Sindicatos chegam a acordo com Transtejo e Soflusa e equacionam levantar greve
Os sindicatos dos trabalhadores da Transtejo e Soflusa aceitaram um aumento de 28 euros para todas as categorias, comprometendo-se a levantar a greve caso os trabalhadores aprovem a decisão.
Os sindicatos dos trabalhadores da Transtejo e Soflusa aceitaram esta segunda-feira um aumento de 28 euros para todas as categorias, incluindo a dos mestres, comprometendo-se a levantar a greve caso os trabalhadores aprovem a decisão, informou fonte sindical.
“A empresa fez uma proposta para acabar com o conflito. Pediram a colaboração de todos os sindicatos e anuíram todos, incluindo o meu e até os próprios mestres tiveram um chamamento de consciência e aceitaram“, revelou à Lusa Alexandre Delgado, do Sindicato da Mestrança e Marinhagem da Marinha Mercante, Energia e Fogueiros de Terra (SITEMAQ).
O sindicalista falava após uma reunião, em Lisboa, entre os sindicatos representativos dos trabalhadores e a administração da Transtejo/Soflusa. A partir de agosto, segundo Alexandre Delgado, todos os trabalhadores receberão um aumento de 28 euros, enquanto o atual subsídio de chefia dos mestres (49,44 euros) será integrado no salário base desta categoria.
A proposta foi aceite pelas estruturas sindicais, contudo, acrescentou o responsável, ainda terá de ser “ratificada pelos trabalhadores até 31 de julho. Caso se verifique esta aprovação, “os mestres e todos os sindicatos comprometem-se a levantar os pré-avisos”, afirmou Alexandre Delgado, adiantando que essa medida foi tomada já hoje pelo SITEMAQ.
A Lusa tentou contactar o Sindicato dos Transportes Fluviais, Costeiros e da Marinha Mercante (STFCMM), que representa os mestres, para confirmar se há intenção de levantar a greve às horas extraordinárias, iniciada a 6 de julho na Soflusa, mas até ao momento não foi possível obter declarações.
Já a Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (FECTRANS) adiantou esta segunda-feira em comunicado que, se o acordo for aprovado pelos trabalhadores, “as negociações serão retomadas a partir de 8 de outubro para negociar os salários para 2020” e outros temas que não foram acordados até agora.
O conflito iniciou-se em junho, quando os mestres da Soflusa recusaram o trabalho extraordinário, exigindo que fosse respeitado o acordo celebrado em 31 de maio, de aumento do prémio de chefia em cerca de 60 euros, que dizem ter sido, entretanto, “suspenso”. Esta decisão de aumento do prémio dos mestres levou a que outras categorias profissionais na empresa também avançassem com pré-avisos de greve, alegando que a subida causaria “desarmonia salarial”.
O SITEMAQ tinha convocada uma greve para 18 de junho, mas, na véspera, foi suspensa devido à subscrição de um protocolo negocial entre a administração da empresa e os sindicados, com o STFCMM a ser o único que não assinou.
A greve às horas extraordinárias e uma paralisação de três dias, na semana passada, têm originado a supressão de várias carreiras na Soflusa, afetando milhares de passageiros que todos os dias realizam a travessia entre o Barreiro, no distrito de Setúbal, e o Terreiro do Paço, em Lisboa. Segundo a página da empresa, na terça e quarta-feira vários horários estão “sujeitos a confirmação”.
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