Resolução “apressada” do BES foi uma “péssima decisão”, diz Artur Santos Silva
Para o curador da Fundação La Caixa Portugal, a solução que devia ter sido tomada no caso BES "era uma decisão no sentido de o Estado assumir o banco".
Artur Santos Silva, curador da Fundação La Caixa Portugal e fundador do banco BPI, considera que a resolução “apressada” do Banco Espírito Santo (BES) em agosto de 2014 foi uma “péssima solução” para o problema. Aponta ainda que os atuais prejuízos do banco “bom” são “um problema por resolver”.
“O modelo da resolução que foi aplicado ao BES foi um modelo que nunca tinha sido aplicado antes, a um banco com importância sistémica. Acho que foi uma péssima solução. A solução que devia ter sido tomada era uma decisão no sentido de o Estado assumir o banco”, disse, em entrevista ao Observador (acesso pago).
Santos Silva recorda que o banco bom, agora Novo Banco, que recebeu muitos dos ativos não tóxicos do BES, “não pára de ter prejuízos sérios”. “Há um problema que resta por resolver e quanto mais tempo ele se arrastar mais peso pode existir sobre todo o sistema bancário“, defende.
Para o fundador do banco BPI, identificar a situação e “saber o que é que são ativos tóxicos” é o primeiro passo para melhorar o desempenho do Novo Banco. No entanto, não se mostra muito otimista, apontando que, pelo que vê acontecer, “trimestre após trimestre”, tem “apreensões”.
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