UGT quer que ministro das Finanças coloque “um número” no aumento do salário mínimo
O secretário-geral da UGT aponta que “da parte dos parceiros empregadores não há um discurso positivo e otimista”.
A UGT quer que o ministro das Finanças, João Leão, coloque “um número” no aumento do salário mínimo nacional, depois de o governante ter dito que deve haver margem para aumentar “com significado” este rendimento.
Em declarações à agência Lusa, o secretário-geral da UGT, Carlos Silva pediu ao governante que seja mais preciso quando fala na subida do salário mínimo nacional (SMN) para 2021.
“Temos de saber de que é que estamos a falar”, referiu, indicando que “a UGT prepara-se no seu secretariado nacional, no próximo dia 23, para votar favoravelmente uma proposta para que o SMN para 2021 possa ser discutido em concertação social na base dos 670 euros”, face aos atuais 635 euros.
O ministro das Finanças defendeu na quarta-feira à noite que no próximo ano deve haver margem para aumentar “com significado” o salário mínimo nacional, após uma negociação na Concertação Social. “A nossa intenção é, no próximo ano prosseguir com o diálogo que tem de ser feito na Concertação Social, com o aumento do salário mínimo e que haja um aumento com significado”, afirmou o ministro na Grande Entrevista, transmitida pela RTP3.
João Leão sublinhou que “houve setores muito afetados” pela crise da pandemia de covid-19 “e que há “muitos trabalhadores” a ganhar o salário mínimo, mas o Governo entende que “deve haver margem” para aumentar a remuneração mínima.
“Depois de ouvir a entrevista do ministro das Finanças a primeira reação é que há aqui um discurso de continuidade em relação ao que já foi o discurso do primeiro-ministro nas entrevistas que deu em relação à vontade do Governo em fazer avançar” o SMN, adiantou Carlos Silva.
Por outro lado, criticou o secretário-geral da UGT, “da parte dos parceiros empregadores não há um discurso positivo e otimista”, assegurando que “nunca tiveram um discurso otimista em relação a aumento de salários, nomeadamente ao SNM, é sempre a contragosto”. Por isso, para a UGT “vir o Governo dizer isso parece um bom sinal. Vamos aguardar pela próxima reunião da Concertação Social”, indicou Carlos Silva.
A organização espera ainda que o Governo tenha na Assembleia da República “o devido respaldo quando lá chegar com uma proposta”, sobre esta matéria. No dia 2 de setembro, as centrais sindicais abordaram na reunião da Concertação Social o aumento do salário mínimo em 2021, mas a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, disse não ser este ainda o momento para se avaliar e discutir valores.
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