Financiamento especializado caiu em 2020 mas manteve peso no mercado
"Apesar do ano absolutamente atípico, o financiamento especializado manteve o seu peso no mercado nacional", diz ALF, em comunicado.
A Associação Portuguesa de Leasing, Factoring e Renting (ALF) revelou, esta terça-feira, que o setor registou uma quebra em 2020, mas “manteve o seu peso no mercado nacional”, de acordo com um comunicado.
“Apesar do ano absolutamente atípico, o financiamento especializado manteve o seu peso no mercado nacional, continuando a assegurar um contributo decisivo para a formação do PIB [Produto Interno Bruto] português”, destacou a ALF.
De acordo com os dados apurados pela entidade, tendo em conta a situação gerada pela Covid-19, o factoring (cedência de créditos comerciais de curto prazo por parte de uma empresa a uma instituição financeira)” registou um decréscimo total de 6,9% em 2020, totalizando 31,5 mil milhões de euros em créditos tomados”.
A associação destacou que, “pela primeira vez em seis anos, o setor regista uma quebra no crescimento, contudo inferior à quebra de 7,6% verificada no PIB português, segundo a estimativa divulgada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Desta forma, estima-se que em 2020 o Factoring tenha aumentado o seu peso no PIB nacional para cerca de 16%”, lê-se na mesma nota.
Por sua vez, no caso do confirming (serviço em que a instituição de factoring efetua o pagamento aos fornecedores do seu cliente, podendo estes solicitar a antecipação do mesmo) “observou-se um decréscimo de 3,6% da atividade, traduzindo-se em 12,5 mil milhões de euros em créditos tomados”.
Já o renting (aluguer operacional de viaturas) revelou “uma quebra na trajetória de crescimento observada nos últimos anos, revelando uma redução de 27,5% no número de viaturas adquiridas em 2020, face a 2019, com um total de 27.115 veículos adquiridos em renting (dos quais 22.451 correspondem automóveis ligeiros de passageiros e 4.664 ligeiros comerciais)”.
A ALF salientou que “este recuo no setor é, contudo, menor do que o manifestado no mercado automóvel português, que deverá ter sofrido uma perda de 33,9% em 2020, face ao período homólogo”.
Segundo a associação, a desaceleração no renting “corresponde a uma diminuição de 26,8% no valor de produção anual, para 557,3 milhões de euros”, acrescentando que a “dimensão total deste setor acabou por diminuir apenas marginalmente face à produção nova”, tendo a frota total gerida pelas empresas de renting caído “apenas 2,4% em número de viaturas, totalizando 118.805 viaturas, no valor de 1,91 mil milhões de euros (menos 1,1% do que no ano transato), resultados para os quais contribuíram o prolongamento dos contratos que terminavam em 2020”.
As estimativas da ALF para o ano passado indicam ainda que o segmento de leasing (locação financeira) “apoiou investimentos de 2,4 mil milhões de euros, com uma queda de 22,3% no total da produção, em comparação com 2019”, tendo a menor queda sido observada na locação financeira imobiliária, “que registou um decréscimo de 12,5% em valor, com uma produção de 740 milhões de euros”.
Por sua vez, a locação financeira mobiliária “foi responsável por 1,6 mil milhões de euros em investimentos, menos 26,0% do que em 2019”. “Iniciamos 2021 com a esperança de que a existência de planos sanitários e de recuperação económica possam contribuir para alguma recuperação, mas nada se produzirá de forma automática e cada um terá de contribuir à medida das suas possibilidades para um processo de regresso ao crescimento económico, que não estará isento de contrariedades”, disse o presidente da ALF, Alexandre Santos, citado na mesma nota.
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