No último mês do programa, BCE comprou 332 milhões em dívida portuguesa
O programa de compra de ativos chegou ao fim, em 2018, e o reinvestimento dos montantes dos atingem o prazo começou esta quarta-feira. O BCE poderá beneficiar Portugal nesta nova fase.
O Banco Central Europeu (BCE) fechou o programa de compra de ativos com 2,1 biliões de euros, dos quais 36,84 mil milhões de euros em dívida portuguesa. Depois de ter comprado 206 milhões em novembro, no último mês do ano aumentou o valor investido em obrigações nacionais para 332 milhões de euros, segundo dados divulgados pela instituição liderada por Mario Draghi, esta quinta-feira.
As compras líquidas terminaram a 19 de dezembro, a antecipar a baixa liquidez na altura do Natal e Réveillon, pondo fim a três anos de um programa de Quantitative Easing (QE), que foi visto como uma salvação para os países da moeda única. A compra de dívida foi vista como uma das principais razões para que os Estados — especialmente os mais penalizados pela crise — tenham conseguido custos de financiamento comportáveis.
Na última reunião do BCE de 2018, Mario Draghi deu os primeiros pormenores sobre o curso da política monetária da Zona Euro, este ano. O banco central começou a uma nova fase com o reinvestimento dos juros e dos montantes dos títulos que atingem o prazo, a partir de dia 2 de janeiro. Em 2019, o montante a reinvestir deverá atingir os 212 mil milhões de euros, sendo que não há data para o fim desta estratégia.
Também não se sabe ao certo quanto é que a instituição liderada por Mario Draghi irá comprar em dívida de cada país. No entanto, irá manter a chave de capital (que determina o peso de cada país no total do programa de compra de ativos consoante a parte respetiva dos Estados Membros no total da população e PIB da União Europeia) como linha mestra.
A chave de capital foi atualizada no início de dezembro e Portugal foi um dos 12 países que viu o rácio a cair. Assim, o tem menor margem para comprar dívida portuguesa: 1,6367% atualmente, em comparação com os 1,7434% até ao final do ano passado.
Por outro lado, Mario Draghi explicou na última reunião que há espaço para ajustamentos já que não é obrigatório que o reinvestimento aconteça no mesmo país de origem dos ativos inicialmente comprados. Os analistas interpretaram que o BCE poderá aproveitar para corrigir as proporções de dívida, privilegiando países que detém menores quantidades de obrigações, como é o caso de Portugal, mas também Irlanda ou Chipre.
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