perder receita que tem encaixado.

É esta perda de receita que poderá ter impacto nas contas públicas, mas que os partidos não quiseram saber qual é — pelo menos, não fizeram nenhum pedido nesse sentido. Para chegar a este valor, a Autoridade Tributária e Aduaneira e o Ministério das Finanças teriam de fazer um levantamento do IVA pago pelos partidos na sequência de compras de bens e serviços, subtraindo o IVA que lhes foi restituído (pela atual delimitação da lei).

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Incêndio em Tondela faz oito mortos e 38 feridos

  • ECO
  • 14 Janeiro 2018

Há quatro a cinco pessoas em risco de vida, segundo o presidente do Centro Hospitalar Tondela-Viseu. Incêndio numa associação recreativa terá sido causado por uma salamandra.

Oito mortos e 38 feridos é o balanço do incêndio que ocorreu na noite de sábado durante um jantar numa associação recreativa em Vila Nova da Rainha, concelho de Tondela. Os 14 feridos graves foram transportados para os principais hospitais do Porto e Lisboa, segundo os dados oficiais da Proteção Civil.

Segundo o presidente do Centro Hospitalar Tondela-Viseu, onde se encontram internadas 17 pessoas, há quatro a cinco pessoas que estão em risco de vida. A informação foi avançada esta manhã de domingo por Cílio Correia em declarações às televisões. Num briefing feito pelas onze da manhã, transmitido pelas televisões, o responsável explicou que há dois feridos que estão ventilados e como tal inspiram maiores cuidados e que são as queimaduras nos braços, tronco e cabeça os ferimentos mais comuns, mas são os casos em que existem também queimaduras das vias aéreas que mais preocupam os médicos.

“Os feridos começaram por se transportados para o hospital de Viseu, hospital de Tondela e o Centro Hospitalar de Coimbra. Houve depois a necessidade de deslocalizar para Lisboa quatro vítimas mais um, com a idade de 15 anos, para o Hospital da Estefânia“, disse à Renascença o adjunto Manuel Cordeiro da Autoridade Nacional de Proteção Civil.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, desloca-se hoje ao final da manhã a Vila Nova da Rainha. A informação consta de uma mensagem na página oficial da Presidência da República, que adianta que o “Chefe de Estado deslocar-se-á ao local no domingo ao fim da manhã, depois de terminada a fase crítica da operação de socorro”.

“O Presidente da República, estando a acompanhar as informações sobre a nova tragédia que atingiu o concelho de Tondela, em Vila Nova da Rainha, expressa os seus sentidos sentimentos aos familiares das vítimas mortais e aos feridos que se encontravam na Associação Cultural, Recreativa e Humanitária daquela localidade”, refere. Segundo a mesma nota, “neste momento é importante sublinhar o trabalho das equipas que se encontram no local, prestando auxílio aos feridos”.

Bombeiros assistem vítimas de um incêndio que deflagrou hoje numa associação em Vila Nova da Rainha, concelho de Tondela, e que causou pelo menos seis mortos, Tondela, 13 de janeiro de 2018.Nuno André Ferreira/Lusa

Para combater o incêndio e socorrer os feridos foram mobilizados cerca de 170 operacionais e três helicópteros do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), para além dos meios da GNR e dos serviços municipais de proteção civil, segundo o comandante operacional distrital de Viseu, Miguel David, citado pela Lusa. Ao fazer um ponto de situação, cerca das 23h10, sobre o incêndio, Miguel David disse que a operação de socorro estava “a decorrer” e que o incêndio estava “considerado extinto”.

O presidente da Câmara de Tondela, José António Jesus, citado pela Lusa, disse que “nesta associação cultural e desportiva estariam mais de 60 pessoas, num torneio de sueca”. “Pelas razões ainda não apuradas, há um foco de incêndio e há uma situação de calamidade com muitas dezenas de feridos a serem assistidos”, acrescentou. Ao longo da noite de sábado as televisões foram avançando que esse foco de incêndio foi uma salamandra que explodiu, pegando fogo ao teto falso.

O Ministério do Trabalho e Segurança Social ativou a Linha Nacional de Emergência Social através do número gratuito 144, na sequência da explosão em Tondela.

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Ano novo, carreira nova. 10 dicas para melhorar o seu perfil do LinkedIn

  • ECO
  • 14 Janeiro 2018

A sua fotografia de perfil é a mais adequada? Partilha conteúdo de qualidade? Saiba como dar um boost ao seu perfil na rede social profissional que atrai centenas em Portugal.

Para quem a entrada no novo ano representa dar um novo turno à sua vida, saiba que o primeiro passo está a um par de cliques de distância: dê um impulso ao seu perfil no LinkedIn. O site CareerMetis aponta para as melhores táticas para melhorar a sua presença na rede social, e o ECO escolheu dez.

1 – Ninguém_quer_aceder_ao_perfil_de_um_número.com

Se é orientado para o detalhe e se “personalização” podia ser o seu nome do meio, a alteração do URL do seu perfil na rede social é o primeiro passo a seguir. Na sua página do LinkedIn, selecione “Edit public profile & URL”. Na nova página, aceda à coluna à direita e edite o endereço que dá acesso ao seu perfil. As combinações são múltiplas, utilize o seu nome ou a sua profissão, e faça valer o seu olho vivo para o mais ínfimo pormenor.

2 – As suas capacidades não se resumem a uma palavra

É utilizador nato de Microsoft Office? SEO é algo com que lida diariamente? Dê mais palavras ao seu potencial. Dê a conhecer como é que as suas skills o ajudaram no passado. Ao invés de recomendações de aptidões, peça a antigos colegas de trabalho ou clientes que enviem para o seu perfil recomendações e que elaborem sobre o seu papel nas empresas onde trabalhou. Mostre que deixou uma marca positiva nas várias posições que ocupou.

3 – Faça do seu resumo um cartão de visita hospitaleiro

O primeiro contacto que os recrutadores têm consigo é através da sua descrição. Seja sucinto. Refira que trabalhos desenvolveu e quais as suas qualidades que o distinguem dos demais. As soft skills não podem faltar, bem como as várias conquistas profissionais. As primeiras 220 palavras são as mais importantes, uma vez que são aquelas que aparecem num primeiro relance a quem visita a sua página.

4 – Quem vê caras… vê um novo colaborador!

A sua fotografia é a sua apresentação visual a possíveis recrutadores. Lembre-se que a imagem deverá ser o mais “profissional” possível. Como? Vista-se a rigor, deixe o seu pescoço e ombros visíveis, certifique-se que está sozinho no enquadramento e, acima de tudo, sorria!

5 – Palavras-chave para desbloquear a sua carreira

A que palavras gostaria de ver o seu perfil associado? Pense num conjunto delas e inclua-as ao longo do seu perfil. O uso das palavras-chave corretas poderá elevar a sua página nas pesquisas das empresas, ofuscando possíveis concorrentes.

6 – Mantenha-se contactável

Não se esqueça de incluir no seu currículo os seus contactos e de referir a sua disponibilidade de ser contactado pelos recrutadores. Assim dará uma imagem de proatividade. Mencione os seus contactos de forma criativa, sem parecer desesperado. Quando menos esperar, pode receber uma chamada que poderá mudar-lhe a vida.

7 – Torne as suas publicações mais visuais

Não se limite ao texto. Acrescente fotografias às suas atualizações na rede social. Através da ferramenta multi-photo, pode adicionar até nove fotografias a uma publicação. No entanto, não publique demasiadas fotografias ao mesmo tempo. Através de um estímulo visual, os seus updates terão mais oportunidades de não passar despercebidos.

8 – Faça-se notar!

É sabido: se entrar no perfil de alguém, o outro utilizador será notificado da sua visita. Veja os perfis dos recrutadores. Ao aparecer na lista de utilizadores que visitou os seus perfis, dará a entender que está interessado nas ofertas de trabalho que têm em mãos. O seu nome poderá vir à memória dos recrutadores na hora de selecionar candidaturas.

9 – You can sit with us

Faça parte de grupos do LinkedIn. Estes funcionam como salas privadas com até 50 utilizadores, onde podem ser partilhadas informações sobre um setor de atividade em comum. Os membros dos grupos podem partilhar artigos, publicações, e outras informações que liguem os vários participantes. Partilhe conteúdo de qualidade e posicione-se como um perito na sua área.

10 – Números que falam mais alto

Se tem orgulho nos seus resultados obtidos no passado, demonstre-o com números. São eles que darão maior credibilidade ao seu trabalho e provam os bons resultados conseguidos. Não se limite a uma descrição qualitativa do seu percurso.

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Lactalis retira 12 milhões de latas de leite em pó. Portugal não é afetado

  • Lusa
  • 14 Janeiro 2018

Francesa Lactalis vai retirar do mercado mais de 12 milhões de latas de leite em pó para bebés, de 83 países, depois da suspeita de contaminação salmonela, mas o caso não afeta Portugal.

A multinacional francesa Lactalis vai retirar do mercado mais de 12 milhões de latas de leite em pó para bebés, de 83 países, depois da suspeita de contaminação com a bactéria salmonela, mas o caso não afeta Portugal.

Em entrevista ao Journal du dimanche, o diretor-geral da Lactalis, Emmanuel Besnier, afirmou que a operação implicará a retirada da totalidade do produto, mais de 12 milhões de latas de leite, e há o compromisso de atribuição de indemnizações às famílias prejudicadas.

A decisão envolverá 83 países, mas Portugal não é afetado, porque os pacotes de leite em causa não são comercializados no mercado nacional.

A megaoperação da empresa foi tomada pela empresa depois de uma reunião de Emmaniel Besnier com o ministro da Economia, Bruno Le Maire.

De acordo com o balanço mais recente, 35 crianças foram diagnosticadas em França com a bactéria salmonela depois de terem consumido um leite produzido pela Lactalis.

A bactéria salmonela causa intoxicações alimentares, além de gastroenterite benigna e outras infeções mais graves.

São particularmente perigosas em crianças pequenas, pessoas idosas ou com sistema imunitário débil.

Em dezembro, a empresa já tinha procedido à retirada de vários lotes de leite em pó e na altura a direção de comunicação do grupo Lactalis disse à Lusa que os pacotes em causa não são comercializados em Portugal.

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Passos Coelho já falou com os dois candidatos

  • Lusa
  • 14 Janeiro 2018

Rui Rio vai suceder a Pedro Passos Coelho na liderança do Partido Social-Democrata. O atual líder do partido, que decidiu não se recandidatar, já felicitou Rio.

Pedro Passos Coelho já felicitou o seu sucessor na liderança do PSD, Rui Rio, que venceu as eleições direitas de hoje, tendo o ainda presidente social-democrata falado também com o candidato derrotado, Pedro Santana Lopes.

Fonte do gabinete do PSD adiantou à agência Lusa que o líder social-democrata “já falou” com os dois candidatos à sua sucessão no partido, tendo felicitado o vencedor, Rui Rio.

O ex-presidente da Câmara do Porto Rui Rio foi eleito este sábado presidente do PSD com 54,37% dos votos, com uma diferença de cerca de 10 pontos percentuais para Pedro Santana Lopes, informou o partido.

Rui Rio será o 18.º presidente do PSD, partido fundado após o 25 de Abril de 1974, sucedendo a Pedro Passos Coelho, eleito em 2010. O anúncio dos resultados provisórios foi feito na sede do PSD, em Lisboa, por Jorge Pracana, membro do Conselho de Jurisdição Nacional do partido.

No seu discurso de vitória, Rui Rio afirmou que seguirá o legado deixado por Francisco Sá Carneiro e avisou que o atual Governo terá com a nova liderança do PSD uma “oposição firme e atenta”, mas “não demagógica ou populista”.

Pedro Santana Lopes assumiu a responsabilidade da derrota nas eleições diretas para a liderança do PSD, mas disse estar de consciência tranquila e assegurou que vai continuar no combate político.

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Rui Rio: “O PSD não foi fundado para ser um clube de amigos”

O ex-autarca do Porto foi eleito presidente do PSD pelos militantes este sábado. Rui Rio sucede a Pedro Passos Coelho. No discurso de vitória prometeu fazer uma "oposição firme", mas não "demagógica".

EPA/FERNANDO VELUDOLUSA

É a primeira vez que chega ao cargo. Rui Rio foi eleito presidente do PSD, o maior partido da oposição em Portugal. O candidato levou a melhor face ao ex-primeiro-ministro, Pedro Santana Lopes, na eleição deste sábado. No discurso de vitória, foi ao ex-primeiro-ministro que deixou um agradecimento pela sua “generosidade” e “empenho”. Ao mesmo tempo que tentou unificar, Rio deixou palavras duras para dentro do partido: “O PSD não foi fundado para ser um grupo de amigos”, afirmou, recusando ceder a “interesses individuais”.

Segundo o próprio, Rio nunca perdeu nenhumas eleições. Também não foi desta: “Os militantes do PSD confiaram-me hoje [sábado] em eleições livres e diretas a liderança nacional do nosso partido”, começou por dizer o sucessor de Passos Coelho. O vencedor das eleições deste sábado assinalou que esta campanha promoveu um debate “como há muito não se via” no PSD. Depois das palavras de agradecimento, Rui Rio passou ao ataque: definiu o “ADN” do PSD, deixou um aviso e traçou as características da sua oposição ao Governo no futuro.

Recordando o nascimento do partido com o histórico líder Francisco Sá Carneiro, Rui Rio vincou vários traços tais como a luta pela liberdades individuais, a promoção do “dinamismo económico”, a “justiça e a solidariedade social”, a “igualdade de oportunidades”, entre outros elementos identitários. Assim definiu aquele que acha ser o “ADN do PSD”. E o que não é? A resposta é dura: “O PSD não foi fundado para ser um clube de amigos. O PSD não é uma agremiação de interesses individuais”.

Logo de seguida, voltou à unificação do partido: enalteceu o passado do PSD, elogiou Passos Coelho e lançou as bases da oposição nos próximos dois anos. “O PSD é o partido que deu ao país o maior impulso de crescimento e desenvolvimento económica da democracia portuguesa”, argumentou, assinalando que o seu partido soube governar em momentos críticos e de reformas profundas. Um desses momentos foi aquele enfrentado por Pedro Passos Coelho, que apelidou de “crise mais greve da democracia portuguesa”.

Mas a partir do final de fevereiro será Rio ao leme do PSD, após o congresso nacional que se realiza de 16 a 18 de fevereiro. “A partir de fevereiro iniciaremos a construção de uma alternativa de Governo à atual frente de esquerda que se formou no Parlamento”, anunciou, colocando a tónica das reformas estruturais. Rio quer uma alternativa que reponha “a vontade, a alma e a esperança”.

O atual Governo terá na nova liderança do PSD uma oposição firme, mas nunca demagógica ou populista porque nunca será contra o interesse nacional“, garantiu Rui Rio, deixando também uma mensagem de “lealdade” para com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, de quem foi secretário-geral em 1996.

Acompanhado por Nuno Morais Sarmento, Rui Rio agradeceu em especial a Francisco Pinto Balsemão por ter aceite ser o primeiro subscritor da sua candidatura. Rio agradeceu ainda a David Justino, o coordenador da moção de estratégia global, e ao seu diretor de campanha Salvador Malheiro, alargando os agradecimentos a várias personalidades que estiveram envolvidas na sua candidatura.

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António Costa: “Desejo-lhe as maiores felicidades na liderança da oposição”

  • Lusa
  • 13 Janeiro 2018

O primeiro-ministro desejou felicidades ao próximo líder da oposição e do partido com o maior grupo parlamentar da Assembleia da República.

O secretário-geral do PS saudou este sábado os militantes do PPD/PSD pelo “momento tão importante da sua história” e felicitou Rui Rio pela sua eleição para a presidência do partido, desejando-lhe felicidades na liderança da oposição.

Esta mensagem de António Costa foi enviada à agência Lusa logo após o recém-eleito presidente do PSD, Rui Rio, ter feito o seu discurso de vitória nas eleições diretas dos sociais-democratas.

“Saúdo democraticamente o PPD/PSD e os seus militantes neste momento tão importante da sua história. Ao dr. Rui Rio felicito-o pela sua eleição e desejo-lhe as maiores felicidades na liderança da oposição”, declarou António Costa.

De acordo com os resultados provisórios, o ex-presidente da Câmara do Porto Rui Rio foi eleito este sábado líder do PSD com 54,37% dos votos, com uma diferença de cerca de 10 pontos percentuais face ao antigo primeiro-ministro social-democrata Pedro Santana Lopes.

Rui Rio, que foi secretário-geral dos sociais-democratas sob a liderança de Marcelo Rebelo de Sousa, será o 18.º presidente do PSD desde o 25 de Abril de 1974, sucedendo a Pedro Passos Coelho, eleito em 2010.

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Assunção Cristas já felicitou Rui Rio pela vitória nas eleições diretas do PSD

  • Lusa
  • 13 Janeiro 2018

A líder do CDS-PP, Assunção Cristas, "já cumprimentou Rui Rio pela vitória" de hoje nas eleições diretas do PSD, tendo formulado "votos de felicidades no exercício do seu mandato".

“A presidente do CDS-PP já cumprimentou Rui Rio pela vitória alcançada. Assunção Cristas formulou votos de felicidades no exercício do seu mandato”, referiu fonte da direção do CDS-PP à agência Lusa.

O ex-presidente da Câmara do Porto Rui Rio foi hoje eleito presidente do PSD com 54,37% dos votos, com uma diferença de cerca de 10 pontos percentuais para Pedro Santana Lopes, informou o partido.

Rui Rio será o 18.º presidente do PSD desde o 25 de Abril de 1974, sucedendo a Pedro Passos Coelho, eleito em 2010.

O anúncio dos resultados provisórios foi feito na sede do PSD, em Lisboa, por Jorge Pracana, membro do Conselho de Jurisdição Nacional do partido.

Pedro Santana Lopes já assumiu a responsabilidade da derrota nas eleições diretas para a liderança do PSD, mas disse estar de consciência tranquila e assegurou que vai continuar no combate político.

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Santana Lopes: “Vou continuar a combater politicamente”

O ex-primeiro-ministro foi derrotado por Rui Rio nas eleições do PSD este sábado. No seu discurso de derrota garantiu que irá continuar a combater politicamente.

Rui Rio será o 18.º presidente do PSD. O candidato derrotado começou o seu discurso por gritar “PSD” e “PPD”, acompanhado pelos seus apoiantes que estavam em Lisboa. Pedro Santana Lopes assumiu a derrota, fez agradecimentos, deixou um pedido e felicitou o seu oponente. Mas deixou um aviso: tal como já tinha dito em 2005 que ia “andar por aí”, agora diz que vai continuar a “combater politicamente” em Portugal.

“Quero agradecer a vossa presença, saudar todos os militantes do PPD/PSD, todos os simpatizantes também e todos os que participaram nesta votação. Não temos ainda os números finais, mas já deu para ter falado ao Dr. Rui Rio e ter-lhe dado parabéns e desejado felicidades”, começou por dizer Pedro Santana Lopes, em declarações transmitidas pela RTP3. O candidato assumiu o resultado, assinalando que os militantes do PSD fizeram a sua escolha.

Santana Lopes disse estar “orgulhoso” da sua candidatura que classificou de “extraordinária” e “especialmente intensa”. Depois de uma longa salva de palmas, Santana Lopes disse que partiu tarde na campanha face ao seu opositor. “Mas para três meses fez-se um trabalho fantástico”, disse, referindo que Rio já vinha a preparar a sua candidatura há um ano.

“Espero que Portugal fique bem servido com esta escolha”, afirmou Santana Lopes, aceitando a decisão dos militantes. Santana Lopes disse ter procurado “colocar as questões de modo muito claro”. “Dei tudo para expor essas diferenças. Para as pessoas estarem conscientes do que seria um caminho e o outro caminho”, assinalou.

“A responsabilidade [da derrota] é naturalmente minha”, assumiu. Pedro Santana Lopes disse querer fazer uma análise detalhada dos resultados enquanto “politólogo humilde”. O candidato derrotado pediu para não haver tristeza — “demos tudo o que tínhamos”, argumentou, referindo que lutou por aquilo que acredita.

Pedro Santana Lopes aproveitou para deixar recados, afirmando que é necessário que os políticos estejam cada vez mais próximos dos cidadãos. E voltou a colocar a tónica no crescimento económico, tal como tinha feito durante a campanha, e na coesão territorial. “É o meu apelo principal que faço: olhem para o país todo, esse é o grande desígnio, é equilibrar o seu território. Portugal já perdeu muito tempo nessa matéria”, afirmou.

Esta é a segunda derrota de Pedro Santana Lopes em eleições internas no PSD. O ex-primeiro-ministro já tinha perdido eleições internas no PSD, em 2008, contra Manuela Ferreira Leite.

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CDS desafia PSD a rever posição no financiamento partidário

  • Lusa
  • 13 Janeiro 2018

A líder do CDS sublinhou que o partido “sempre teve a mesma posição e foi firme do princípio ao fim, mesmo quando foi pressionado às portas do Natal para haver unanimidade na aprovação da Lei".

A presidente do CDS, Assunção Cristas, disse este sábado esperar que o PSD possa rever a sua posição quanto à lei do financiamento dos partidos. Em dia de escolha do novo líder do PSD, seu anterior parceiro de coligação, a líder centrista voltou a criticar “a negociação feita à porta fechada” sobre o financiamento partidário, e desafiou o PSD a rever a sua posição em relação ao limite do financiamento privado.

Assunção Cristas lamentou que António Costa não lhe tenha dado resposta quando o interpelou no Parlamento sobre o assunto e hoje venha dizer que a sua posição é de que a solução é para manter. “Quando olhamos para negociações que se fazem à porta fechada sobre o financiamento dos partidos e para um primeiro-ministro que, no debate quinzenal me responde que ali não é secretário-geral do PS e nada tem a dizer sobre o assunto, hoje mesmo, agora inequivocamente como líder do seu partido, vem dizer que a sua posição é manter (a proposta de revisão da Lei)”, disse.

Para Cristas, mais não é do que consagrar “um estatuto de benefício para partidos, que a reboque de um processo para dar resposta ao Tribunal Constitucional, visa resolver um problema do PS em relação ao IVA e satisfazer um certo interesses do PCP e do PSD. “Esperemos que possa rever a sua posição, em relação ao teto do financiamento privado dos partidos”, disse, referindo-se ao PSD.

Prosseguindo nas críticas ao “governo das esquerdas unidas” e ao primeiro-ministro, Cristas lamentou que António Costa, quando interpelado sobre o número de novas unidades de saúde familiar abertas em 2017, “tenha faltado à verdade”, talvez mal informado, porque “não foram 23 como disse e depois não tenha corrigido a afirmação”. “A Saúde tem sido pouco prioritária, ao nível dos meios alocados, apesar do discurso do governo”, acusou.

Mais incisiva foi ainda ao referir-se “ao acordo assinado pelo primeiro-ministro no encontro dos países da Europa do Sul, para haver listas transnacionais ao Parlamento Europeu, sem nenhum debate”, concluindo ser mais um exemplo “da ligeireza do primeiro-ministro” e questionando: “a quem serve o acordo? Certamente aos países de maiores dimensões e não é a Portugal”, que tem um número diminuto de eurodeputados.

Aproveitou ainda para reprovar a “péssima ideia” de alocar dinheiro da Santa Casa da Misericórdia para o Montepio Geral, sublinhando o risco de tal operação, eventualmente com o dinheiro destinado a quem mais precisa. “Estaremos no Parlamento a querer saber Tim-tim por Tim-tim a perguntar e a inquirir, porque não aceitamos que se vá dizendo que está tudo em aberto e tenhamos a sensação de que tudo se vai fechando, colocando num banco o dinheiro dos pobres”, advertiu.

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Incêndios: Governo alterou regime de apoios para abranger mais territórios e projetos

  • Lusa
  • 13 Janeiro 2018

Com a alteração do regime, as ajudas deixam de ser diferentes para os municípios, passando a ser iguais para todos os beneficiários, e passam a distinguir-se por regiões.

O regime de apoio financeiro à prevenção da floresta contra fogos florestais e pragas e doenças foi alterado para “fazer chegar os recursos a mais territórios e a mais projetos”, afirmou este sábado o secretário de Estado das Florestas.

“Como há poucos recursos houve necessidade de tomar decisões no sentido de fazer chegar esses recursos a mais territórios e a mais projetos. E por isso foi reduzido em 10% o valor elegível. No passado eram 85%, que se mantêm em alguns territórios, daqueles territórios mais desfavorecidos”, afirmou hoje o secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, Miguel Freitas, em declarações à Lusa. O responsável reforçou que “a ideia era chegar cada vez a mais territórios e mais projetos”.

Como há poucos recursos houve necessidade de tomar decisões no sentido de fazer chegar esses recursos a mais territórios e a mais projetos. E por isso foi reduzido em 10% o valor elegível. No passado eram 85%, que se mantêm em alguns territórios, daqueles territórios mais desfavorecidos.

Miguel Freitas

Secretário de Estado da Floresta e do Desenvolvimento Rural

O regime de apoio financeiro à prevenção da floresta contra fogos florestais e pragas e doenças foi hoje alterado, por portaria, baixando algumas ajudas aos agricultores e privilegiando povoamentos das zonas com maior perigosidade de incêndios florestais.

A portaria altera pela terceira vez o regime criado em 2015 com vista a, mediante fundos comunitários do Programa de Desenvolvimento Rural – PDR 2020, apoiar a prevenção da floresta contra fogos florestais e outras catástrofes (agentes abióticos) e contra pragas e doenças (agentes bióticos).

De acordo com o secretário de Estado, a “reprogramação feita no PDR 2020 “tem vários objetivos, em primeiro lugar um reforço de verbas em todas as medidas que têm uma prevalência do ponto de vista da defesa do bem público”. “Os recursos à medida que o programa vai andando vão sendo cada vez mais reduzidos e, portanto, havia necessidade de fazer esta reprogramação, que foi devidamente equacionada e devidamente negociada com as entidades que faziam parte da comissão de acompanhamento”, afirmou Miguel Freitas, referindo que “não há nisto nenhuma surpresa”.

Segundo o secretário de Estado, trata-se de “um processo que se iniciou em setembro e que agora se concluiu com estas portarias”.

A partir de hoje, com a alteração do regime, as ajudas deixam de ser diferentes para os municípios, passando a ser iguais para todos os beneficiários, e passam a distinguir-se por regiões, sendo a compra de equipamento suportada em 50% nas regiões de montanha, 45% nas outras regiões desfavorecidas e 40% nas restantes regiões.

No entanto, os apoios a outros investimentos (que não equipamentos) nas explorações florestais, que antes podiam ser apoiados em 85%, tanto aos municípios como outros beneficiários, caem agora para 80% nas regiões de montanha, 75% nas outras regiões desfavorecidas e 70% nas restantes regiões.

No caso das doenças e pragas, o Governo define que devem ser privilegiadas intervenções de controlo em coníferas hospedeiras, montados de sobro e azinho e povoamentos de castanheiro, de eucalipto e de pinheiro-manso.

E cria uma nova obrigação para os beneficiários dos apoios, que passam a ter de permitir o acesso aos locais de realização dos investimentos, para controlo do projeto aprovado, e a dispor de um processo relativo à operação, preferencialmente em suporte digital, além de participarem em processos de inquirição relacionados com esses apoios.

Este ano, as despesas elegíveis para a defesa de explorações florestais contra incêndios incluem execução de fogo controlado, construção e manutenção de pontos de água integrados na rede de defesa da floresta contra incêndios, controlo da vegetação espontânea através de meios mecânicos, moto manuais ou pastoreio e construção de rede viária florestal, e manutenção de rede viária florestal.

Quanto à cumulação dos apoios, até agora com o limite máximo de 2,5 milhões de euros por beneficiário ou por zona de intervenção florestal (ZIF), no caso de entidades gestoras de ZIF, as novas regras exigem novas condições para essa cumulação.

O investimento elegível passa a ter o limite de dois milhões de euros por ZIF ou por baldio e para entidades coletivas públicas e entidades coletivas de gestão florestal, e de um milhão de euros para os restantes beneficiários, sendo reduzido proporcionalmente o valor cumulado de investimento elegível se exceder aqueles limites.

Para os produtores ou proprietários florestais, em nome individual ou coletivo, as reduções aplicam-se quando o valor elegível por candidatura exceder 250 mil euros.

Na semana passada, o Governo alterou as ações elegíveis para apoio do Fundo Florestal Permanente (FFP), passando a incluir as relacionadas com defesa da floresta contra agentes bióticos.

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Secretário-geral da UGT diz que “não fará fretes na legislação laboral”

  • Lusa
  • 13 Janeiro 2018

Carlos Silva disse que a central sindical "não fará fretes em relação a legislação laboral", depois de falar de vários casos que estão na ordem do dia como do conflito laboral na Autoeuropa.

O secretário-geral da UGT, Carlos Silva, disse este sábado que a central sindical “não fará fretes em relação a legislação laboral” e referiu que “há muita gente confundida no país em relação ao momento que se vive”.

Num discurso que marcou o encerramento do terceiro congresso da UGT/Porto, depois de falar de vários casos atuais, como do conflito laboral que se vive na Autoeuropa, e de fazer várias críticas à CGTP, Carlos Silva criticou a forma como as negociações sobre o aumento do salário mínimo decorreram recentemente.

“Antes de ir ao parlamento sempre foi decisão desde 86 discutir as matérias em sede de parceiros entre empregadores, sindicatos e Governo. Mas nos últimos anos tem-se assistido a uma força centrífuga que empurra para o parlamento competências da Concertação Social e pela primeira vez os patrões cederam à chantagem política que existe no país”, descreveu, deixando um recado.

Nós não vamos fazer fretes em relação a legislação laboral. Os patrões não têm legitimidade para vir bater à porta da UGT pedir batatinhas (…). Estamos cansados de ser acusados de ser muletas”, disse.

Nós não vamos fazer fretes em relação a legislação laboral. Os patrões não têm legitimidade para vir bater à porta da UGT pedir batatinhas (…). Estamos cansados de ser acusados de ser muletas.

Carlos Silva

Secretário-geral da UGT

Carlos Silva referiu que a UGT é a maior central sindical portuguesa porque, disse, “só pode ser uma verdadeira central sindical ao serviço do país quem, defendendo trabalhadores, não ignora que existem empresas e não ignora que existem outros organismos da atividade politica, económica e social”.

O secretário-geral apontou ainda que “há muita gente confundida no país em relação ao momento que se vive”, caracterizando-o como “ainda difícil para o movimento sindical”.

“A Europa está confrontada com uma perda de sindicalização na ordem dos vários milhões de homens e mulheres“, referiu, atribuindo a redução às políticas de austeridade e ao facto de “muitos trabalhadores terem sido confrontados com despedimentos ou perdas de salário quando achavam que os sindicatos eram um bastião”.

“Permitiu-se que a austeridade conseguisse ganhar espaço e destruísse aquilo que achávamos que era indestrutível”, sintetizou o líder da UGT, apelando: “Temos de começar de novo a passar uma mensagem de força e de unidade”.

Por fim, Carlos Silva referiu que “uma das apostas da central é a qualificação dos trabalhadores” e pediu à Autoridade para as Condições do Trabalho “coragem de entrar nas empresas”, deixando também apelos aos responsáveis pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional.

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