Tavares cumpre promessa de Félix Morgado. Montepio paga prémio de 210 euros a mais de três mil trabalhadores

Trabalhadores do Montepio voltaram a receber prémio que tinha sido prometido pela anterior administração. Salário de setembro chegou com uma compensação de 210 euros a cada funcionário.

Os trabalhadores do Banco Montepio receberam esta quinta-feira um prémio de 210 euros, a título de recompensa pelo congelamento de salários nos últimos anos, apurou o ECO. E assim o banco cumpre uma promessa feita aos trabalhadores pela anterior administração de José Félix Morgado.

Feitas as contas, o banco liderado por Dulce Mota e Carlos Tavares distribuiu quase 700 mil euros por cerca de 3.300 funcionários (receberam todos o mesmo montante), um montante que corresponde basicamente a 5% do lucros que obteve em 2018, na casa dos 12,6 milhões de euros.

Em causa está um compromisso assumido pela anterior administração do banco que negociou com os trabalhadores um acordo de empresa que previa, entre outros pontos, o congelamento temporário dos salários devido ao período de crise. Em contrapartida, ficou definida uma compensação assim que o banco regressasse aos lucros, com a promessa de partilha de 5% do resultado líquido com os trabalhadores durante dois anos. A promessa foi agora integralmente cumprida pela atual gestão, que na mensagem distribuída na rede interna, a que o ECO teve acesso, não deixou de reconhecer o empenho de todos os trabalhadores.

Em 2018, os trabalhadores receberam um prémio de 440 euros com base no lucro obtido em 2017, de 30 milhões de euros — valor que acabou por ser revisto em baixa, para seis milhões, por Tavares. Este ano, a compensação fixou-se pela metade daquele valor: 210 euros, que foram pagos na quinta-feira juntamente com os salários relativos ao mês de setembro.

O Banco Montepio apurou no ano passado um resultado líquido de 12,6 milhões de euros. O banco disse que o resultado poderia ter sido o dobro caso não tivessem ocorrido uma série de fatores não recorrentes, como a coima de 2,5 milhões de euros aplicada pelo Banco de Portugal e que obrigou ao provisionamento desse montante nas contas. Ou seja, o prémio atribuído aos trabalhadores acabou por ser penalizado por estas condicionantes.

Há uma semana, a instituição apresentou os resultados do primeiro semestre deste ano. O lucro ficou nos 3,6 milhões de euros, menos 77% do que há um ano, um resultado que foi penalizado sobretudo pelo mau desempenho do Finibanco Angola, por maiores encargos com impostos e pela deterioração do negócio em Portugal.

O Banco Montepio continua sem CEO efetivo, uma vez que Dulce Mota assumiu o cargo interinamente em fevereiro passado, depois de Carlos Tavares ter passado a exercer apenas funções de chairman. Mas tem crescido a pressão do Banco de Portugal para que a liderança do banco seja clarificada.

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