Estes são os critérios para manter a pandemia sob controlo
Menos de 245 internados nos cuidados intensivos e incidência da Covid-19 nunca superior a 240 casos por 100 mil habitantes. Conheça estes e outros critérios propostos pelos epidemiologistas.
Os especialistas já definiram os critérios para manter a pandemia sob controlo. Na reunião do Infarmed desta segunda-feira, coube ao epidemiologista Baltazar Nunes, do Instituto Ricardo Jorge, lançar as bases para o que deve ser a nova realidade da situação epidemiológica do país, numa altura em que o Governo está a fechar o plano de desconfinamento.
Os critérios incluem uma série de objetivos e limites que foram desenhados por um grupo de trabalho designado para o efeito. Desde logo, os especialistas propõem a manutenção dos internamentos nos cuidados intensivos abaixo de 245 (estão atualmente nos 354, segundo o balanço da DGS divulgado no domingo) e que a incidência da Covid-19 permaneça tanto quanto possível abaixo dos 60 casos por cada 100 mil habitantes.
- O objetivo principal deve ser o de assegurar que a taxa de incidência acumulada a 14 dias é menor que 60 casos por 100 mil habitantes.
- O limite a evitar é a incidência de 240 casos por 100 mil habitantes, pois representa um início da “pressão sobre os serviços” de saúde.
- Limite de 245 pessoas internadas em unidades de cuidados intensivos (UCI).
- Ocupação de camas em UCI deve de ser inferior a 85% das camas de UCI abertas depois de março de 2020.
- O risco de transmissibilidade (que representa o número de pessoas contagiadas, em média, por cada infetado) tem de se manter abaixo ou “muito próximo” de 1 (se for superior, a incidência da Covid-19 tem de ser inferior a 60 casos por 100 mil habitantes).
- Assegurar que a percentagem de casos positivos está abaixo de 4% (se for superior, significa que “há maior probabilidade de haverem casos não identificados na comunidade”).
- Garantir que eventuais atrasos na notificação de infetados acontecem em menos de 10% dos casos confirmados (notificação de casos positivos deve ser sempre inferior a 24 horas).
- Se o atraso for superior a 10%, deve ser acionado o reforço imediato de recursos humanos (se assim se mantiver por mais de sete dias, é preciso “escalar ainda mais” esta capacidade de resposta).
- Deve promover-se o isolamento precoce e rastreio de contactos em 24 horas a, pelo menos, 90% dos casos.
- Vigilância atenta de “variantes de preocupação”, como a do Reino Unido, a do Brasil e a da Califórnia, entre outras.
Estes critérios poderão ser usados pelo Governo para traçar o desconfinamento do país. Poderão ainda servir de alavancas de emergência para a imposição de novas medidas, sempre que algum dos objetivos ou limites não esteja a ser cumprido. O plano final será apresentado na quinta-feira pelo primeiro-ministro, António Costa.
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