União Europeia emite mais 14 mil milhões em dívida conjunta a cinco e 30 anos
Tal como aconteceu na primeira emissão de dívida para financiar o SURE, o forte apetite dos investidores voltou a ditar uma quebra nos juros. Na maturidade mais curta, a yield foi mesmo negativa.
A União Europeia pediu emprestados aos mercados mais 14 mil milhões de euros em obrigações conjuntas para financiar a recuperação económica e o emprego. Esta foi a segunda emissão de dívida deste tipo, sendo que neste caso foram colocados títulos a cinco e 30 anos. Na maturidade mais curta, o juro foi negativo, enquanto na mais longa ficou próxima de 0%.
“A Comissão Europeia foi, pela segunda vez aos mercados, para pedir dinheiro emprestado para o programa a curto prazo de apoio ao emprego SURE. E os mercados deram-nos mais uma vez um voto de confiança, com forte interesse dos investidores e condições favoráveis“, diz o comissário europeu do orçamento, Johannes Hahn, em comunicado.
Nas obrigações que atingem a maturidades em novembro de 2025, foram emitidos oito mil milhões de euros com uma taxa de -0,509% (o que representa um prémio de 18,5 pontos base face às Bunds alemãs com a mesma maturidade). Já nos títulos com prazo em 2050, a colocação foi de seis mil milhões de euros com uma yield positiva de 0,317% (ou seja, 36,4 pontos base acima da referência da Alemanha).
Tal como aconteceu na primeira emissão, nesta segunda operação também houve uma quebra nas taxas ao longo do dia à medida que os investidores foram demonstrando o forte apetite pela dívida da UE. No fecho das ordens, a procura total era mais de 12 vezes superior à oferta. Pelas obrigações a cinco anos, atingiu os 105 mil milhões de euros e, na tranche a 30 anos, os 70 mil milhões.
Distribuição dos investidores que participaram na emissão
“Estas são ótimas notícias para a União Europeia enquanto emitente e devedor, para o mercado de social bonds e, acima de tudo, para os cidadãos da UE que irão receber o muito necessário apoio financeiro para ultrapassarem estes tempos difíceis“, acrescentou Hahn.
A UE optou por emitir social bonds, um tipo de obrigações especialmente desenhadas para financiar projetos com benefícios para a sociedade, o que terá sido um dos fatores chave para captar o interesse dos investidores em ambas as emissões.
A colocação destes 14 mil milhões de euros acontece menos de um mês depois de a UE ter realizado a primeira emissão conjunta. A 20 de outubro colocou outros 17 mil milhões de euros a dez e 20 anos (tendo conseguido uma procura recorde de 233 mil milhões de euros, ou seja 14 vezes superior). É assim já o maior emitente deste tipo de títulos e, até final de 2021, a instituição europeia irá emitir até 100 mil milhões de euros em social bonds para financiar o SURE.
O dinheiro do SURE servirá para apoiar os países europeus face ao aumento da despesa pública registado desde fevereiro em resultado do lançamento de mecanismos extraordinários como o português lay-off simplificado, que tem ajudado os empregadores a pagar salários e a manter os postos de trabalho. Portugal deverá receber 5,9 mil milhões de euros ao abrigo deste programa, ao qual aderiram outros 17 Estados-membros.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
União Europeia emite mais 14 mil milhões em dívida conjunta a cinco e 30 anos
{{ noCommentsLabel }}