Empresas europeias preveem ter um terço dos trabalhadores em remoto até 2023

As empresas europeias preveem que quase um terço dos seus trabalhadores continue em teletrabalho até 2023. Consideram que haverá uma "redução significativa" das deslocações de trabalho, revela estudo.

As empresas europeias preveem que dentro de três anos quase um terço de seus funcionários ainda estará a trabalhar a partir de casa, mas ainda se sentem pouco preparadas, revela o estudo Flexible Work and Rewards, da consultora Willis Towers Watson, que inquiriu 279 empresas que representam 263 milhões de trabalhadores da Europa Ocidental.

O estudo aponta o teletrabalho como uma “mudança estratégica de longo prazo” para as empresas. Mais de 70% afirma já ter alterado a organização do trabalho para salvaguardar a segurança dos trabalhadores.

Em média, as organizações esperam que nos próximos três anos cerca de 14% dos empregos em teletrabalho sejam desempenhados a partir de outros países. Mas tudo depende do empregador, já que quase um terço das empresas inquiridas (29%) afirma que não irá realocar os postos de trabalho em funções remotas. Devido ao teletrabalho, metade das empresas prevê uma “redução significativa” das deslocações de trabalho em 2021.

“O aumento repentino do teletrabalho acabará por conduzir a uma mudança permanente, com muitos benefícios para as empresas e para os seus colaboradores. As empresas estão a perceber que, no mundo pós-Covid, acordos de trabalho flexíveis podem aumentar a produtividade, atrair talentos e apoiar a diversidade. O desafio para as empresas agora é repensar como o trabalho é feito e recompensado para que possam melhorar o desempenho e controlar custos e riscos”, sublinha Sandra Bento, associate director da Willis Towers Watson, em comunicado.

Em 2021, 85% dos empregadores vão manter os salários para quem está em teletrabalho, independentemente da sua localização. Apenas 5% afirmaram que iriam pagar de acordo com a cidade ou área onde o trabalhador remoto se encontra e, além disso, 39% dizem que o local a partir de onde o trabalho é feito não é relevante, adianta o estudo.

Empresas pouco preparadas mas com planos para o futuro

Alguns estudos referem que os trabalhadores se começam a sentir cada vez mais confortáveis com o trabalho remoto, mas apesar de o teletrabalho ser uma previsão para um futuro próximo, muitas empresas parecem não estar preparadas para a realidade à distância. No estudo, mais de um terço refere que não possui uma política formal de gestão do regime de trabalho flexível.

Três em cada cinco empresas afirma disponibilizar as ferramentas tecnológicas necessárias para aumentar a produtividade dos trabalhadores, mas mais de 30% considera que as lideranças não utiliza as novas tecnologias de forma eficaz.

“Os empregadores precisam de dar um passo atrás e antecipar o estado futuro da sua organização em geral e decidir como podem tirar o máximo partido da sua nova força de trabalho ágil. Muitas empresas estão a fazer essa análise, tentando encontrar a melhor forma de combinar salários e recompensas e motivar os seus recursos humanos. As empresas que não o fizeram devem, por isso, rever as suas políticas de RH para uma realidade cada vez mais flexível. Também é importante avaliar a arquitetura laboral e pensar nas competências que melhor reflitam a forma como o trabalho é organizado. As metas de longo prazo para uma empresa de sucesso dependem da forma como se apoia a agilidade da força de trabalho e a transformação digital”, defende Sandra Bento, da Willis Towers Watson.

Apenas 14% afirmou que a sua estrutura de trabalho atual dá suporte total a uma força de trabalho flexível e ágil, enquanto 30% dizem que não a suportam de todo. Além disso, 37% das empresas reportam que que os seus atuais processos de progressão laboral não são compatíveis com o trabalho flexível. Apesar disso, quase metade das empresas inquiridas reconhece a necessidade de criar uma força de trabalho mais ágil e mais flexível.

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