Economia digital revolucionou as compras e… os clientes
"O comportamento do consumidor alterou-se significativamente e é este comportamento que dita claramente as tendências do futuro", destaca a presidente da comissão executiva da Norgarante.
O mundo está a mudar: a transformação digital chegou a uma velocidade de veleiro e as empresas têm de adaptar-se. Tudo porque a internet veio revolucionar o mercado e as vendas estão à distância de um clique. Por segundo, em todo o planeta, são feitas 63 mil pesquisas no Google. Existem cerca de 7,7 mil milhões de pessoas, sendo que 4,4 mil milhões são utilizadores regulares da internet.
“O cliente de hoje é diferente e nós temos de acompanhar essa diferença”, defende Nadim Habib, professor da Nova SBE.
Teresa Duarte, CEO da Norgarante, corrobora a ideia do professor. “A velocidade de mudança é enorme e a questão que se coloca na economia digital já não é o que era. O comportamento do consumidor do futuro alterou-se significativamente. Este comportamento do consumidor dita claramente as tendências do futuro. É importante acompanhar a evolução e é determinante para definir a estratégia da empresa”, destaca.
“Nos dias de hoje, investir em inovação não é uma escolha, é uma necessidade para manter as empresas competitivas. Mas para sermos competitivos temos de ser mais produtivos e gerar mais valor”, referiu a presidente da comissão executiva da Norgarante na conferência “Economia digital, a competitividade do futuro”, que decorreu na tarde desta quarta-feira, em Braga.
Gaspar D’Orey, CEO da Dott, join venture da Sonae e dos CTT, considera que hoje o cliente é mais informado e rápido a tomar uma decisão. “O nosso cliente está em todo o lado, seja através do telefone, tablet, computador, loja física, nós temos que estar lá quando ele quiser às horas que ele quiser”. O CEO da Dott chama a atenção para o potencial dos dados nesta questão “de conhecer melhor o consumidor”.
O comportamento do consumidor do futuro alterou-se significativamente.
“Os dados são fundamentais e é preciso trabalhar nesse sentido. Com os dados, eu consigo saber de onde é o cliente, qual o seu género, as suas preferências, o tipo de comportamento (…) isto é informação valiosa”, esclarece o responsável pela empresa. Gaspar D’Orey exemplifica e refere que “existem empresas que lançam modelos de produtos nas redes sociais que não passam de protótipos, só para perceberem se os clientes clicam e querem comprar determinado produto (…) Isto é o potencial dos dados”, alerta o CEO, que tem como objetivo ser o maior shopping online do país.
O professor da Nova SBE, Nadim Habib, concorda com Gaspar D’Orey e salienta que “Portugal tem muitas empresas fenomenais em termos de produção, mas com uma grande fragilidade no que respeita ao conhecimento do cliente. Hoje a lógica é muito mais focada no cliente. Que cliente é que eu tenho, onde é que ele está, o que quer e onde está interessado em fazer compras”, refere Nadim Habib.
Com os dados eu consigo saber de onde é o cliente, qual o seu género, as suas preferências, o tipo de comportamento (…) isto é informação valiosa.
“Se olharmos, por exemplo, para muitas organizações portuguesas de calçado e vestuário, suspeito que elas não saibam quem é que compra o seu produto. Estão focadas em produzir um grande produto, encontrar distribuição e lançar para o mercado. A verdade é que eles sabem muito pouco sobre o cliente”, afirma Nadim Habib. O professor universitário dá o exemplo da Amazon e a Google que estão a ter “enormes sucessos, porque eles querem ser donos do cliente”. Considera que “ser dono do cliente” é a chave para o sucesso e é o grande desafio das empresas portuguesas.
Para Nadim Habib, o sucesso depende de ter “um bom cliente”, brinca, assinalando que “é melhor tem um bom cliente e um mau produto do que um bom produto e um mau cliente”.
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