CDS reúne personalidades para traçar plano de recuperação do país
Grupo de personalidades será uma "espécie de conselho para recuperação económica e social do país”, com o objetivo de reformar o “Estado depois desta pandemia” provocada pelo novo coronavírus.
O CDS-PP vai criar um conselho com personalidades das áreas das finanças, educação ou justiça, com o objetivo de apresentar um plano para a recuperação económica e social de Portugal após a pandemia de Covid-19, revelou o presidente.
“Nós vamos criar um grupo de personalidades” que vão ser “uma espécie de conselho para recuperação económica e social do país”, com o objetivo de reformar o “Estado depois desta pandemia” provocada pelo novo coronavírus, afirmou o líder do CDS, em declarações à agência Lusa por ocasião dos 100 dias à frente do partido.
“E vamos apresentar um plano para Portugal a curto, médio prazo, e depois aí poderemos adiantar políticas concretas, que terão de merecer muito estudo e muita discussão da nossa parte”, apontou o presidente democrata-cristão, explicando que o grupo será “coordenado pela direção do partido” e por si próprio especialmente.
O objetivo do partido é “apresentar um programa consistente para o país, que ajude Portugal a relançar-se depois desta crise”, e irá dar especial destaque à “revitalização do tecido empresarial”, através de “estímulos direitos e indiretos” para a economia, aumento da competitividade ou diminuição da burocracia e da “asfixia” a nível fiscal.
No foco do CDS-PP estará também o combate à pobreza, o apoio aos idosos e a saúde, nomeadamente a complementaridade entre o Serviço Nacional de Saúde e agentes privados, por forma a “cobrir todas as necessidades que os portugueses terão num futuro próximo”.
Questionado sobre as personalidades que vão integrar este grupo, o líder democrata-cristão não quis adiantar nomes, uma vez que ainda não endereçou os convites, mas adiantou que “há pessoas que já estão pensadas”.
“Vamos procurar ir buscar nomes da nossa sociedade, com experiência na área social, na área da educação, na área das finanças, da economia, da família, da justiça”, elencou Francisco Rodrigues dos Santos.
Na ótica do presidente, “o papel do CDS é uma função de oposição, que passa por fiscalizar a ação do Governo, por apontar o que está a correr mal e apresentar soluções mais eficientes para responder aos portugueses e conseguir ajudá-los a superar este momento dramático”.
O partido não faz “oposição ao país”, pelo que o seu objetivo é “defender o interesse nacional”, e “isso não se faz transformando o CDS num partido de protesto, radicalizado”, defendeu, considerando que “o CDS tem sido o partido que mais soluções tem apresentado em concorrência com as do Governo”.
No que toca à crise social e económica provocada pela pandemia, o líder democrata-cristão pede ao Governo que tire “da gaveta o plano para o relançamento da economia”.
Quanto aos 100 dias na liderança do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos faz um balanço positivo dos primeiros meses à frente do partido, revelando que tem recebido “muitas palavras de incentivo dos militantes” e “um bom retorno” da sociedade, tendo o CDS ganho “mais de mil novos filiados”.
Na sua ótica, o partido “está serenado e tem confiança de que esta direção conseguirá vencer os desafios que se coloca, mas está ciente que o caminho é estreito e que vai exigir muito trabalho, abnegação e resiliência”, uma vez que esta “não é uma prova de velocidade, é uma maratona”.
"Vamos procurar ir buscar nomes da nossa sociedade, com experiência na área social, na área da educação, na área das finanças, da economia, da família, da justiça.”
Francisco Rodrigues dos Santos lamentou igualmente que metade do período desde que está à frente do partido tenha sido marcado pelo confinamento social decretado devido à pandemia, considerado que, sendo uma liderança nova, “tinha uma necessidade de se mostrar e de se projetar na sociedade”, pois partilha o ‘palco’ com pessoas com um “conta-quilómetros político muito mais rodado”.
Apesar disso, estes “estímulos positivos” são sinal de que a nova direção está a “credibilizar o CDS” de novo, assinalou.
Devido ao Covid-19, ficou suspensa a volta das bases que o presidente estava a fazer pelo país, bem como a auditoria interna à gestão e às contas do CDS, mas ambas serão retomadas, assegurou.
Francisco Rodrigues dos Santos, que sucedeu a Assunção Cristas, foi eleito presidente do CDS-PP em 26 de janeiro, no 28.º congresso nacional do partido, que decorreu em Aveiro. A sua comissão política nacional mereceu 65,7% dos votos dos delegados.
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