O clube dos 17 triliões volta a Sintra para discutir o passado do euro com um olho no futuro do BCE
O Banco Central Europeu discute a partir de segunda-feira, em Sintra, os primeiros 20 anos do euro, com quatro dos potenciais sucessores de Mario Draghi na audiência.
A pouco mais de quatro meses de abandonar a presidência do Banco Central Europeu e quando se aproxima a escolha do seu sucessor, Mario Draghi volta a Sintra a partir desta segunda-feira para mais uma edição do Fórum do BCE e traz consigo mais 23 governadores de bancos centrais que representam mais de 20% da economia mundial, incluindo pelo menos quatro que têm sido apontados como seus potenciais sucessores.
Desde 2014, o Banco Central Europeu tem feito questão de juntar os governadores dos bancos centrais do euro e de algumas das mais importantes economias do mundo no Penha Longa Resort, em Sintra, para três dias de conversas sobre a economia. Um pouco mais formal que a conferência organizada pela Reserva Federal de Kansas City, nos Estados Unidos, onde os principais responsáveis da economia mundial se juntam desde 1978 para discutir temas económicos (e pescar truta).
O tema escolhido para o Fórum deste ano foi um balanço dos 20 anos da União Económica e Monetária e o seu futuro. Na longa lista de convidados que o BCE conseguiu reunir em Sintra, além de vários académicos de renome, estarão as economistas chefe do Fundo Monetário Internacional e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico, a ex-presidente da Reserva Federal dos Estados Unidos, Janet Yellen, e ainda o antecessor de Mario Draghi na cadeira de presidente do BCE, Jean Claude Trichet, assim como Olivier Blanchard, ex-economista chefe do FMI, e Peter Praet, que cedeu este ano o lugar de economista chefe do BCE para o irlandês Philip Lane.
Mas se o tema é o passado do euro, o futuro do BCE também não deverá passar ao lado dos governadores, embora não esteja na agenda oficial. Na despedida de Mario Draghi de Portugal, pelo menos enquanto presidente do BCE, estarão quatro dos nomes que têm sido apontados como os seus sucessores mais prováveis, uma escolha que os líderes europeus farão até ao mês de julho: Jens Weidman, do Banco Central da Alemanha; François Villeroy de Galhau, do Banco Central de França; Olli Rehn, do Banco Central da Finlândia; e Klaas Knot, do Banco Central da Holanda.
Na lista só falta mesmo Erkki Liikanen, o histórico ex-governador do Banco Central da Finlândia, que tem sido apontado como o favorito e ao mesmo tempo uma solução de compromisso para que a liderança do BCE seja do agrado da Alemanha, sem ser do alemão Jens Weidman, um dos maiores críticos das medidas não convencionais adotadas durante a liderança de Mario Draghi.
Também em fim de mandato e a dias de se saber o que os líderes europeus querem fazer quanto à sua sucessão, o presidente da Comissão Europeia Jean-Claude Juncker também estará presente no Fórum do BCE, para um discurso na quarta-feira. Esta é a segunda vez que um presidente da Comissão Europeia irá a Sintra, depois de Durão Barroso em 2014 (também ele em fim de mandato e já depois das eleições europeias).
Para além de Mario Draghi e dos governadores dos bancos centrais da zona euro, na audiência estarão também os governadores dos bancos centrais do Reino Unido, Canadá, Rússia, Suíça e África do Sul. São 23 governadores de bancos centrais de economias que representam 20,7% do PIB mundial (cerca de 16,8 triliões de dólares).
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