Geração Z e millennials estão mais otimistas, apesar do impacto da pandemia
As gerações nascidas entre 1981 e 2012 estão a sofrer o impacto negativo da pandemia nas vidas profissionais. Muitos ficaram sem emprego, enquanto os restantes querem agora ficar mais tempo.
Três em cada dez pessoas da Geração Z perderam o emprego ou estão em situação de licença temporária não remunerada, devido à pandemia. Entre os millennials, a percentagem é ligeiramente inferior (um em cada quatro). Apesar do impacto negativo da crise da Covid-19 na situação profissional, estes jovens estão mais otimistas quando pensam no futuro e procuram ter um impacto positivo no mundo.
Estas são algumas das conclusões do estudo Deloitte Millennial Survey 2020, da Deloitte, sobre os millennials, nascidos entre 1981 e 1999, e a Geração Z, dos jovens nascidos entre 1995 e 2012.
Os jovens destas duas gerações são resilientes e querem aproveitar a adversidade para construir um mundo melhor, revela o estudo. Por isso, procuram num emprego um desafio profissional e empresas que tenham uma cultura de flexibilidade laboral e, principalmente, políticas de impacto social e humano.
As alterações climáticas surgem como uma questão crítica para os millennials e os jovens da Geração Z, antes e durante a crise da Covid-19, refere a consultora. Antes da pandemia, metade dos entrevistados disse ser tarde demais para reparar os danos causados pelas alterações climáticas, mas quatro meses depois, os millennials parecem estar mais otimistas relativamente ao futuro do planeta.
Jovens estão preocupados com a saúde mental
Devido ao confinamento e à suspensão da atividade profissional para alguns jovens, os níveis de stress apontados pelos jovens diminuíram na versão mais recente do estudo, revela a Deloitte.
Já antes da pandemia, 50% dos millennials e 52% da Geração Z, afirmavam sentir sintomas de stress durante a maior parte do tempo de trabalho, sendo as principais fontes de preocupação o bem-estar da família, o impacto financeiro a longo prazo e as perspetivas de emprego. 61% millennials acredita que a situação financeira pode piorar ou estagnar este ano, revela o inquérito.
A crise pandémica alterou de forma substancial a forma como olhamos para o mundo do trabalho com os jovens trabalhadores, a darem sinais de algum otimismo e vontade de melhorar as empresas, as comunidades em que se inserem e contribuir para a construção de um mundo melhor.
Apesar de sentirem menos stress devido à pandemia, estas gerações estão mais alerta para questões como a saúde mental no trabalho. 69% dos millennials e 64% da geração Z, consideram que acordos de trabalho flexível e a opção do teletrabalho, podem ajudar a reduzir o stress no futuro.
Mais millennials querem ficar no atual empregado cinco ou mais anos
Na primeira fase do estudo, 51% dos millennials afirmaram que o mundo dos negócios é uma força positiva e apostada em fazer o bem, menos do que os 76% de há três anos e do que os 55% registados o ano passado. No pós-pandemia, os números continuam a cair para 41% nos millennials e 43% na Geração Z.
Apesar disso, os jovens parecem estar mais leais às empresas. Pela primeira vez desde o início deste estudo, em 2016, há mais millennials a afirmarem que desejam ficar com os seus atuais empregadores por cinco ou mais anos, do que aqueles que respondem que querem sair dentro de dois anos. Já na Geração Z, mais de 50% afirma que pretende trocar de emprego dentro de dois anos.
Quase três quartos dos inquiridos garante que “a pandemia os tornou mais empáticos relativamente às necessidades dos outros“, por isso admitem que no futuro querem ter um impacto positivo nas comunidades em que se inserem, revela o inquérito.
“A crise pandémica alterou de forma substancial a forma como olhamos para o mundo do trabalho com os jovens trabalhadores, que foram particularmente atingidos pelo confinamento, a darem sinais de algum otimismo e vontade de melhorar as empresas, as comunidades em que se inserem e contribuir para a construção de um mundo melhor. Millennials e Geração Z demonstram que são gerações resilientes e que é neles que está a solução para um problema que é de todos”, sublinha Nuno Carvalho, partner da Deloitte, citado em comunicado. O relatório reuniu 18.426 respostas de jovens destas gerações, em 43 países.
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