Pequim acusa EUA de “semearem a discórdia” entre China e sudeste asiático
A administração norte-americana denunciou o regime comunista por "intimidação" em disputas territoriais no Mar do Sul. A China respondeu pedindo aos EUA para parar de "alimentar problemas na região".
Pequim acusou esta segunda-feira Washington de “semear a discórdia” entre China e países do Sudeste Asiático, depois de um membro da administração norte-americana denunciar o regime comunista por “intimidação” em disputas territoriais no Mar do Sul.
“Os Estados Unidos não são diretamente afetados na questão do Mar do Sul da China, devem respeitar os esforços dos países da região na busca pela paz e estabilidade”, disse o porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros Geng Shuang. O porta-voz exigiu que Washington “pare de alimentar problemas na região e fazer declarações irresponsáveis”.
Geng respondeu assim às acusações do assistente do Presidente norte-americano, Donald Trump, para os Assuntos de Segurança Nacional dos EUA, Robert O’Brien, que acusou esta segunda-feira “Pequim de usar a intimidação para impedir que os países da ASEAN (Associação das Nações do Sudeste Asiático) pudessem explorar os seus recursos naturais”.
O’Brien afirmou ainda que a “região não tem interesse em regressar a uma era imperial”. O representante norte-americano fez estas acusações durante a cimeira entre a ASEAN e países parceiros, que decorre em Banguecoque, e onde a China esteve representada pelo primeiro-ministro, Li Keqiang.
“Os líderes da ASEAN concordaram que o seu relacionamento com a China está entre os mais dinâmicos. Acho que é uma resposta firme às tentativas dos EUA de semear a discórdia entre os dois lados”, apontou Geng. Pequim reivindica quase todo o Mar do Sul da China, apesar das reivindicações do Vietname, Filipinas, Malásia e Brunei, países membros da ASEAN.
Durante a cimeira, O’Brien leu uma declaração de Trump, na qual este destacou que os EUA e os países do bloco regional “compartilham os mesmos valores” e convidou os seus líderes a visitarem os EUA para uma cimeira, a ser organizada no primeiro trimestre do próximo ano. A China é já o principal parceiro comercial de todos os países da região.
Um dos temas centrais da cimeira em Banguecoque é a negociação da Associação Económica Integral Regional (RCEP), um acordo de livre comércio promovido pela China e que abrange quase um terço da economia mundial. Os EUA não estão incluídos no RCEP, que além da China inclui Austrália, Coreia do Sul, Japão, Índia, Nova Zelândia e os dez membros da ASEAN, que anunciaram hoje estarem dispostos a integrar o acordo em 2020.
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