Lucro da Allianz recua 29% até março refletindo desastres naturais e covid-19
O lucro operacional do ramo não Vida caiu perto de 30%, enquanto a rentabilidade no segmento propriedade e danos se agravou refletindo aumento de sinistros com desastres naturais e efeitos da pandemia
O lucro do grupo Allianz registou declínio de 28,9% no primeiro trimestre deste ano, em comparação com o mesmo período de 2019, para se situar em 1 400 milhões de euros, o que ocorreu num contexto difícil, revelou o grupo alemão de seguros indicando que a receita total consolidada cresceu 5,7%, para os 42,6 mil milhões de euros.
O presidente da Allianz SE, Oliver Bäte, explicou que “o primeiro trimestre mostrou a solidez da Allianz numa situação sem precedentes”.
O resultado operacional caiu 22,2% no período em análise, para 2.304 milhões de euros, enquanto o volume de prémios de seguro direto melhorou nos três primeiros meses deste ano para 2.600 milhões de euros, o que representou uma subida de 5,7%.
Na apresentação do balanço e contas, a seguradora explicou que “a turbulência causada pela Covid-19 nos mercados financeiros e a paralisação da economia pioraram significativamente as condições no setor dos serviços financeiros”.
A Allianz revelou que está preparada para superar a crise através de uma carteira de negócio “bem diversificada” e “um balanço robusto”, considerando que teve um “bom resultado” no trimestre em apreço, lê-se no comunicado.
A divisão de gestão de ativos melhorou o lucro operacional suportada no aumento da receita que depende dos ativos geridos, mas a divisão de seguros não Vida, incluindo acidentes, teve um pior desempenho devido aos desastres naturais e à pandemia da covid-19.
O resultado do ramo vida e saúde também registou um recuo devido à turbulência dos mercados de capitais e à queda das margens dos investimentos em capital. Além disso, o resultado operacional da seguradora também caiu porque o lucro da venda da Allianz Popular foi absorvido pelos efeitos no mercado resultantes da pandemia da Covid-19.
A Allianz terminou o primeiro trimestre com um rácio de capitalização, segundo a norma de supervisão de Solvência II de 190% (218% no ano fiscal anterior e de 212% no final de dezembro passado).
O negócio dos seguros do ramo não Vida viu o lucro operacional recuar para 1.032 milhões de euros (-29,1%) devido ao aumento dos sinistros com desastres naturais e os efeitos da pandemia da covid-19. A pandemia penalizou as condições operacionais no segmento P&C (propriedade e danos), onde o rácio combinado se agravou em 4,1 pontos percentuais, face a um ano antes, para os 97,8%, detalha a Allianz SE em comunicado.
Os seguros do ramo Vida e Saúde também tiveram um resultado operacional pior, ao situarem-se nos 819 milhões de euros (-25,3%) devido à queda nas margens dos investimentos de capital e por causa da turbulência nos mercados financeiros, bem como devido ao aumento dos custos nos Estados Unidos, embora a gestão de ativos tenha registado um acréscimo homólogo para 679 milhões de euros (+18,6%).
A Allianz retirou as previsões sobre o resultado operacional para 2020, inicialmente avançadas, que se situavam entre 11.500 e 12.500 milhões de euros, o que se deveu ao impacto negativo da pandemia da Covid-19 e anunciou que não avançará com novas previsões até que possa calcular melhor os efeitos da crise.
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