Escândalo Wirecard faz cair regulador financeiro na Alemanha
Ministro Scholz considerou que o caso revelou que o regulador financeiro alemão "tem de ser reorganizado para cumprir de forma mais eficiente o seu papel de supervisão".
O presidente do regulador financeiro da Alemanha vai ser substituído devido ao caso da Wirecard, mais de seis meses depois do “desaparecimento” de 1,9 mil milhões de euros das contas da fintech com sede em Munique. O anúncio foi feito pelo ministro das Finanças alemão Olaf Scholz, depois de o próprio BaFin ter admitido estar a investigar um dos seus funcionários por suspeitas de inside trading.
“O escândalo da Wirecard revelou que o regulador financeiro alemão tem de ser reorganizado para cumprir de forma mais eficiente o seu papel de supervisão“, disse Scholz, num comunicado citado pela AFP. O ministro anunciou assim a saída do presidente do BaFin, Felix Hufeld, num esforço para fazer uma reforma da instituição.
A saída do líder do regulador financeiro alemão acontece depois de muitas críticas. A própria Autoridade Europeia dos Valores Mobiliários e dos Mercados (ESMA) concluiu que o BaFin, bem como o FREP, falharam na supervisão da Wirecard, sugerindo que estes deviam ter prestado mais atenção às notícias que foram publicadas em jornais como o Financial Times ao longo de dois anos antes do rebentar do escândalo da fintech.
Foi através de uma notícia no jornal britânico que o mundo ficou a saber que a auditora EY tinha identificado um buraco de 1,9 mil milhões de euros nas contas da empresa de pagamentos. No seguimento do caso, a Wirecard pediu insolvência, foi excluída da bolsa alemã, mais de 700 trabalhadores foram despedidos e o antigo CEO, Markus Braun, foi detido.
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