Ricardo Salgado vai ser interrogado por Ivo Rosa a 8 de julho
O antigo banqueiro vai ser interrogado a 8 de julho pelo juiz Ivo Rosa no âmbito da Operação Marquês. Salgado é o terceiro arguido do processo com mais crimes imputados pelo MP, 21 ao todo.
O antigo presidente do Banco Espírito Santo (BES), Ricardo Salgado, vai ser interrogado a 8 de julho pelo juiz Ivo Rosa, avança a SIC Notícias (acesso livre). Este interrogatório vai acontecer no âmbito da Operação Marquês. Ao ECO, o advogado de Ricardo Salgado, Francisco Proença de Carvalho, confirma que já foi notificado e que “Ricardo Salgado comparecerá na data marcada para prestar os esclarecimentos solicitados pelo Meritíssimo Juiz de Instrução“.
Segundo o Diário de Notícias, não era expectável que o ex-banqueiro fosse ouvido agora, já que foi dos poucos arguidos que não requereu a abertura da fase de instrução. Contudo, tendo em conta que o seu nome tem sido referenciado em vários dos interrogatórios que Ivo Rosa já conduziu, o magistrado decidiu convocar o antigo presidente do Grupo Espírito Santo para prestar depoimento.
O ex-banqueiro é acusado de 21 crimes ao todo, sendo o terceiro arguido com mais crimes imputados pelo Ministério Público, entre eles um crime de corrupção ativa de titular de cargo político, dois de corrupção ativa, nove de branqueamento de capitais, três de abusos de confiança, três de falsificação de documentos e três de fraude fiscal qualificada.
Em novembro de 2018, Ricardo Salgado perdeu um recurso no Tribunal da Relação, onde questionava a validade dos despachos do juiz Carlos Alexandre, responsável pela fase de inquérito deste processo.
O ex-banqueiro alegava ainda que lhe foi negada a prova pericial sobre a existência de vírus informático nas escutas telefónicas do processo, facto que diz ter sido impeditivo de pedir a abertura de instrução e exercer a sua defesa.
O megaprocesso que envolve o ex-primeiro-ministro José Sócrates encontra-se neste momento em fase de instrução. O juiz de instrução criminal Ivo Rosa tem estado a ouvir testemunhas e arguidos à porta fechada desde janeiro de 2019.
Recorde-se que no âmbito deste megaprocesso, o Ministério Público acusa Sócrates de receber cerca de 34 milhões de euros, entre 2006 e 2015, a troco de favorecimentos a interesses do ex-banqueiro Ricardo Salgado no Grupo Espírito Santos e na PT, bem como para garantir a concessão de financiamento da Caixa Geral de Depósitos ao empreendimento de luxo Vale do Lobo, no Algarve, e por favorecer negócios do Grupo Lena.
Entre os 28 arguidos estão também Henrique Granadeiro, Zeinal Bava, Armando Vara, Bárbara Vara, Joaquim Barroca, Helder Bataglia e Gonçalo Ferreira, empresas do grupo Lena (Lena SGPS, LEC SGPS e LEC SA) e a sociedade Vale do Lobo Resorts Turísticos de Luxo.
(Notícia atualizada às 15h29 com mais informação)
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