Investimentos na energia mais do que triplicam para 13 mil milhões
Destes 13 mil milhões de euros, apenas 724 milhões serão provenientes de investimento público e a maior fatia, 12.336 milhões de euros, investimento privado.
O Programa Nacional de Investimentos 2030 (PNI 2030), revelado esta quinta-feira pelo Executivo, propõe um salto de gigante nas verbas a alocar ao setor energético. O Governo prevê investir mais 258% na energia, chegando aos 13.060 mil milhões de euros, quando na versão anterior do plano não ia além 4.930 milhões.
“Para a transição energética vai o maior valor, metade de todo o investimento afeto ao Ministério do Ambiente e Ação Climática, que ascende a 26 mil milhões de euros. O sistema eletroprodutor é aquele que tem as metas mais ambiciosas. Para sermos neutros em emissões carbónicas em 2050 temos que ter emissões zero na energia e transportes”, disse o ministro da tutela, Matos Fernandes, na apresentação do PNI 2030, sublinhando que na energia “o investimento público representa muito pouco, menos de 10%, e a larga maioria são investimentos das empresas”.
Dos 13 mil milhões de euros previstos para a energia, apenas 724 milhões serão provenientes de investimento público e a maior fatia, 12.336 milhões de euros, investimento privado.
A área do reforço da produção de energia, muito por via da Estratégia Nacional para o Hidrogénio, é a que acolhe a maior fatia destes investimentos, quase metade, a rondar os seis mil milhões.
Dentro desta gaveta cabe a promoção da produção e consumo de gases renováveis e combustíveis sintéticos renováveis — com um envelope de investimento de 4.150 milhões — e ainda o projeto Industrial de produção de hidrogénio verde em Sines, com 2850 milhões. O MAAC lembrou que a “descarbonização não é só sinónimo de eletrificação” e daí a aposta nos gases renováveis (para a indústria e o transporte pesado), onde “o investimento é quase todo privado”.
O Governo quer também apostar forte na promoção das energias de fontes renováveis oceânicas (como o eólico offshore, entre outras) e prevê investimentos de 1.150 milhões até 2030.
Em destaque está igualmente a renovação energética e descarbonização do parque de edifícios, que irá absorver investimentos de 1.500 milhões.
“Temos de nos eletrificar mais, é inevitável, temos de estender as redes de transporte de energia e tornar mais inteligentes as redes de baixa tensão. Temos de reforçar a produção de energia, aqui muito concentrado no solar e no eólico, na eficiência energética e no combate à pobreza energética. Temos de intervir num número muito significativo de edifícios, alguns públicos mas sobretudo privados, para que sejamos muitos mais eficientes. A energia mais barata é a que não se gasta, mas Portugal também já provou que produzir eletricidade a partir de fontes renováveis é a um melhor preço”, frisou Matos Fernandes na sua intervenção.
O PNI 2030 refere-se aos principais investimentos a realizar entre 2021 e 2030, em Portugal Continental, em quatro áreas: transportes e mobilidade, ambiente, energia e regadio, cada uma delas dividida em subsetores. No caso da energia estes subsetores são as redes de energia (5,2 mil milhões), eficiência energética (2,2 mil milhões) e reforço da produção de energia (5,9 mil milhões).
Os eixos estratégicos do PNI 2030 para o setor da energia passam pela “neutralidade carbónica, colocando o país numa trajetória de descarbonização e melhoria da eficiência do sistema energético; infraestruturas e equipamentos resilientes, reforçando, modernizando e otimizando os sistemas, desenvolvendo as interligações, assegurando a segurança no abastecimento e a flexibilidade no sistema; e sistemas inteligentes, promovendo soluções inovadoras e tecnologias de futuro aplicadas à energia”, refere o documento apresentado esta quinta-feira.
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