Covid-19: Coface lucra menos 65% até março, receitas em Espanha e Itália sobem acima de 5%
O lucro operacional da seguradora de crédito caiu 46% no primeiro trimestre, penalizado por maior sinistralidade e com a dinâmica operacional a sentir algum efeito do confinamento devido à covid-19.
A companhia francesa líder em seguros de crédito, caução e informação de risco comercial, terminou o primeiro trimestre com lucros líquidos de 12,7 milhões de euros, um ganho 65% inferior ao consolidado pelo grupo nos primeiros três meses de 2019.
O resultado operacional ascendeu a 30,9 milhões, recuando 45,9%, face ao período homólogo do ano anterior, uma queda explicada por sinistros de dimensão significativa, mas sem ligação com a crise da pandemia, detalha informação no site da instituição.
O rácio de sinistralidade líquida progrediu 14,5 pontos percentuais (pp), situando-se em 57,1%, enquanto o rácio combinado se agravou em 12 pp em termos anualizados, terminando o trimestre nos 86,8%. Um ano antes, o indicador de eficiência na atividade de subscrição situava-se em 74,5% e no final de 2019 marcava 78%.
Antecipando que a crise afetará a atividade dos clientes e a taxa de sinistralidade gerida pelo grupo, Xavier Durand, diretor geral da Coface afirma: “A crise do coronavírus é um choque sem precedentes para a economia e para o seguro de crédito (…)”. Como consequência da decisão de reter dividendos sobre os lucros de 2019 e integrando a forte desvalorização de ativos financeiros (a 31 de março), a Coface afirma um rácio de solvabilidade estimado em 195%, superior ao intervalo de conforto (155%-175%). De acordo com Durand, isto “reforça a nossa capacidade para atravessar a crise”.
O volume de prémios brutos angariados subiu 0,7% sem ajustamento a variações cambiais, totalizando 301,2 milhões de euros no trimestre reportado. Por seu lado, o volume de negócios consolidado pelo grupo Coface ascendeu aos 370,5 milhões, em progressão de 1,4% (em perímetro e câmbios constantes) e com progressão de 12% na área de serviços, indica o comunicado da empresa salientando que a taxa de retenção de clientes está em nível recorde.
A companhia francesa de seguros de crédito realça ainda crescimentos acima de 5% no volume de negócios apurado em Itália e Espanha, refletindo a dinâmica de crescimento comercial dos clientes antes da imposição de medidas de confinamento nos dois países fortemente afetados pelo surto de covid-19.
Perspetivando cenário futuro, a Coface antecipa incremento “importante de declarações de sinistro a partir do segundo trimestre, com impacto nos resultados” da companhia. A amplitude deste impacto “dependerá da duração restante do confinamento, a rapidez da recuperação económica e a eficácia das medidas governamentais”, lê-se no comunicado.
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