António Ramalho: “Novo Banco vai ser exemplo” na redução do número de grandes devedores

Em declarações ao ECO, António Ramalho destacou a recuperação de 271 milhões de euros de dívida de difícil cobrança durante o segundo semestre do ano passado.

O Novo Banco viu a lista de grandes devedores em incumprimento aumentar na segunda metade do ano passado, mas António Ramalho antecipa ao ECO que o banco irá contrariar essa tendência. O presidente executivo adianta que o banco “vai ser o exemplo” na redução do número de grandes devedores faltosos.

Comentando os dados divulgados esta semana pelo Banco de Portugal, que mostrou que o Novo Banco tinha 36 grupos de devedores de crédito superior a 43,3 milhões de euros em situação de incumprimento a 31 de dezembro de 2018, mais três do que registava a meio desse ano, António Ramalho explicou ao ECO que este acréscimo na lista deveu a empréstimos “que passaram a ter o incumprimento de três prestações” — o que não se verificava em junho — ou a dívidas que deixaram de beneficiar de “um período de carência” e, por isso, “passaram agora a preencher os critérios do Banco de Portugal”.

Mas esta não será a tendência no futuro. Pelo contrário. António Ramalho antecipa que o “Novo Banco vai ser o exemplo de descidas” no que diz respeito ao número de grandes devedores faltosos. Explicação? O banco está a vender carteiras de malparado e, após a limpeza do balanço de ativos tóxicos como grandes dívidas em default, estes devedores vão deixar de figurar na lista quando o Banco de Portugal voltar atualizar os dados no futuro — com o banco a prever pedir mais dinheiro ao Fundo de Resolução, o supervisor terá de divulgar nova lista dos grandes devedores, como estabelece a lei da transparência bancária aprovada em fevereiro pelo Parlamento.

É o que acontecerá com o “Projeto Nata 2“, que se encontra em fase final de venda. Esta carteira inclui cerca de 70 créditos de grandes devedores, como os problemáticos da Ongoing (segundo o Jornal Económico a dívida à venda tem o valor indicativo de 350 milhões de euros) ou da Sogema (dívida com o valor de 540 milhões). Fechada a venda ao fundo norte-americano Davidson Kempner, que se espera que venha a acontecer até final desta semana, estas dívidas serão “limpas” das contas do Novo Banco.

Segundo o Banco de Portugal, os 36 maiores devedores do Novo Banco provocaram uma perda real de 4.150 milhões de euros — dados referentes a 31 de dezembro de 2018.

O presidente do Novo Banco explica que a instituição continua a ser pressionada pelo legado deixado pelo BES, mas vislumbra aspetos positivos nos dados divulgados na terça-feira pelo supervisor, como por exemplo a recuperação de de 271 milhões de euros de dívidas junto destes grandes devedores durante o segundo semestre deste ano e ainda a redução das imparidades.

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