Tombo nas vendas a retalho e nos lucros da banca penalizam Wall Street
Dados económicos pouco animadores são conhecidos numa altura em que os investidores começam a digerir os resultados dos bancos no primeiro trimestre do ano.
Wall Street afunda mais de 2% esta quarta-feira, com os investidores a preparem-se para a pior recessão desde os anos 1930. Além dos números das vendas a retalho nos Estados Unidos e do arranque da época de resultados, a queda do petróleo está também a penalizar o sentimento.
As vendas a retalho nos EUA caíram 8,7% em março, em mínimos históricos e a sinalizar que o gasto com consumo será o mais baixo em décadas, de acordo com dados publicados esta quarta-feira. Em simultâneo, foi divulgado que a atividade fabril no estado de Nova Iorque caiu para o valor mais baixo de que há registo.
Os dados económicos pouco animadores são conhecidos numa altura em que Wall Street começa a digerir os resultados referentes ao primeiro trimestre do ano.
“Os investidores têm um estômago de ferro para continuar a investir em ações apesar dos maus resultados que se esperam nos próximos dias, semanas e meses“, disse David Trainer, CEO da firma de investimento New Constructs, em declarações à Reuters.
O índice industrial Dow Jones cai 2,33% para 23.392,14 pontos, enquanto o financeiro S&P 500 perde 2,29% para 2.780,99 pontos e o tecnológico Nasdaq recua 1,87% para 8.356,72 pontos.
O Bank of America afunda 5,18%, o Goldman Sachs desvaloriza 3,01% e o Citigroup perde 2,60% após terem anunciado resultados, antes da abertura do mercado. Esta semana, também já o tinham feito o JPMorgan Chase e o Wells Fargo. Ambos seguem em terreno negativo, a recuar 4,44% e 4,97%, respetivamente.
Os analistas consultados pela Reuters perderam que os lucros do S&P 500 caiam 12,3% no primeiro trimestre. “A época de resultados e o coronavírus estão fortemente interligados e, quanto mais progressos houver no coronavírus, mais cedo a atividade económica é retomada e maior a recuperação dos lucros”, sublinhou Trainer.
Em simultâneo, o mercado petrolífero também não ajuda o sentimento dos investidores. As cotações do petróleo estão novamente sob forte pressão nos mercados internacionais após a Agência Internacional de Energia (AIE) ter alertado que, mesmo com o acordo de cortes de produção alcançado pela OPEP+, o excedente é demasiado grande. O espaço de armazenamento poderá chegar ao fim dentro de poucas semanas.
O barril do Brent — referência para as importações nacionais — desvaloriza 4,53%, para 28,26 dólares, no mercado londrino, estendendo a queda de quase 7% registada na sessão anterior. Já o crude transaciona em Nova Iorque a perder 0,65%, negociando abaixo da barreira dos 20 dólares, nos 19,98 dólares por barril.
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