César sobre chumbo dos 9A, 4M e 2D: “Este dia marca o regresso à racionalidade do PSD e CDS”
Depois de oito dias de crise política, os deputados da direita e do PS chumbaram a recuperação integral do tempo de serviço dos professores. César diz que é "um regresso à racionalidade do PSD e CDS".
Os deputados do PSD, CDS e PS chumbaram, esta sexta-feira, a recuperação integral do tempo de serviço “perdido” pelos professores, depois de a esquerda ter feito reprovar as salvaguardar financeiras exigidas pela direita. À saída do plenário e em reação a essa posição das bancadas de Cristas e Negrão, o socialista Carlos César disse: “Este dia marca o regresso à racionalidade por parte do PSD e do CDS”. O líder do grupo parlamentar do PS sublinhou ainda que, face à atitude assumida pela direita, os portugueses poderão concluir que “PSD e CDS não são partidos confiáveis”.
Depois de, na especialidade, terem votado a favor da proposta que previa a recuperação dos nove anos, quatro meses e dois dias congelados, os deputados do PSD e do CDS mudaram de posição, esta sexta-feira.
Recorde-se que, perante a referida votação na especialidade, o primeiro-ministro ameaçou demitir-se, caso a lei avançasse. PCP e BE mantiveram-se firmes nas suas posições, mas PSD e CDS anunciaram que iriam avocar a plenário as normas que faziam depender a contagem integral do tempo de serviço dos professores das condições económicas e financeiras do país. A direita deixou mesmo claro que só voltaria a votar a favor da recuperação dos tais nove anos, se esse travão fosse aprovado, uma medida que a esquerda anunciou de imediato que iria rejeitar, o que acabou por acontecer, esta tarde.
Perante o chumbo da direita e do PS da recuperação integral do tempo de serviço dos professores, o socialista Carlos César disse que “este dia marca o regresso à racionalidade por parte do PSD e do CDS”. “Não é grave, nem fica feio a ninguém emendar os erros”, frisou o líder do grupo parlamentar do PS, reforçando no entanto que, com “estes debates”, fica demonstrado que “PSD e CDS não são partidos confiáveis”.
Numa declaração de voto oral, também o socialista Porfírio Silva já tinha deixado duras críticas às bancadas da direita. “O PS nunca se iludiu com a manobra do PSD e do CDS, que queriam enganar os professores e os portugueses”, afirmou.
No mesmo sentido, a bloquista Joana Mortágua defendeu: “Hoje caiu a máscara à direita”. A deputada garantiu ainda que o Bloco de Esquerda vai continuar a lutar pela recuperação integral do tempo de serviço dos professores e das demais carreiras especiais.
A mesma posição foi deixada pelos comunistas. Ana Mesquita salientou também que o PSD e o CDS “cederam à chantagem” do Executivo de António Costa e sublinhou: “Em todas as decisões que prejudicam os direitos dos trabalhadores, lá está a convergência”. Isto porque PS, PSD e CDS chumbaram a recuperação integral do tempo de serviço.
“Não suportamos o PS”, defendeu-se o social-democrata Fernando Negrão. O líder do grupo parlamentar laranja reforçou que foi dada aos socialistas a possibilidade de votar um travão que assegurava a sustentabilidade das contas públicas e recuperação integral do tempo de serviu, mas que ainda assim votaram contra. “Porquê? Porque confiar ao PS a garantia das boas contas é como confiar à raposa o galinheiro”, atirou Fernando Negrão.
À saída do plenário, o político acrescentou ainda: “Eu diria que estamos no sétimo dia e no sétimo dia caiu o pano, mas ficou a nódoa. E a nódoa foi a crise artificial“. Negrão fez ainda questão de reforçar que esta “crise” veio “prejudicar” a governação do país.
Questionado sobre se seria possível negociar a recuperação dos mais de nove anos congelados numa única legislatura, como disse Rui Rio, Fernando Negrão manteve a sua confiança no líder do PSD e rematou: “Rui Rio nunca promete o impossível”.
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