May ainda acredita que é possível uma saída ordenada da UE
Neste momento, os 27 inclinam-se por uma curta extensão, mas o presidente do Conselho Europeu reconheceu ontem que essa opção "cria uma série de questões de natureza legal e política".
A primeira-ministra britânica ainda acredita que é possível uma saída ordenada do país da União Europeia e fez esta quinta-feira um apelo ao Parlamento britânico para aprovar acordo do Brexit. “Agora é tempo de o Parlamento decidir e uma curta extensão [da data de saída do país] permite-nos fazer isso”, afirmou Theresa May à chegada à cimeira a Bruxelas.
A primeira-ministra britânica sublinhou que já passaram três anos desde o voto do referendo que ditou a saída do país do bloco. “O que importa é reconhecer que o Brexit é uma decisão do povo britânico. Nós temos que cumprir isso”. “Continuo a trabalhar para garantir que o Parlamento possa alcançar um acordo que permita sairmos de forma ordenada”.
Theresa May pediu ontem uma extensão até 30 de junho da data de saída do Reino Unido da União Europeia. Em resposta, Donald Tusk que coordena os trabalhos dos líderes europeus admitiu ser possível “um curto adiamento”, mas apenas se os deputados britânicos aprovarem o acordo na próxima semana.
Entretanto, a Reuters, que cita um esboço de um documento oficial do Conselho Europeu, avançou que a UE vai aceitar o adiamento do Brexit até dia 22 de maio, mas só se o Parlamento britânico aprovar o acordo do divórcio na votação marcada para a semana que vem. “A UE compromete-se a concordar, antes de 29 de março de 2019, com uma extensão até 22 de maio, se o Acordo de Saída for aprovado pela Câmara dos Comuns na próxima semana”, lê-se no documento.
Um adiamento do prazo até 30 de junho parece, assim, estar totalmente afastado, por causa das eleições europeias, marcadas para 26 de maio. “Tendo em conta que o Reino Unido não tenciona realizar eleições para o Parlamento Europeu, nenhuma extensão é possível para depois dessa data”, indica o esboço consultado pela agência.
Os líderes dos 27 estão esta quinta-feira reunidos em Bruxelas para mais uma cimeira dominada pelo Brexit. Vão ouvir as razões da primeira-ministra para pedir o adiamento da saída do bloco comunitário. Terão depois que deliberar por unanimidade, e já sem a primeira-ministra britânica na sala, se concedem essa extensão e por quanto tempo.
À entrada para a reunião, Macron admitiu ser possível discutir sobre uma “extensão técnica” no caso de um voto positivo do acordo de saída no Parlamento britânico. A chanceler Merkel disse que é necessário fazer tudo até ao momento final para se conseguir uma saída ordenada do Reino Unido.
Por seu turno, o primeiro-ministro António Costa afirmou, antes do início do Conselho Europeu, que os 27 estão “disponíveis para conceder um adiamento do prazo, desde que esse adiamento do prazo se justifique”, considerando que “em qualquer caso, não pode haver nenhuma extensão para além de 23 de maio”. A bola está no lado do Parlamento britânico, resumiu o primeiro-ministro holandês Mark Rutte.
“Uma discussão que se pode prolongar até porque há diferentes opiniões entre os Estados-membros”, segundo uma fonte em Bruxelas. Neste momento, os 27 inclinam-se por uma curta extensão, mas o presidente do Conselho Europeu reconheceu ontem que essa opção “cria uma série de questões de natureza legal e política”. Entre outras incógnitas, a eventual participação do Reino Unido nas eleições europeias que decorrem entre 23 e 26 de maio.
Apesar de o Reino Unido deixar a UE, “queremos continuar a trabalhar em questões de interesse comum” com os 27, disse Theresa May, dando exemplo disso alguns dos pontos em discussão no Conselho Europeu, para além do Brexit, como as questões relacionadas com a segurança e de prosperidade.
(Notícia atualizada às 17h37 com informação sobre o adiamento do Brexit até 22 de maio)
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