Travão a Centeno no Banco de Portugal? Costa dá ordem para PS criar obstáculos

Contra a vontade dos socialistas, os deputados aprovaram, na generalidade, duas propostas que podem vir a inviabilizar a eventual passagem direta de Mário Centeno do cargo de ministro das Finanças para o cargo de governador do Banco de Portugal (BdP). O PS está, contudo, a preparar obstáculos para evitar que esse “travão” se concretize a tempo da nomeação do sucessor de Carlos Costa. De acordo com o Expresso (acesso pago), a ordem veio de cima, isto é, António Costa pode estar mesmo a pensar no nome do “CR7 das Finanças” para o cargo em questão.

Segundo avança o semanário, o primeiro-ministro já deixou mesmo Mário Centeno “descansado”, assegurando-lhe que tem a intenção de indicar o seu nome para a posição de governador do BdP. No seio do Governo, a aprovação dos diplomas em causa caiu com incredulidade, já que esta é “uma lei ad hominem, que dificilmente convive com o Estado de Direito”, diz fonte próxima de António Costa. Face aos diplomas que estão agora a fazer caminho no Parlamento, a indicação no Executivo é para ir à luta.

Em causa estão duas propostas do PAN e do PEV, que reforçam os poderes da Assembleia da República na nomeação do líder do regulador da banca e estabelecem um “período de nojo” de cinco anos entre o exercício de um cargo político como o que Centeno ocupou desde 2015 e a posição em causa. Segundo disse ao ECO o deputado André Silva, o PAN queria ver o diploma ser submetido a uma votação final global até ao fim da próxima semana, mas o PS insistiu em discutir em comissão o calendário e atrasou o processo. O Expresso acrescenta, este sábado, que os socialistas vão ainda pedir audições, incluindo ao Banco Central Europeu, para atrasar o mais possível uma eventual aprovação dos diplomas.