Mário Centeno vê desemprego “ligeiramente abaixo” de 10%
O terceiro trimestre poderá ser de "forte recuperação", mas no quarto "abrandará" novamente. Para o ministro das Finanças, só em 2022 é que o país vai recuperar os níveis de atividade de 2019.
O ministro das Finanças antecipa que a taxa de desemprego em Portugal fique “ligeiramente abaixo” dos 10% em 2020, como consequência da pandemia de Covid-19.
“Pensamos que a taxa de desemprego até final do ano possa vir a crescer três ou quatro pontos percentuais”, disse Mário Centeno em entrevista à RTP3, quando questionado sobre se ficaria abaixo dos 10%, confirmou que “poderá ser ligeiramente abaixo desse número”. A taxa de desemprego em Portugal em 2019 foi de 6,5% e, de acordo com as previsões da Comissão Europeia, esta taxa deverá agravar-se até aos 9,7%.
Mário Centeno defende que “não é tempo de pensar na fatura” da pandemia, mas também reconhece que “Portugal perdeu em dois meses tudo o que tinha conseguido em quatro anos”.
Numa entrevista no mesmo dia em que foi divulgado o Programa de Estabilidade, que não tem quaisquer previsões económicas, Mário Centeno admitiu que o terceiro trimestre poderá ser de “forte recuperação”, mas no quarto “abrandará” novamente. Para o ministro das Finanças só em 2022 é que o país vai recuperar os níveis de atividade de 2019.
De acordo com o Programa de Estabilidade, “em média, a cada 30 dias úteis de confinamento” há “um impacto negativo no crescimento anual do PIB de 6,5 pontos percentuais a economia nacional”. E, segundo Mário Centeno, abril foi o mês mais penalizador para a economia nacional. Um mês em que houve um acréscimo de 75 mil desempregado face ao mês homólogo.
Sem querer avançar qualquer previsão para a evolução do PIB no conjunto do ano, o responsável apenas disse que estava a trabalhar com uma previsão de “quebra do PIB de 15 mil milhões de euros no conjunto do ano”. Caso o ministro das Finanças se esteja a referir ao PIB encadeado em volume, a redução percentual estará na casa dos 7,4%, calculando com base nos dados oficiais do Instituto Nacional de Estatística (INE) para o PIB de 2019.
Mário Centeno não quis confirmar a previsão de contração do PIB de 6,8% avança pela Comissão Europeia e disse mesmo que este valor é “muito especulativo” porque “não tem em conta os efeitos do plano de recuperação económica que a Comissão Europeia vai avançar nas próximas semanas“, explicou.
Questionado sobre este fundo, Centeno disse não ter dúvidas que será possível chegar a um acordo e que “850 mil milhões de euros é o hiato de investimento que a Comissão Europeia calcula como necessário para dinamizar a economia europeia e recuperarmos os níveis que tínhamos anteriores ao coronavírus”.
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